"Não raras vezes, ouço a
crítica, por parte de algumas
pessoas a quem
normalmente se concede o epíteto de forças vivas do concelho,
de que a oposição na Câmara
deveria ser mais vigorosa e
que não devia facilitar tanto a
vida ao presidente da Câmara.
Normalmente, quando ainda
me resta a esperança de que a
crítica é genuína, pergunto quais
os temas que deveríamos ter
abordado e que deixámos de
fora do debate político. É nesse
momento que percebo, pelas
respostas, que afinal não estou
perante uma critica à oposição,
mas sim perante o desejo de
que esta funcione como “barriga
de aluguer” para acertos de
contas entre os meus interlocutores (e o que eles representam)
e o presidente da Câmara. Para isso não estou, obviamente,
disponível. A oposição deve
ser a voz dos que não têm voz
e deve ajudar a resolver os seus
problemas, deve preocupar-se
em defender os interesses do
concelho e procurar defender
as linhas que apresentou no seu
compromisso eleitoral. Assim,
não deve, nem pode, servir de
caixa de ressonância ao interesse
de outros, a quem a cobardia,
a subserviência,ou a conveniência da circunstância impedem
de falar. Tal como no poder,
também na oposição é sempre
possível fazer mais e melhor
e trabalhar para defender o
interesse colectivo, quer com
a apresentação de propostas,
quer chamando a atenção para
os erros da governação. Quem
estiver atento à comunicação
social, às redes sociais e tiver a
preocupação de saber as coisas
fundamentadamente percebe
bem o papel activo, responsável
e fundamental que a oposição
tem desempenhado. Para moço
de recados, entrando em guerras
que não são minhas e com
as quais a Figueira nada ganha,
não contem comigo."
Em tempo.
Para bom entendedor, a crónica de hoje de Miguel Almeida, líder do Somos Figueira, é o "seu" balanço do "seu" mandato como vereador na oposição. A meu ver, não é apenas "O Recado" para "algumas pessoas a quem normalmente se concede o epíteto de forças vivas do concelho", mas "alguns recados", não só para o exterior, mas, também para dentro do PSD local.
Será que vai haver clarificação nos próximos meses?..
Depois dos anos em que passou pelo poder na Figueira a credibilidade do partido de Miguel Almeida ficou em baixo - e ele sabe, melhor do ninguém, porquê.
Para o PSD recuperar, não basta a continua descredibilização do PS figueirense.
Seria um erro confundir isso como um reforço da credibilidade do PSD na Figueira: uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa - são coisas muito diferentes.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Mas estas questões não se resolvem nas reuniões da concelhia do partido?
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