sexta-feira, 14 de julho de 2006

Luz e cor

............................................... Foto: António Agostinho


“O mar às vezes parece um céu diáfano, outras pó verde. Às vezes é dum azul transparente, outras cobalto.
Ou não tem consistência e é céu, ou é confusão e cólera.
De manhã desvanece-se, de tarde sonha.
E há dias de nevoeiro em que ele é extraordinário, quando a névoa espessa pouco a pouco se adelgaça, e surge atrás da última cortina vaporosa, todo verde, um verde que apetece respirar.
Diferentes verdes bóiam na água, esbranquiçados, transparentes, escuros, quase negros, misturados com restos de onda que se desfaz e redemoinha até ao longe. E ainda outros azulados, com a cor das podridões. Tudo isto graduado e dependendo do céu, da hora e das marés.”

Do livro Os Pescadores de Raul Brandão.
Jornalista e escritor.
Nasceu em 1867 e morreu em 1930.

10 comentários:

Anónimo disse...

oh AGOSTINHO essa foto nunca poderia ser do teu sobrinho...
está toda torta...
oh pedro ensina o teu tio pá...

Anónimo disse...

" O ar picante e salgado vinha do largo morder-me as narinas, dilatar-me as artérias. E, com ele, antigo e familiar, um cheiro a cordas, a pez, a zarcão e salmoura"
in "As Torrentes da memória. Histórias e inconfidências do arco da Velha" de Luis Cajão, para o Agostinho do

Anónimo disse...

Com todo o respeito pelo apreciador da foto, mesmo torta está uma maravilha. O nosso mar é mesmo bonito! Ao escrever este meu comentário só tenho pena de neste momento não poder ir dar um mergulho (estou a umas centenas de km...).
Mesmo tortas, continue a dar-nos fotos deste tipo.
Obrigado.

Anónimo disse...

Já sabia que o António Agostinho era um repórter de primeira água, um bom cronista, mas desconhecia a grande sensibilidade que se adivinha na captação deste instante.
Um abraço, caro A.A.

Anónimo disse...

Rectifico o final do meu anterior comentário. O que lá deveria estar escrito era:
-Um grande abraço ao A.J.A.

Só ele sabe quem poderia ter memória destas 3 letras.

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

Meu Caro Castelo na Areia:
Claro que sei.
Zé Penicheiro, Joaquim Namorado, Zé Martins, Leitão Fernandes, Falcão .... são Homens que estão nos nossos corações.
Grande abraço e vê lá se apareces

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

Meu Caro Castelo DE Areia:
desculpa o engano. Neste caso o DE faz diferença....
Grande abraço

Anónimo disse...

Castelo de areia é uma coisa efémera, que arrisca a destruição em cada investida do mar, que só vale enquanto dura, que tem um tempo de referência, mas que preserva a matéria antiga forjada no devir das eras, mesmo que com novas qualidades.
Caro A.J.A.: lá para Agosto havemos de organizar um petisco com o Xaninho e remar, de novo, na nossa barca.

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

Ok, Castelo de Areia, tá combinado.
Entretanto, grande abraço.
O Xaninho deve ter visto esta troca de galhardetes, pois também é freguês.

Anónimo disse...

É doce morrer no mar
...
nas verdes ondas do mar
...
Marinheiro saiu de noite
...
De madrugada não voltou
...
Sereia do mar o levou
...
e tornou a fazer cama
no colo de Imanjá!