Em tempo.
"O Estado fez um bom negócio", disse um dia Mira Amaral sobre a venda do BPN.
Recorde-se que Mira Amaral, presidente do BIC, foi quem comprou. Logo, para assumir assim na televisão, com os seus accionistas a ouvir, que o Estado fez um bom negócio, fácil é de imaginar o bom negócio que o Estado não fez!..
Já Miguel Cadilhe, há uns dias atrás, considerou na comissão parlamentar de inquérito, que foi o BIC e não o Estado quem fez um bom negócio com a reprivatização do BPN.
Miguel Cadilhe foi claro: "Eu não venderia por 40 milhões de euros com as condições que acompanharam a venda".
Foi esta a resposta dada pelo antigo presidente do BPN à pergunta do deputado do Bloco de Esquerda João Semedo. Cadilhe recordou ainda que, quando foi conhecida a venda do banco nacionalizado ao BIC, declarou publicamente que quem "está de parabéns é Mira Amaral", o presidente do BIC.
Será que alguma vez iremos saber tudo sobre este assunto, como nos países civilizados?
Entretanto, eles vão gozando: “O Estado fez um bom negócio”...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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