Nunca
apoiei expressamente um grande partido.
Ainda
recentemente, nas intercalares na Aldeia, apoiei a CDU.
O
pragmatismo é particularmente cruel para quem apoia os pequenos
partidos.
A
frustração recorrente das vitórias morais, da insuficiência
generalizada, muitas vezes só é ultrapassada graças aos ideais - e
os ideais são as primeiras vítimas da "arte do possível".
Neste
momento, estou a ouvir Paulo Portas na televisão a continuar a abrir
uma porta para a coligação com o PSD de Passos Coelho.
Mais
uma vez, a discussão que está em cima da mesa resume-se a isto: é
preferível ter ministros a ter valores...
As
coligações, como dá para ver ao ouvir Paulo Portas, são sempre
soluções marcadas pela mediocridade do cinismo.
Pode-se
invocar circunstâncias extraordinárias, mas é da fraqueza relativa
das partes envolvidas que elas nascem.
Neste
caso, a continuar, esta coligação nascerá da debilidade do
candidato do PSD e do medo de desaparecimento de cena do CDS nas
próximas eleições.
Nada
de particularmente motivador, portanto.
Contudo,
mesmo
os pequenos partidos existem para conquistar o poder - o poder
possível é certo, mas o poder mesmo assim.
Num
pequeno partido o realismo das limitações permite o exercício do
único idealismo aceitável: o idealismo temperado.
Espero,
por isso, que o PCP continue a honrar os seus compromissos e nunca passe um cheque em branco para ter ministérios.
De mentiras e propaganda estou farto.
De mentiras e propaganda estou farto.
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