O que podem esperar os Portugueses?
"Apesar da sombra de Sócrates, apesar do nepotismo que promoveu e
consentiu, apesar dos incêndios e de Tancos, apesar da degradação dos
serviços públicos, apesar do aumento da dívida pública, António Costa
ganhou as eleições, marcadas pela mais alta taxa de abstenção da nossa
democracia, que expressa um preocupante alheamento cívico e um
preocupante abismo entre representantes e representados. Vale a pena, a
este propósito, olhar para os números eleitorais (ainda que não
definitivos, mas onde o erro será só por excesso), sob um outro ângulo:
nos cadernos eleitorais estavam recenseados 10.810.662 cidadãos; não
foram votar 4.918.851; 129.500 votos foram brancos e 88.500 nulos; dos
5.673.811 votos válidos, o PS registou a seu favor 36,65% (2.079.452).
Mas foram apenas 19,23% dos portugueses que podiam votar que escolheram o
PS e, por extensão, António Costa. Feito o mesmo exercício para os
restantes partidos, os números são ainda mais expressivos, a pedir
atenção demorada para o seu significado."
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