Cá está ela outra vez, a tradição, a tal que muitos queriam ver a subordinar a Constituição da República Portuguesa.
Vejam o que disse o catedrático de Coimbra João Calvão Silva, especialista em direito bancário, no parecer que escreveu sobre Ricardo Salgado para que este o entregasse ao Banco de Portugal para obter o reconhecimento da idoneidade perdida: "a oferta de 14 milhões de euros do empresário José Guilherme a Ricardo Salgado justifica-se com o “bom princípio geral de uma sociedade que quer ser uma comunidade – comum unidade –, com espírito de entreajuda e solidariedade".
Recorde-se: na altura o Banco de Portugal ponderava retirar a idoneidade de Salgado. Acabou por recuar ante o parecer assinado pelo actual presidente do Conselho de Jurisdição do PSD e o escolhido para a pasta da Administração Interna do governo indigitado hoje.
Calvão da Silva elogiou o “espírito de entreajuda e solidariedade" que levou um construtor civil a transferir 14 milhões de euros para uma offshore do banqueiro.
Olhem que bonito?
A generosidade desinteressada é tão comovente...
Historicamente, é admirável o carácter e o temperamento do velho homem do mar da minha Aldeia. Totalmente desfazado do tempo actual, composto de ambição e ganância, é nesse velho homem do mar, que eu sei e sinto que tenho as minhas raízes. Foi dele que herdei o sistema nervoso equilibrado que tenho e me permite ver tudo o que se passa em meu redor, com grande tranquilidade, alguma bonomia e enormíssima fleuma. A realidade, é a realidade: a forma como os outros olham para nós, é lá com eles.
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1 comentário:
É o que se chama ter pontaria...
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