"Em 1913, o engenheiro hidrógrafo Baldaque da Silva apresentou o projecto de lei sobre o porto oceânico do Cab
o Mondego e o concomitante “Plano de ampliação e aformoseamento da cidade da Figueira da Foz”. Segundo ele, o carácter regional do projecto assentava na observação de que as iniciativas promovidas desde 1862, designadamente a criação da Companhia Edificadora, que promoveu a construção do Bairro Novo, “não conseguiram levantar a vida da cidade a nenhum grau elevado de prosperidade, porque continuou a ser a mesma praia de banhos, frequentada somente nos três a quatro meses, e no resto do anno uma terra completamente morta, industrial e commercialmente considerada.”
E acrescentou: “De modo que, continuando as cousas no mesmo pé, não podemos esperar daqui a meio século muito mais do que agora existe”. Em defesa da sua proposta, imbuído de uma forte expetativa visionária, antevia que, “num futuro mais ou menos largo”, a população da cidade pudesse atingir cem mil habitantes!
Analisada, retrospectivamente, não deixa de ser interessante refletir sobre como a materialização daquela proposta, projecto de âmbito regional com repercussão nacional, a revelar-se exequível, teria conduzido a uma cidade e a uma região completamente diferentes. Ser honestamente visionário nunca fez mal a ninguém. Não fosse esse um traço do seu caráter, não teria, mais tarde, o engenheiro Coelho Jordão lançado as bases de um urbanismo de futuro, posteriormente malbaratadas."
Visão, uma crónica de Daniel Santos, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, que fala de Baldaque da Silva.
Analisada, retrospectivamente, não deixa de ser interessante refletir sobre como a materialização daquela proposta, projecto de âmbito regional com repercussão nacional, a revelar-se exequível, teria conduzido a uma cidade e a uma região completamente diferentes. Ser honestamente visionário nunca fez mal a ninguém. Não fosse esse um traço do seu caráter, não teria, mais tarde, o engenheiro Coelho Jordão lançado as bases de um urbanismo de futuro, posteriormente malbaratadas."
Visão, uma crónica de Daniel Santos, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, que fala de Baldaque da Silva.
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