Nem tudo está perdido para a Europa!...
Então, para a península Ibérica, está tudo em aberto.
Em tempo de crise tudo conta. Num cenário tão negro como aquele em que a maioria dos países do Velho Continente se encontra, uma vitória no Campeonato do Mundo, que decorreu na África do Sul, representa um importante empurrão ao crescimento da economia.
Como se viu, ontem, pelo que o jogo da final do Mundial realizado na África do Sul mostrou, Portugal, melhor, a selecção do Queiroz, teve hipótese de ganhar nos oitavos.
Um golo a mais do que aquele que os espanhóis nos marcaram tinha bastado!...
Vejam lá o quão perto estivemos da glória: um golo!...
Mas, assim, acabou ainda por ser melhor.
A Espanha, com a «brilhante e merecida vitória» de ontem, vai entrar numa euforia de tal ordem de grandeza, que vai ultrapassar as suas fronteiras e arrastar Portugal na onda de desenvolvimento porque certamente vai passar a sua economia...
Vocês ainda hão-de dar conta do benéfico para a Ibéria, que foi não termos eliminado a Espanha nos oitavos!..
Carlos Queiroz é um génio, talvez até mais do que isso, um adivinho ao nível do Paul, o polvo!..
Só ele teve a verdadeira percepção da importância de deixar seguir a Espanha rumo ao cume do mundo futebolístico!...
Sejamos optimistas, pois temos razões para isso...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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