"Vale tudo para enriquecer de qualquer maneira e depressa, sem critério, e isto dito de uma maneira elegante, é uma percepção materialista ordinária da sociedade portuguesa. É a golpadazeca do ordinareco que faz umas jogadas, umas burlas, umas corrupções, umas porcarias, umas porcarias, condenando o país. E com uma ilusão: é que acha que quando morrer leva isso tudo."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 1 de novembro de 2009
Ernani Lopes descreve Portugal
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