Como escrevi no passado dia 5 aqui, “para as eleições de 5 de Junho decidi tomar algumas medidas profiláticas e excepcionais. Uma delas, foi ignorar totalmente os debates entre os políticos. E a razão é simples: só iria perder tempo!”
Se bem o pensei, melhor o cumpri: não vi nenhum.
Em vez de perder tempo com efabulações, sem nada a ver com o meu dia a dia, apenas com marketing, carradas de marketing, preferi aproveitar o tempo de forma útil: viver.
Hoje, o grande tema do dia, presumo que deverá andar à volta de quem ganhou o debate de ontem à noite e, provavelmente, as eleições.
Os dois partidos e os seus líderes têm projectos políticos praticamente iguais. Que me interessa, por conseguinte, quem representou, ontem na televisão, melhor a peça de teatro político?..
O papel do próximo governo vai ser simples e o guião que, forçadamente, terá que cumprir já está escrito: impor aos portugueses a realidade da troika!
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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