Na reunião camarária realizada no dia 1 de Março de 2021, falou-se de João Reis, sem que nenhum vereador tivesse explicado quem foi verdadeiramente o pintor e o que representa para a Figueira para que os figueirenses tenham de ser tão generosos ao ponto de lhe guardarem e preservarem o património artístico durante dez anos com os custos inerentes.
«O executivo camarário socialista aceitou deixar cair a possibilidade de ser o município a pagar molduras de quadros da exposição permanente de João Reis na Quinta das Olaias, e abdicou da possibilidade de a mostra poder ser transformada num museu dedicado ao pintor naturalista.
Estas cláusulas foram eliminadas do protocolo que será assinado pela autarquia com o neto do artista plástico, Carlos Reis.
As alterações introduzidas no protocolo ficaram a dever-se à intervenção do vereador Miguel Babo, eleito pelo PSD. "O autarca da oposição defendeu que manter a exposição durante 10 anos é excessivamente longo."
Ricardo Silva, veio ao encontro da opinião de Miguel Babo: "os dois vereadores convergiram que a longevidade da mostra condiciona a estratégia de futuros executivos camarários e artistas que queiram realizar ali exposições."
Por sua vez, o executivo de maioria socialista "defendeu que o protocolo visa o respeito por compromissos assumidos pelo anterior presidente da câmara João Ataíde." Foi afirmado que, “segundo técnicos da autarquia”, os contactos da família de João Reis começaram nos mandatos do antecessor Duarte Silva. Carlos Monteiro, disse ainda que, até à data, “nenhum pintor conceituado ou outros” mostraram interesse em expor na Quinta das Olaias, imóvel que, garantiu, tem espaço disponível para mais exposições.
Ricardo Silva afirmou que "o anterior vereador da Cultura” [António Tavares] lhe disse que João Ataíde havia desistido do protocolo, o que os socialistas desmentiram."
A maioria votou a favor da assinatura do documento. Carlos Tenreiro e Miguel Babo abstiveram-se. Ricardo Silva votou contra.»
Na edição hoje do Diário as Beiras pode ler-se: "A UC, segundo o seu reitor avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS, pretende leccionar licenciaturas, mestrados e doutoramentos na Figueira da Foz em áreas como a economia azul, ambiente e turismo.
A falta de instalações na cidade é um assunto que preocupa Pedro Santana Lopes, uma vez que no Sítio das Artes deverá ser instalado um centro de formação profissional.
O antigo terminal rodoviário, por sua vez, necessita de obras com custos elevados. Entretanto, ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, a Quinta das Olaias poderá vir a ser utilizada para o arranque da actividade do polo universitário."
Ainda não passou 1 ano sobre a inauguração da exposição dedicada ao pintor João Reis (cujo contrato de depósito prevê um período de 10 anos de actividades).
Fica a pergunta a quem de direito: em que termos vai a Universidade de Coimbra ocupar a Quinta das Olaias e como se vai conseguir conciliar os diversos compromissos em causa?
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