segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O poder e os princípios...

Nunca apoiei expressamente um grande partido.
Ainda recentemente, nas intercalares na Aldeia, apoiei a CDU.
O pragmatismo é particularmente cruel para quem apoia os pequenos partidos.
A frustração recorrente das vitórias morais, da insuficiência generalizada, muitas vezes só é ultrapassada graças aos ideais - e os ideais são as primeiras vítimas da "arte do possível".
Neste momento, estou a ouvir Paulo Portas na televisão a continuar a abrir uma porta para a coligação com o PSD de Passos Coelho.
Mais uma vez, a discussão que está em cima da mesa resume-se a isto: é preferível ter ministros a ter valores...

As coligações, como dá para ver ao ouvir Paulo Portas, são sempre soluções marcadas pela mediocridade do cinismo.
Pode-se invocar circunstâncias extraordinárias, mas é da fraqueza relativa das partes envolvidas que elas nascem.
Neste caso, a continuar, esta coligação nascerá da debilidade do candidato do PSD e do medo de desaparecimento de cena do CDS nas próximas eleições.
Nada de particularmente motivador, portanto.

Contudo, mesmo os pequenos partidos existem para conquistar o poder - o poder possível é certo, mas o poder mesmo assim.
Num pequeno partido o realismo das limitações permite o exercício do único idealismo aceitável: o idealismo temperado.
Espero, por isso, que o PCP continue a honrar os seus compromissos e nunca passe um cheque em branco para ter ministérios
De mentiras e propaganda estou farto.

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