P - A instituição foi criada na década de 60 do séc. XX naquela que era a freguesia mais pobre do concelho da Figueira da Foz. Volvidos estes anos, continua a existir pobreza endémica em S. Pedro?
R - Sim. Há questões que não são resolvidas através do desenvolvimento económico. É uma pobreza de valores, que não pode ser imputada apenas às pessoas. São famílias que se habituaram a viver de uma certa forma. É um estado cultural, também. Sobretudo, existe alguma pobreza comportamental.
Esta entrevista ao jornal AS BEIRAS, pode ser ouvida na íntegra, clicando aqui.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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