Para quem viveu e tem memória, a ditadura de Salazar passou pelo temor de uma ida à Guerra Colonial, a fome, os presos, deportados e mortos políticos, mas, sobretudo, pelo atraso cívico e cultural em que nos deixou, que tantos anos depois, na Figueira, ainda se respira, sente e vive.
Para quem tem já uma vida longa e viveu muito, como é possível aceitar que, numa altura em que a Câmara da Figueira continua a ter de viver com medidas de austeridade, um executivo que já leva mais de sete anos no poder, continue a governar o concelho como se fosse sempre carnaval?..
Vocês podem pensar o que quiserem sobre o assunto.
A minha postura sempre foi simples e transparente.
Pessoalmente, nunca aceitei que me tentassem humilhar.
Nem a mim, nem à minha inteligência, por muito frugal e parca que ela seja.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário