António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
FAUSTO CANICEIRO DA COSTA – uma homenagem de um Amigo 15 dias após a sua morte
Na revista “o Mágico”, nº 22 – Março 2001, do Clube Mágico Português, em entrevista no “dossier” que me foi dedicado, respondia às perguntas:“Estamos a iniciar 1973, e reaparece os célebres Festivais da Figueira da Foz. Como foi contigo?
Disseste célebres e bem. Todos nós tivemos a possibilidade de nos celebrizar na Figueira, graças ao esforço e dedicação do Homem que é Fausto Caniceiro da Costa.
Três a quatro gerações de ilusionistas devem estar-lhe agradecidos.
Eu sou um deles. O II Festival de 73, foi para mim muito importante. Dei-me a conhecer a nível nacional.…Tendo sido para ti, a Figueira da Foz a tua base de lançamento a nível nacional, como foi a partir daqui?Esta Figueira, II Festival, poder-lhe-emos chamar também Congresso, como o anterior, já que era organizado pelo Fausto Caniceiro, com a colaboração dos grupos CIF (Porto) e SIASA (Lisboa), portanto com carácter nacional, únicas agremiações de ilusionistas, veio dar um abanão no ilusionismo e ilusionistas, principalmente nos da minha geração. …”Tudo se poderá dizer de Fausto Caniceiro da Costa, mas tudo já está escrito e reescrito sobre a personagem que foi.
Só uma coisa se poderá dar como nunca findável: A palavra “GRATIDÃO” ao HOMEM e HUMANISTA de carácter, que soube ESTAR E SERVIR. DEUS, teve o prazer de o fazer viver durante 92 anos.
Ainda tive o prazer de ouvir a sua voz quente e doce, como de um irmão mais velho, no seu último aniversário.À sua família, os meus sentidos pêsames.
Valongo, 11 de Outubro de 2006
Ivo Helder Welch Martins de Sousa – Fred Allen (no Ilusionismo)
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