terça-feira, 14 de outubro de 2014

"A estratégia": abriu a caça ao político que não se prepara, não trabalha e não estuda - no fundo, ao mandrião?..

Há duas ou três coisas em que pensava que era, realmente, especialista.
Uma delas, pensava eu, era - admito - a dizer mal de quase tudo e mais alguma coisa. 
Como escrevi há tempos neste blogue, sou incapaz de me calar, não tenho conceito de timing, etiqueta, conveniência  -  está mal, não gosto - é na hora, logo, sem paninhos quentes, pimba.
Aquilo que eu prefiro entender como frontalidade e coerência, já me causou alguns dissabores.
Entre outros mimos, já fui acusado de não ser realista, pouco razoável e esperar o impossível...
No entanto, sempre houve meia dúzia de coisas de que eu me recuso a dizer mal, como por exemplo falar do Poder Local figueirense como um todo
Já escrevi muita coisa, mas não me lembro de ter sido abrangente sobre a degradação de um importante órgão do poder local figueirense e a mediocratização e o abandalhamento das elites locais .
Depois de ler a crónica desta semana no jornal AS Beiras do vereador António Tavares, passei a considerar-me um santinho. Reparem bem neste naco da prosa, que destaco da crónica que pode ser lida acima - "surpreendente foi a confissão de um deputado municipal que, sem peias, afirmou não ter lido o documento; e quando todos pensámos que, pela sua vergonhosa falta, se iria remeter ao silêncio, eis que o ilustre orador se empenhou num palanfrório, de forma demorada até, sobre o não lido. Disse generalidades e lugares comuns? Sim, claro. Mas, sem o ter lido, ousou galhardamente falar sobre ele! O pior, no entanto, estava para vir, quando o mesmo deputado referiu que 99,9% dos seus colegas também não lera o documento. Hilariante. É que à percentagem referida corresponde menos de um deputado. Ou seja: ninguém tinha lido!"
Confesso que, perante o que li escrito pelo senhor vereador, fiquei também preocupado comigo e com a minha saúde mental, moral, cultural e cívica, pois sou um homem comum, um homem da rua, um homem com quem os políticos de topo lidam, evidentemente não no no dia a dia, mas, de que dependem na altura do voto.
Ora, para ter sido eleita tão degradada classe política figueirense, o povo – de que eu faço parte - deve estar ao nível dela: impreparado, incivilizado, amoral, inculto, mandrião  e boçal.
Será que o povo – eu incluído -, não tem um ideal, um projecto, aposta no efémero, cultiva o superficial e vai pelo caminho mais fácil?
Mais preocupante ainda: também será interesseiro, "chico-esperto" e egoísta?
Pronto: penso que já descobri porque temos, na Figueira, alguns políticos no poder local...
Obrigado pela lição senhor vereador. A escola de mestre Cavaco, pelos vistos, está a fazer o seu percurso por estas bandas, o que é sempre uma evolução  - mas na continuidade: recentemente, Cavaco Silva afirmou ver “com muita apreensão o desprestígio da classe política”...
Aqui chegados, ninguém se pode admirar que a maioria dos figueirenses tenha deixado de acreditar no projecto camarário da equipa de que o senhor vereador é um dos elementos, há 5 anos
O projecto do senhor vereador e da equipa que integra, ao não envolver os cidadãos na sua construção, desistiu de formar uma verdadeira comunidade figueirense interessada e atenta. 
Não há projecto figueirense, em democracia, que resulte, sem que sejamos nós, figueirenses, as verdadeiras locomotivas.
Termino com uma constatação política, portanto, sem nada de pessoal.
Ao longo da vida, tenho encontrado gente que se considera a si própria uma referência ética e moral, culta e inteligente, embora não o admita publicamente.
Esta gente tem outras características: finge demonstrar muita preocupação com o que a rodeia. 
Contudo, para eles, os outros não passam de carneiros, de preferência bem domesticados. Detestam ser questionados e, muito menos, contrariados.
O que lhes agrada é a corte de bajuladores. Quando são contrariados tentam disfarçar o incómodo, mas pensam logo em tácticas para se livrarem de quem tem a ousadia de os contrariar.
Todavia, entretanto, a máscara já caiu....
Dizem-se, quase sempre de esquerda - e, isso, confesso, chateia-me pra caraças... 

2 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe utilizar a caixa de comentários do seu blogue para três considerações (que são com certeza pura ignorância minha)
1ª Dos deputados municipais do PS – ou dos outros - quantos leram o dito?
(ou viram só a sumula para aprovar de cruz)
2ª Onde se pode encontrar – na net - o dito plano?
3ª O moço que veio falar ( de tantas reuniões pelas freguesias) já conseguiu identificar alguma?

Rui Beja disse...

As reuniões ocorreram entre 2011 e 2012, em todas as freguesias do concelho. O "corajoso" anónimo desconhece por completo o que acontece no concelho, mas tem o topete de criticar quem, simplesmente, enunciou um facto; que vergonha...