“O dono de uma das
fortunas que mais cresceu durante os três anos em que salários e direitos
laborais mais minguaram depois do 25 de Abril, a terceira maior de Portugal,
Belmiro de Azevedo, escolheu o dia de ontem para agradecer os tempos de bonança
ao Governo que finalmente assumiu que os cortes salariais que lhe alimentam a
riqueza não são temporários e sim definitivos.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário