A crónica de hoje no jornal AS BEIRAS do vereador PS, António Tavares, mostra que já estamos noutro patamar da política figueirense. Agora, a conversa evoluiu: chegámos ao terreno puro e duro da politiquice "simples!".
Mas esta conversa já me cansou há muito tempo.
Um concelho não anda para a frente, nem dá alegrias aos seus habitantes, com políticos como O Agarra um lugar na Vereação a todo do custo ou O Agarrem-me se não eu candidato-me novamente a Presidente - e tudo o que uma pessoa possa dizer mais é chover no molhado.
O concelho precisa mesmo é de alternativas sérias à politiquice com que nos têm vindo a distrair desde 1997...
A opinião de O Agarra um lugar na Vereação a todo do custo é intrigante: “o executivo, para além
de reuniões parcelares,
encontra-se mensalmente
com todos os presidentes de
junta e estabelece, de forma
sistemática, contactos com
outras entidades do concelho,
está presente nas sessões
solenes das colectividades e noutras cerimónias, e,
em cada mês, presidente e
vereadores recebem perto
de uma centena de pessoas
que vêm à câmara expor os
seus problemas.”
Reaproximar os eleitos dos eleitores, a nível concelhio, com uma reunião mensal com os presidentes das juntas de freguesia?
Ou há politiquice rasteira nisto, ou a coisa é totalmente irreflectida.
Que eu saiba, a maioria dos eleitos para as freguesias do nosso concelho é constituída pelo merceeiro do bairro, o dono do café da esquina, o dono da agência do totoloto, o administrativo do posto médico, o funcionário dos CTT, o enfermeiro, o contabilista que nos ajuda a preencher o IRS, e por aí adiante - que mais não são do que pessoas iguaizinhas a todos nós eleitores, vizinhos muitas vezes.
Estaremos uns e outros assim tão separados?
Sem politiquice, eu, confesso, gostava era de poder morar num concelho onde, se me apetecesse, pudesse ter acesso às reuniões camarárias – mas, para isso, era necessário, que as reuniões continuassem a ter lugar à porta aberta.
Já agora: também gostava de ter livre acesso a um equipamento básico como é o Hospital da Figueira – mas, para isso, era necessário que não tivessem tido a brilhante ideia de colocar um Hospital dentro de um parque de estacionamento.
E já agora para que tudo fique clarinho: a responsabilidade disto senhor O Agarra um lugar na Vereação a todo do custo é sua, pois o seu voto foi decisivo para que as duas coisas acontecessem.
Por isso, O Agarrem-me se não eu candidato-me novamente a Presidente tem o dever de continuar a denunciar isto e muito mais.
Deixe-se de politiquice "simples!" senhor O Agarra um lugar na Vereação a todo do custo: isto é, dentro da vereação assuma, proceda e cumpra de harmonia com o que diz cá fora.
É difícil, eu sei. Para mais para quem lá está porque teve de agarrar um lugar na Vereação a todo do custo.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Inspirada,justa,oportuna,esclarecedora e com memória prosa.
O autor deste blog não "agarra lugares" defende valores.
Ponto.
E diga-me,sr Vereador, essa política de aproximação e verdade passa por nos dizer a verdade sobre a morte dos patos do oásis,quando?
É um fraco exemplo? Pois, mas é um exemplo do ditado "olha para o que eu digo,não olhes para o que faço."
Pois o executivo faz muitas reuniões para bem dos munícipes por exemplo uma delas foi onde decidiram colaborar com o pagamento do parque de estacionamento do hospital.
Enviar um comentário