segunda-feira, 4 de junho de 2012

O problema da Aldeia

foto sacada daqui
Vista de cima, a  Aldeia é pouco interessante…
Está algo cinzenta, hermética e de braços caídos.
Descendo às ruas, verificamos que as pessoas estão cansadas. Sem fé. E sem esperança.
Já não acreditam em nada nem em ninguém.
Já vivemos dias mais felizes.
Não reivindicámos, talvez  acreditando que o pouco é melhor que nada.
Se calhar, é  verdade…
Resta, a alguns,  a vida e  a integridade,  que muitas vezes nos quiseram  roubar.
A vida e a  integridade,  a par da alma, são os únicos  valores  verdadeiramente  nossos.
Mas a Aldeia tem problemas colectivos.  E muitos!..
Talvez o principal, o mais importante e, porventura, o decisivo,   foi  termos deixado transformar aquilo que poderia ser uma virtude privada  - a fidelidade,  num critério de organização social da vivência quotidiana da Aldeia. Nunca  se pode confundir a lealdade  - que é uma virtude pública,  com a fidelidade  - uma virtude privada que se transforma num vício quando aplicada no domínio público.
E, isso, tem vindo a acontecer na Aldeia desde 1994... 
A lealdade admite a discordância e promove o mérito. 
A fidelidade impõe a subserviência e promove a mediocridade.
Esse tem sido, a meu ver,  o maior problema da Aldeia...
Por isso, chegámos onde estamos!..

Em tempo.
Mas, reparo agora...
O que importa é que é quase Verão, dias lindos e compridos, com tempo para ler, escrever, conversar, estar disponível para passeios ao ar livre...
Estar como estou, aqui,  longe da Aldeia, a aproveitar umas horas de folga, numa esplanada, a apanhar sol,  a olhar pessoas que não me conhecem de lado nenhum, que não fazem a menor ideia do que eu estou  para aqui a pensar e a escrever! 
É que nós vivemos muito para além daquilo que os outros pensam e dizem sobre nós...

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