António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
Que inveja!...
Espraiando-se pela areia da praia do Cabedelo, como que a fazer lembrar uma companhia de soldados, alinham-se centenas de gaivotas.
No mar, alguns praticantes de surf, contrastam com a praia deserta.
Na praia, dos humanos sobram apenas algumas pegadas no areal...
Pois é, precisamnte, nesse mesmo areal, que lá estão elas, as gaivotas - altivas, como que em pose, donas e senhoras do espaço.
Formam vários grupos, como se estivessem à espera da ordem para voar.
É fim de tarde na praia do Cabedelo...Neste Outono, solarengo, pacato e melancólico, é um privilégio para os nossos olhos, esta paisagem da areia da praia livre do bulício do humano, mas pejada de gaivotas.
As aves dominam!..
Estranhamente, porém, como que a lembrar um exército!
Que inveja destas gaivotas altivas, livres, independentes, belas e completamente indiferentes.
A mim e ao meu deslumbramento!..
Confesso o pecado: que inveja!..
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