A culpa de em 2015 ainda haver políticos destes em Portugal é das pessoas... E ainda mais das pessoas que se deixam manipular por campanhas imbecis.
Passos joga tudo: crucifixo no bolso, Nossa Senhora e “muita fé nas pessoas”.
Só faltou o bispo. Criancinhas, velhinhos, Nossa Senhora de Fátima, beijos aos “que mais precisam”. Passos anda de crucifixo no bolso. E mostra-o. Logo ele sobre quem o ex-padrinho Ângelo Correia nunca adivinhara qualquer propensão religiosa... Mais macio do que nunca, dá o tudo por tudo pela maioria absoluta.
"Tenho muita fé nas pessoas", afirmou aos jornalistas, com o crucifixo na mão a ser filmado pelas TV.
"Tem fé nos resultados?", pergunta o repórter. Passos agarra a chance e vai ao bolso. Exibe. A cruz. A direita gosta disto.
O cavaquistão ainda é terreno seguro. Mas os tempos do "Passistão" não são os de Cavaco, em que em vez de troika havia vacas gordas.
Já não é o Cavaquistão nem é Pafistão: Viseu já não é o que era no que toca a mobilização laranja. Houve pouca gente na arruada desta quarta-feira à tarde da coligação Portugal à Frente (PaF) e o trajecto não demorou mais de 15 minutos.
Em 2011, a direita concretizou finalmente o seu velho sonho de dispor de um governo, uma maioria e um presidente do seu quadrante político. Fê-lo cavalgando uma série de promessas que nunca fez tenções de cumprir – e que, naturalmente, não cumpriu.
"O sonho da direita revelou-se o pesadelo dos portugueses. Quatro anos depois, existe uma ampla maioria social que pode pôr fim ao pesadelo".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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