foto sacada daqui
"7.35 da manhã, toca o telele, acordo em choque, levanto-me ainda em trauma, xixi com direito a pingos fora da sanita, olho-me ao espelho e pareço um farrapo humano, é assim quando me levanto cedo, com propósito de fazer algo que não seja surfar, mesmo que tenha dormido antes 12 horas. Como algo rápido, desço, entro no carro, ando uns metros até a casa do Natas, atrasado, vou buscar o Jaime, tá quase pronto, aparece o Mantorras, logo o Jaime, andamos uns metros e esperamos pelo Marreta, que tomou dois cafés de penalty, apanhamos o Natas. Tudo na carroça para a praia do Cagalhão junto ao Molhe Norte, elas já nos esperavam, não as ondas as médicas da Marinha, Natas tá com picos de ansiedade e o Marreta também, Jaime tá….tá Jaime, Mantorras saudavel que nem um cavalo..."
Continuar a ler este relato de Nuno Trovão na primeira pessoa, em VOCESSES: aqui.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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