... continuação à vista…
Se Relvas cair o governo cai, não porque Passos Coelho seja uma invenção política de Relvas pois o primeiro-ministro ganhou vida própria na pessoa do seu ministro das Finanças que é o verdadeiro primeiro-ministro e presidente (o outro não passa de um mísero professor que vive no centro de dia de Belém) do país.
O problema de Passos Coelho é que todos os negócios para facilitar a sua chegada ao poder, desde os bloggers até aos jornalistas que apoiam o governo são gente de mão do Miguel Relvas.
Quando Relvas cair os apoios secretos caem, a começar pelos que negociaram o festim da privatização da RTP.
Relvas não pode cair, se isso suceder é uma questão de tempo até Vítor Gaspar ascender a primeiro-ministro.
Passos Coelho não vai nem pode deixar cair o Relvas, se o fizer equivale a uma daquelas velhotas que não conseguem viver com o cachorro passar-se e ir abandoná-lo no meio da Serra da Arrábida. Se Passos Coelho abandonar Miguel Relvas ainda alguém vai dizer que é da crise, com a austeridade deixou de ter com que o alimentar e decidiu abandoná-lo.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário