O juiz jubilado do Tribunal de Contas Carlos Moreno considerou «chocante» a rentabilidade que o Estado garante aos privados nas parcerias público-privadas.
Nada explica tudo, o que não é exactamente a mesma coisa que dizer que não há nada que explique tudo.
Com que então andamos a viver acima das nossas possibilidades?...
Vejamos…
Por exemplo: a introdução de pagamento nas auto-estradas, que antes eram gratuitas, não foi só prejudicial para os automobilistas, foi-o também para o Estado.
Deu para perceber que a dívida pública, contrariamente ao que procuram fazer crer, é resultado de criminosas transferências do erário público para os bolsos de uns quantos privados: Mota-Engil, Mellos, Grupo Espírito Santo, entre outros…
É nesta conjuntura que nos impõem, como opção única, sacrifícios, cada vez mais sacrifícios (redução de vencimentos e de pensões, diminuição drástica dos benefícios sociais, aumento de impostos…)
No fundo, a politica dos últimos tempos, pode resumir-se, na prática, ao empobrecimento de muitos, para enriquecer uns poucos!..
Só nada explicaria tudo o que se tem passado em Portugal nos últimos tempos!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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