Um cidadão, “usava as saídas precárias da prisão para assaltar bancos”.
Segundo o Diário de Coimbra, “em Abril assaltou a agência da Caixa Geral de Depósitos de Santa Clara. Ao final do dia regressou, tranquilo, ao Estabelecimento Prisional de Coimbra!..”
Portugal é mesmo assim. Um cidadão, já preso, continua preso por assaltar um banco, quando existem tantos outros ladrões à solta que assaltaram bancos e o estado em valores incomparavelmente superiores!..
O desenrascanço não leva a nada!..
Isto, está bom é para os profissionais...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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