Em síntese, a "história condensada", resume-se a isto:
- Precisamos de unidade à esquerda.
- Tens razão, vamos fundar um partido.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
“Ao contrário da matemática, em questões de carácter,
o produto de dois números negativos raramente dá positivo”
Laura Abreu Cravo
“Pr’além da inquietação que me apetece”, diz o José Mário Branco e se, por cá, pudéssemos vislumbrar uma alternativa política, uma viragem associada a uma política mais solidária e mais justa, menos cínica e insensível, que propaga uma perigosa indiferença, estaríamos a construir a diferença, assente numa aproximação das esquerdas, assente num programa partilhado de reabilitação do país, de reconquista da dignidade, a contrariar o desânimo e a mobilizar a maioria dos cidadãos para a regeneração da democracia.
Alfredo Barroso (mais um nome convenientemente colocado na prateleira do esquecimento) no seu livro – “A Crise da Esquerda Europeia” - coloca o dedo na ferida: «como explicar que o evidente fracasso do neoliberalismo não tenha provocado uma forte reacção política e um sobressalto ideológico dos partidos da esquerda europeia que alternam no poder com partidos de direita?».
Uma esquerda de compromisso necessário que exclua atitudes irredutíveis e que afirme a capacidade para ser livre através de um pensamento e acção que respeite e promova a constante diferença. O respeito pelo outro passa também pelas palavras das quais nos servimos para com ele construirmos pontes. A esquerda continua fraturada e a “esperar por Godot”, numa crescente despolitização, declínio e desvitalização da Democracia, como valor e como forma de vida colectiva.
Apenas e só a constatação local do “atavismo português curto de vistas e instalado no endémico marasmo”, ou seja a minha quinta, o meu quintal e a minha horta…
Vamos ser objectivos. A escolha que desejamos: mudança!
Somos todos gregos e o Happy End é coisa dos cinemas.
“Eu revolto-me, logo existo.” - Albert Camus
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