quinta-feira, 8 de março de 2018

Cabedelo no inverno

Sou um sortudo.
Quem, como eu, tem o privilégio de viver entre o rio e o mar?
Quem, como eu, tem tempo e a possibilidade de aproveitar o sol e deleitar-se a olhá-lo em demorado namoro e, com isso, serenar as inquietações da alma e reequilibrar o dia a dia e a vida?

Claro que esta espécie de paraíso não é exclusiva da minha Aldeia.
Porém, ser-me-ia difícil, ser-me-ia, aliás, mesmo muito difícl,  viver sem ser aqui.
Mesmo num dia agreste, como o de ontem, de águas tumultuosas, esse fascínio, misto de atracção e inquietação, não deixei de me sentar em silêncio nesta esplanada, permitindo que  os olhos e o pensamento se pronlongassem e se perdessem  na aparente infinitude do mar.

Este sossego e esta paz, que me é transmitida pelo som do mar quebrando o silêncio, aliando-se à imensidãos das águas brilhando, quando está sol e faz bom tempo, ou agrestes, em dias como o de ontem, faz-me viver momentos em que o tempo parece parar, tansmitindo-me algo que me emociona verdadeiramente. 

É uma preguiça boa, que me pacifica o espírito e me faz sentir em harmonia com o que me rodeia, que me deixa em paz e que me é fundamental.
O Cabedelo é, para mim, uma presença que se impõe no meu dia a dia. 
É no silêncio do inverno  que, para mim, reside a sua grande força.

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