quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um retrato do País autárquico

Segundo o que acabei de ler no Diário de Coimbra, a “Câmara da Figueira está com dificuldades em cumprir planos de tesouraria”.
A vereadora das finanças ontem no decorrer da reunião de câmara, manifestou “grandes preocupações”, com a saúde financeira da autarquia.
Segundo as suas previsões, "com a cobrança do IMI (Imposto Municipal de Imóveis) talvez se possa vir a obter uma receita de 5,7 milhões em Maio", todavia, os encargos com o pessoal, "porque vem aí o pagamento do 13.º mês, serão de 2,5 milhões de euros, mais 3,4 milhões para o serviço da dívida”.
Resultado: citando novamente  Isabel Cardoso, “mesmo assim, ainda temos um “deficit” de 400 mil euros e em Junho teremos de pagar a primeira (deste ano) prestação do “PRED” de 1 milhão de euros” (referindo-se ao pagamento da quantia referente ao empréstimo contraído em 2009, pelo anterior executivo, de 10 milhões de euros).
A autarca informou ainda que a situação em que a autarquia se encontra “é particularmente delicada e não sei como vai evoluir. Só para o município solver os seus encargos entre dívidas e pessoal e alguns encargos com as juntas, ainda temos 400 mil euros negativos”.
Esta intervenção surgiu na sequência das dúvidas levantadas pelo vereador do PSD, João Armando, quanto ao Plano de Saneamento Financeiro (empréstimo de 31 milhões de euros por três instituições bancárias, que aguarda o aval do Tribunal de Contas), devido a declarações (aparentemente contraditórias) da vereadora (a um jornal regional) e do presidente na última assembleia municipal.
João Ataíde foi também  esclarecedor: “neste momento, estamos em situação particularmente difícil em termos financeiros (liquidez e pagamento), da câmara e empresas municipais. A pressão é muito grande de alguns credores, nomeadamente institucionais e já toda a gente percebeu que a falta de liquidez é generalizada”.
Nada de novo portanto. A Figueira é o retrato do  País!..

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