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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, é agora um teste ao funcionamento da democracia na Figueira... (2)

Na próxima terça-feira vai haver mais uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia de Quiaios, que o mesmo é escrever: vai haver mais uma tentativa para escolher os vogais da Junta de Freguesia, para Ricardo Santos poder tomar como presidente da junta.

"Sobre o actual momento político em Quiaios", que é complicado, o autor deste espaço, que não é eleitor em Quiaios, considera que o melhor e o mais acertado, é dar voz a José Augusto Marques, "um dos orgulhosos eleitores desta freguesia". 

Na Figueira, além de uma "crise do regime", está também e claramente instalada uma crise da democracia. Por tudo isto, Quiaios constitui um teste ao funcionamento da democracia na Figueira.

A notícia acima, publicada pelo jornal Diário as Beiras, edição de hoje, dá razão ao que deixámos escrito ontem.
Nos grandes partidos políticos de poder na Figueira - PS e PSD -, o aparelhismo é a regra. "Viraram-se ao contrário" no exercício do poder. Ou seja, funcionam para dentro, geram poder apenas dentro, constituem uma barreira para qualquer mecanismo de representação que venha da sociedade, sem o mediar pelos interesses dos seus membros do aparelho. O tráfico de influências e lugares, o nepotismo, mesmo já com uma componente familiar, o rígido controlo burocrático, a criação de carreiras profissionalizadas no poder interno, a corrupção, tudo isto faz com que o poder local seja hoje o lugar que mais justifica a ideia de que estamos a viver na Figueira "uma crise de regime".
Nesta crise política que Quiaios está a viver, sobre o PS Figueira, estamos mais do que conversados. 
A CDU foi responsável, quando viabilizou em 2017 o executivo PS, mediante um "caderno de encargos" que Fernanda Lorigo e o seu executivo, depois de tomar posse,  deixou no papel. Foi responsável, agora, ao não "querer nada" e, portanto não viabilizar um executivo presidido por Ricardo Santos. 
Vamos ver o que vale o PSD Figueira perante o desafio, segundo o jornal,  colocado por Ricardo Silva?!!
(Só pode ser lapso. JA, o autor da peça jornalística, deveria querer escrever Ricardo Santos). 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Quiaios: "a CDU vai avançar com a entrega da demissão colectiva da lista."

Via Agostinho Cruz
"Sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Quiaios,  realizada ontem à noite, quinta-feira,  10 de Dezembro 2020. 
Continuação de mais um triste episódio do momento político da Freguesia.
Período antes da ordem do dia.
Os dois primeiros pontos; discussão e votação das actas das sessões extraordinárias de 28/10/2020 e 7/11/2020, foram rejeitadas por 5 votos contra e 4 a favor.

Eleição por escrutínio secreto dos vogais da Junta de Freguesia.
Novamente o PS pela voz do Presidente em exercício veio propor uma solução já apresentada em anteriores A.F:  António Nascimento e Vítor Ribeiro respectivamente PS e PSD. 
A votação foi idêntica, 5 votos contra e 4 a favor.
O Presidente em exercício não se livrou de ouvir, da parte do PSD, uma advertência pelo facto de insistir numa solução já proposta, com agravante de não ter perguntado ao visado do seu interesse.
Os pontos seguintes estavam relacionados com este, não tiveram seguimento dado o resultado da votação.

Votou-se o Protocolo de Colaboração entre o Município e a Freguesia de Quiaios para apoio ao Funcionamento da Comissão Social da Freguesia.
Resultado da votação 5 abstenções e 4 a favor.
Um pró-forma este Protocolo.
O seu objecto ”erradicar com maior eficácia os problemas da pobreza e exclusão social ao nível das freguesias”. Comparticipação financeira “até ao montante máximo de 500€ por ano ao qual será transferida mediante apresentação comprovativa da despesa”.

Em conclusão. 
A Freguesia não tem Junta, não tem Plano de Investimentos Plurianual e não tem Orçamento pelo segundo ano consecutivo, tudo por culpa do PS.
As soluções chegaram ao fim. 
A CDU vai avançar com a entrega da demissão colectiva da lista."

Neste caso concreto, como sabemos, o funcionamento da justiça, embora lento, ineficaz, muitas vezes incompetente e discricionário, fez o seu caminho. Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou Fernanda Lorigo do poder. 
O PS Figueira, a meu ver, também neste caso, assumiu-se como uma entidade mais ao serviço dos seus membros e na defesa do seu poder, enquanto partido, do que na defesa do interesse da governação da freguesia. 
A preponderância, já manifestada na teia obscura de negociações e interesses na tentativa de evitar o escrutínio pelo voto do Povo, dá do poder do PS Figueira e PS Quiaios, a pior das imagens. E, infelizmente, na minha opinião, a imagem não está longe da realidade. Muita da crise da política figueirinhas, encontra-se e explica-se no modo como os partidos políticos evoluíram nos últimos anos no exercício do poder local.
Face ao passo anunciado pela CDU, a bola vai ficar do lado do PSD.
A democracia pode tardar mas tem de funcionar. Também em Quiaios.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Para quem não perceba a importância das colectividades aqui está um exemplo que ajuda a entender...

Colectividades de Quiaios deixam rivalidade de lado

"Quiaios acaba de dar um sinal de como as antigas rivalidades entre coletividades pertencem ao passado. O Quiaios Clube e o Grupo Instrução e Recreio Quiaense organizaram, recentemente, o “passeio cicloturístico da amizade”.

O evento contou com uma centena de participantes das duas associações, e o almoço que se seguiu, no parque de merendas da Praia de Quiaios, juntou cerca de 200 pessoas, partilhando a mesma mesa.

“Antes de sermos associados de qualquer colectividade, somos conterrâneos, somos todos de Quiaios”, defendeu, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a presidente do Quiaios Clube, Isabel Cardoso.

“Vivemos na mesma terra e temos de nos dar bem”, advogou, por seu lado, o presidente do Grupo Instrução e Recreio Quiaense , José Domingos."

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Quiaios, mais um episódio: nova sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia no próximo dia 7...

Ontem, o jornal Diário as Beiras informava: "o PSD de Quiaios vai recorrer ao tribunal".

Hoje, via Agostinho Cruz.
«Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia 7 de novembro de 2020 
Nos termos do disposto no número dois do Artigo 53.o da Lei n.o 75/2013, de 12 de setembro, distribuo a Ordem de Trabalhos da Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia, a realizar no próximo dia 7 de novembro (sábado), pelas 2íh30, na sede do Quiaios Clube. 
1. Período da Ordem do dia 
1.1. Eleição, por escrutínio secreto, dos vogais da Junta de Freguesia; 
1.2. Tomada de posse dos novos elementos da Assembleia de Freguesia para substituição dos membros da assembleia que irão integrar a Junta de Freguesia; 
1.3. Eleição, por escrutínio secreto, da Mesa da Assembleia de Freguesia; 
1.4. Apreciação e votação de autorização para a contratação de serviços de vigilância para o Parque de Campismo; 
1.5. Apreciação e votação de autorização para a contratação de serviços de limpeza para o Parque de Campismo; 
1.6. Apreciação e votação de autorização para a contratação de serviços de coveiro para o Cemitério de Quiaios; 
1.7. Apreciação e votação da proposta de solicitação de apreciação por parte do Tribunal Administrativo de Coimbra.de gestão atual da Junta de Freguesia de Quiaios; 
1.8. Esclarecimentos por parte da Junta de Freguesia de dúvidas colocadas pela Assembleia. 
Quiaios, 3 de novembro de 2020 
O Presidente da Assembleia de Freguesia António José da Silva Nascimento.
Sessão é Pública»

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Comissão Concelhia da Figueira da Foz do Partido Comunista: carta aberta à população de Quiaios


A Comissão Concelhia da Figueira da Foz do Partido Comunista Português reage à situação política na freguesia de Quiaios numa «carta 
 aberta» que, via Campeão das Províncias, se transcreve:

«1. O impasse criado na Junta de Freguesia de Quiaios deve-se unicamente aos elementos locais do Partido Socialista.
Não satisfeitos com o exercício de um mandato autárquico eivado de prepotência e ilegalidades a que o tribunal, felizmente para todos, pôs cobro, continuam a não aceitar que já não merecem a confiança da maioria dos eleitos na Autarquia de Quiaios e que, como tal, não têm condições para continuar à frente dos seus destinos.

2. Como já é da “praxe”, culpabilizam tudo e todos pela situação por eles criada e não têm a humildade democrática para reconhecer que defraudaram a população que neles votou, por força de uma gestão própria de uma “república das bananas”, onde prevaleceu o desempenho ditatorial da ex-presidente da Junta de Freguesia.

3. Considera o PCP que, neste momento, o que está a acontecer em Quiaios não são mais do que manobras dilatórias com vista a arrastar este processo tanto quanto possível, de forma a evitar dar de novo a voz à população de Quiaios, quem sabe devido ao receio de um resultado que poria fim às ambições pessoais do Sr Ricardo Santos que, contra ventos e marés, quer ser o novo presidente da JF.

4. Compete ao PS assumir as suas responsabilidades e demitirem-se em bloco, pois todos são culpados pela forma desrespeitosa da legalidade com que deram cobertura a um mandato execrável, deixando assim que o processo siga o curso normal e previsto nas leis que regem o Poder Local.»

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Bronca autárquica em Quiaios (III)

Neste post, demos conta das explicações da CDU Quiaios e da Lista “Quiaios Sempre”, sobre a demissão do Presidente da junta logo a seguir à tomada de posse.Como é óbvio, gostaríamos de ter divulgado também a opinião do PS-Quiaios, o que na altura não foi possível.
Mas, agora, já é. Portanto, para os interessados, basta clicar aqui para ficarem a conhecer os “ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO DE QUIAIOS ACERCA DAS AUTÁRQUICAS 2009” do PS local.
Agradecemos o amável mail da Secção do Partido Socialista de Quiaios, a dar conta da publicação do comunicado datado de ontem, dia 5.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

PSD «vai recorrer a todas as instâncias das "manobras" do PS para evitar eleições em Quiaios»...

"...o MAI foi informado em 21/12/2020 da dissolução da Assembleia da Freguesia de Quiaios, este Ministério dispôs de tempo suficiente para a marcação da eleição, mas não o fez! 
Porquê? 
O que andou o MAI a fazer entre 21/12/2020 e 21/01/2021? O que fez durante um mês? 
A não marcação da eleição traduz-se num prejuízo para a freguesia de Quiaios que não dispõe da possibilidade de voltar à normalidade democrática. 
Visto que não existem órgãos da freguesia a funcionar legalmente, como se pode resolver esta situação? 
A solução parece residir numa Comissão Administrativa a nomear pelo Governo e que deverá assegurar os assuntos correntes até às eleições gerais autárquicas de 2021. 
Esperamos pois que o Sr. Presidente da Câmara requeira com urgência, ao Sr. Ministro da Administração Interna, a nomeação da Comissão Administrativa, porque não existe nenhum órgão de Freguesia. 
Lembrar que não é o Partido Socialista que define o que quer para Quiaios é a lei e a população de Quiaios. Chega de incompetência, de prepotência e na incapacidade de terem um projeto para a Figueira da Foz e para Quiaios. 
Não aceitamos estas “manobras” para evitar eleições tentando fazer aparecer um candidato com campanha paga por todos nós. 
Temos a intenção de recorrer a todas as instâncias, de anular todas as deliberações tomadas pelo Sr. Ricardo Manuel Rodrigues Santos enquanto hipotético Presidente da Junta bem como as votações em que participou como tal nesta Assembleia Municipal."

sábado, 26 de setembro de 2020

Ricardo Santos quer ser o próximo presidente da Junta de Quiaios...

Hoje de manhã, logo pela fresquinha, escrevi numa postagem: "para além dos Paços do Município, em freguesias como Quiaios, Alhadas, S. Pedro, Lavos estão a acontecer coisas. Umas, já começaram a ser notícia, outras vão sê-lo em breve."


Quiaios está ao rubro
. O PS está a tentar tudo para que «o presidente da Assembleia de Freguesia de Quiaios, Ricardo Santos, possa ser o próximo presidente da junta, na sequência da perda do mandato da presidente, Fernanda Lorigo, e do secretário, Carlos Patrão, e da renúncia da tesoureira, Maria Helena Custódia Machado.

Todavia, para que o autarca socialista possa assumir o cargo, terá de contar com o voto da oposição, em maioria na Assembleia de Freguesia, órgão onde o PS tem quatro eleitos, o PSD outros quatro e a CDU um.

A Assembleia de Freguesia de Quiaios, reunida na noite de sexta-feira, voltará a reunir-se, em sessão extraordinária, na segunda-feira, 28, tendo como único ponto da agenda a constituição de um novo executivo para aquela junta de freguesia do concelho da Figueira da Foz.

A constituição do executivo, adiantou Ricardo Santos ao DIÁRIO AS BEIRAS, “depende de um acordo com a oposição. Para que a Junta de Quiaios não fique num vazio, tem de haver um compromisso conjunto”, defendeu o autarca.»

Entretanto, também ontem à noite,  "o presidente da Assembleia de Freguesia de Lavos, Osvaldo Oliveira, do PS, foi destituído do cargo".

Em S. Pedro, igualmente, ontem à noite, como era de esperar, aconteceu algo de importante: sem eles próprios darem por isso, caiu definitivamente a máscara a autarcas locais, que andam por lá a conseguir passar entre o intervalos dos pingos, desde 1986.

Nas Alhadas a bomba vai rebentar «em breve»...

Entretanto, «decorridos mais de 40 anos de poder autárquico democrático, continuamos com muitos problemas por resolver na Figueira. Um deles, tem a ver com a classe política que nos tem governado... E a culpa também é nossa. Eleição após eleição, temos caucionado com o nosso voto a troca de valores e princípios, que deviam ser sólidos, por conveniências de circunstância. As eleições autárquicas, não torna ninguém hipócrita. As eleições autárquicas, mostram é até que ponto somos hipócritas. Passamos a vida a reclamar: no momento do voto, colocamos sempre a cruzinha nos mesmos...»

terça-feira, 1 de junho de 2021

Da série, Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, continua a ser um teste ao funcionamento da democracia na Figueira...

Despacho n.º 5368/2021
"Questões que me atormentam na freguesia de Quiaios.
Quando a campanha eleitoral autárquica atingir o auge, palavras como democracia, transparência, rigor e outras mais, serão debitadas às toneladas pelos bem-falantes de turno.
Nomeada que foi uma comissão administrativa, há mais de um mês, para gerir a freguesia de Quiaios até ao próximo ato eleitoral, por entidade competente para o efeito, alguém me sabe dizer quem são os três elementos que fazem parte da dita comissão e se já tomaram posse? E os cargos de cada elemento na comissão, alguém sabe quais são?
Viva a transparência que tanto apregoam!"

Presumo que todos sabemos o que se passou em Quiaios. 
Assistimos ao funcionamento da justiça, embora lento. Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou a presidente de junta Fernanda Lorigo do poder. 
O PS Figueira, a seguir, transformou um caso de Justiça num caso de política. 
É isto admissível numa democracia que pretende ser um regime solidamente implantado na Figueira e em Portugal? Pelos vistos, para alguns, estes procedimentos, são perfeitamente admissíveis e banais na sua normalidade.
Tal entendimento, porém, só mostra a concepção particular da democracia como regime de país bananeiro ou, no caso, de traficante da droga mais poderosa que existe: o poder. 
Só isso conta. Porque só assim se pode condescender com episódios  tristes como este. Na Figueira, além de uma "crise do regime", temos também e claramente instalada uma crise da democracia. Por tudo isto, Quiaios constituiu um teste ao funcionamento da democracia na Figueira. 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, acabou por ser um teste ao funcionamento da democracia na Figueira...

Todos sabemos o que se passou em Quiaios. 
Assistimos ao funcionamento da justiça, embora lento. Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou a presidente de junta Fernanda Lorigo do poder. O PS Figueira, a seguir, transformou um caso de Justiça num caso de política. 
"Os últimos desenvolvimentos – a Secretaria de Estado ao decidir-se pela constituição de uma Comissão Administrativa na freguesia de Quiaios - peca por extemporânea. O assunto deveria ter sido resolvido de raiz e sem delongas, logo que foi conhecida a sentença do Tribunal. O que se passou a seguir, com o PS a estrebuchar fazendo os possíveis e os impossíveis por esgotar os prazos, numa lógica de manter o poder pelo poder, nomeadamente levando à inviabilização da realização de eleições intercalares, como prevê a Lei em casos desta natureza, é do conhecimento geral e fica à apreciação dos eleitores.
Fica provado, se é que para alguns ainda não estava, que a CDU teve razão em todo o processo, desde o seu início, com a denúncia das ilegalidades cometidas e posteriormente sancionadas exemplarmente pelo poder judicial, e depois nas suas tomadas de posição sobre este lamentável assunto.
Faltam uns curtos meses para as Eleições Autárquicas 2021. A voz será dada de novo à população, esperando-se desta uma reflexão acurada sobre o que foi este mandato em Quiaios, eivado de ilegalidades e de incompreensíveis decisões, que resultaram em claro prejuízo para a população da freguesia. Ninguém mais é responsável pelos prejuízos, apenas o Partido Socialista ao mais alto nível no concelho ao apoiar solidária e publicamente, mesmo após a pronúncia do Tribunal, os réus entretanto condenados, sendo por esta via também o Executivo da Câmara Municipal responsável pelo arrastar da situação. Por mais que se esforcem em passar uma diferente mensagem, sacudindo despudoradamente “a água do capote”, esta é a verdade incontornável, nua e crua."

domingo, 5 de junho de 2016

Mamar é porreiro...

Os deputados do PSD na Assembleia de Freguesia de Quiaios conseguiram fazer aprovar recentemente uma moção em defesa do Colégio de Quiaios.
A proposta exige que a Câmara Municipal da Figueira da Foz se pronuncie publicamente sobre a manutenção do Colégio de Quiaios como uma oferta às freguesias mais a norte do concelho.
O documento foi aprovado com os votos contra do único deputado da CDU e de um dos eleitos do PS.
Na moção, é declarado apoio “à continuidade da oferta do Ensino Público, 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico, na freguesia de Quiaios”. “A disponibilidade deste serviço na freguesia de Quiaios, a par de outros, contribui para a oferta fundamental que permite que uma população mais jovem se fixe, contribua para a descentralização e desenvolvimento da Freguesia, por oposição à constante fuga e centralização nos centros urbanos”, refere a moção.
É que, como frisam os eleitos do PSD, a retirada de turmas ao colégio terá “como efeito imediato ou a curto prazo o encerramento desta instituição, que abrange várias freguesias do norte do concelho”.


Nota de rodapé.
Um estudo, de que me lembro um pouco difusamente, relacionava o tempo de amamentação com a inteligência, concluindo que quanto mais tempo se consegue mamar mais rico e inteligente se fica.
Este estudo, de que me lembro um pouco difusamente, acaba  por explicar, também, a lábia de alguns políticos. 
Julgava-se que era porque tinham ido à escola, mas este estudo, de que me lembro um pouco difusamente, mostrou que, afinal, tem tudo a ver com o tempo de amamentação.
Pelos vistos,  muitos não só mamaram até muito tarde, como pretendem continuar a mamar.
Pena, foi entretanto ter-se perdido muita inteligência...
Portugal, podia ser um viveiro de grandes homens da ciência ou até astronautas...
Ficámos com os para-quedistas...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

2021 na Figueira não vai ser fácil...

Na Figueira, houve sempre os chamados «bobos da corte»
São os olhos e os ouvidos do poder. Peões de brega, geralmente anões ou indivíduos com aleijões de vária ordem, que chibam o que acontece no reino, para ocupar as mentes mais perversas. 
Nos dias de hoje, assim continua a acontecer. 
Continuamos a estar na presença de pessoas com aleijões, normalmente de índole ética e moral, que dizem aquilo que passa pelas mentes mais perversas. 
Porém, não o fazem com sentido de humor, demonstrativo de uma inteligência que, manifestamente, não têm, mas com uma desmesurada petulância e  arrogância. 
Nos tempos que correm, até os aleijões produzem bobos de má qualidade.
Sinceramente: não tenho pachorra para isto. 

Comunicado de ontem:

O Partido Socialista lamenta a situação agora gerada pelo PSD e pela CDU, decorrente da apresentação da renúncia ao mandato dos seus membros na Assembleia de Freguesia de Quiaios, o que motivará eleições antecipadas, que decorrerão no primeiro trimestre de 2021.
“Assinala-se a falta de sentido de responsabilidade e a falta de capacidade de assumir os mandatos, quando na oposição, levando a que, no decurso de um mesmo ano civil, em 2021, ocorram duas eleições para a Junta de Freguesia de Quiaios e a que as eleições intercalares aconteçam num período de pandemia, em condições menos propícias a campanhas e à realização de actos eleitorais.
Igualmente grave é deixarem a freguesia em gestão corrente, no momento em que se vive uma pandemia e há uma diversidade enorme de decisões que devem ser tomadas diariamente em prol da Freguesia de Quiaios, do associativismo e dos quiaienses.
Face a esta lamentável e evitável situação, o Partido Socialista demarca-se dessa irresponsabilidade. Fica a dúvida de saber se os membros que integram as listas do PSD e da CDU e que não quiseram manter-se em funções num período crítico da freguesia, do concelho, do país e da Europa, terão a ousadia de se recandidatar, na vã esperança de poderem vir a alcançar um resultado diferente.
Neste contexto, o Partido Socialista irá constituir uma lista com homens e mulheres da Freguesia e concorrer às eleições intercalares, renovando assim o compromisso para com a defesa dos interesses da Freguesia de Quiaios e dos seus cidadãos”.

Recordo o dia 7 de Dezembro de 2019, via Diário de Coimbra e Diário as Beiras:

sábado, 19 de dezembro de 2020

Quiaios, como se degrada a democracia...

Freguesia de Quiaios vai para eleições intercalares
"Com a demissão do eleito da CDU e do PSD, a freguesia de Quiaios vai para eleições intercalares. 
Ontem, na Assembleia Municipal, o presidente da Câmara justificou a ausência de qualquer representante da junta de freguesia, por não haver «em funções, membros legais»."
Citação do Diário de Coimbra

Em Quiaios, como sabemos, o funcionamento da justiça, embora lento, ineficaz, muitas vezes incompetente e discricionário, fez o seu caminho. 
Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou Fernanda Lorigo do poder. O PS Figueira, a meu ver, também neste caso, aparece como uma entidade mais ao serviço dos seus membros e na defesa do seu poder, enquanto partido, do que na defesa do interesse da governação da freguesia. A preponderância, já manifestada na teia obscura de negociações e interesses na tentativa de evitar o escrutínio pelo voto do Povo, dá do poder do PS Figueira e PS Quiaios, a pior das imagens.  
E, infelizmente, na minha opinião, a imagem não está longe da realidade. Muita da crise da política figueirinhas, encontra-se e explica-se no modo como os partidos políticos evoluíram nos últimos anos no exercício do poder local.
Não há demagogia política que consiga branquear esta triste e lamentável situação.
O bom povo, um dia, estará mais atento. Será mais perspicaz e inteligente e saberá eleger melhor as pessoas que andam a servir-se da política...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Inácio Pereira: a "estória" de um Homem simples

Inácio Pereira fotografado por Olímpio Fernandes
 "Já lá vão 31 anos que António Agostinho, jornalista do Barca Nova, escreveu sobre o seu passado desportivo."
Quem  relembra o facto,  neste post, o que me surpreendeu, foi Olímpio Fernandes.
Este recuo no tempo, trouxe-me à memória uma entrevista que um então jovem aspirante a jornalista de 20 e poucos anos, fez para  o  seu primeiro jornal.
Inácio Pereira, na altura, meados de Maio de 1979, tinha  43 de idade.
Por curiosidade,  para quem quiser ler, vou transcrever abaixo a entrevista feita por mim,  há 31 anos atrás,  a Inácio Pereira.


"Se tivesse a 4ª. classe - diz-se na Cova e Gala - chegava a Presidente da República!.." - era o título.
E mais adiante, em sub-título:
"Inácio Pereira, 43 anos de idade, recorda a sua carreira de desportista exemplar e lembra, com saudade, a boa gente de Quiaios..."


O texto da entrevista:
"O Núcleo de Atletismo do Clube Marítimo da Gala tem nas suas fileiras atletas dos 6 aos 70 anos.
Entre todos existe um  - Inácio Pereira - que apesar dos seus 43 anos de idade constitui um exemplo, em entusiasmo, na comparência aos treinos, no pundonor e amor à camisola.
Nas provas em que participa - classe de veteranos - consegue classificar-se, quase sempre, nos chamados lugares de honra.
Inácio Pereira fotografado por Pedro Cruz 
No entanto, não é a procura de classificações mais ou menos honrosas que o faz correr: «corro porque gosto. Sinto-me bem a praticar o atletismo. Nunca ganhei nada com o desporto».
Iniciou-se na prática desportiva com 18 anos, precisamente no Marítimo da Gala, «no tempo em que nem sequer sabia a cor do leite».
«Dinheiro para isso não havia, comia-se um bocadito de pão a seco e viva o velho»...
De seguida, deu-nos conta que em virtude das dificuldades com que a sua família se  debatia nunca foi à escola, começando logo a trabalhar desde muito pequeno: «se queria comer tinha de ganhá-lo».
Apesar de não saber ler nem escrever, nunca se sentiu desfavorecido a correr.
«O que corre são as pernas. É certo que também é necessário um bocadito de inteligência para saber dosear a corrida, mas o fundamental são as pernas».
Das duas únicas vezes que lhe foi possível ir aos distritais obteve dois magníficos 4ºs. lugares.
«Fui atleta do Ginásio Figueirense. Por haver desorganização neste Clube e como gostava muito de Atletismo, fui correr para o Quiaios Clube. Aqui as coisas já estavam melhor. Eu ia da Cova para Quiaios de bicicleta, muitas vezes com a barriga vazia. O que me valeu foi Quiaios ser uma Terra de boa gente, que olhava à minha situação. Quando ia aos treinos  davam-me de comer. Aproveito esta oportunidade para agradecer ao meu treinador desse tempo, o sr. Rafael de Sousa, o muito que fez por mim. Não esqueço essa gente. Só abandonei o Quiaios porque o Clube acabou com o atletismo».
Inácio Pereira também colaborou muitos anos com o GDCG
Nas pequenas aldeias, para se poder praticar desporto, é preciso ultrapassar um rosário de dificuldades: são os locais apropriados que não existem; meios de transporte, a deficiente alimentação dos atletas. Em resumo, as dificuldades são tantas que por vezes até o calçado falta...
Inácio Pereira, ele próprio com dificuldades enormes, não desanima: «enquanto as pernas puderem, continuo a correr».
Homem inteligente e perspicaz (na Cova e Gala, onde é uma figura extremamente popular, por brincadeira até dizem que se tivesse a 4ª. classe o Inácio chegava a Presidente da República...), tem sempre uma resposta pronta e incisiva, o que lhe permite desembaraçar-se em qualquer situação, mesmo a mais difícil, de maneira airosa.
Desportista que se houvesse tido as possibilidades que merecia poderia ter sido alguém no atletismo , reflecte ao fim e cabo as dificuldades de que continua a enfermar o nosso desporto, fruto, aliás, da sociedade em que continuamos a viver".
A.A.

31 anos tem este trabalho jornalístico. Lembrá-lo hoje aqui, creio constituir uma ajuda para entender a Cova e Gala e o Portugal do final da época de 70 do século passado e perceber também o País que somos hoje, em 2011. 

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Perante os "salazaretes" do poder local, Quiaios só tem uma solução: o funcionamento da Democracia...

"Sem resultados conclusivos, foi dada como terminada pouco tempo depois de começar, a Assembleia de Freguesia de Quiaios, 6 de outubro de 2020, que tinha como ordem de trabalho; eleições dos vogais para a Junta de Freguesia; e tomada de posse de novos elementos da Assembleia. 
Nada disto se realizou em virtude da confusão no emaranhado das Leis que o PS mantém para sobreviver.

A meio da tarde, via email, foi recebida uma cópia de um Pedido de parecer - Substituição do Presidente da Junta de Freguesia e atos subsequentes, enviado a Comissão Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, solicitando com carácter urgente, e parecer jurídico da CCDRC, assinado pelo Presidente da Junta em exercício.

No início dos trabalhos o PSD apresentou à Mesa duas exposições; uma sobre qual o fundamento que o Presidente em funções tinha direito a voto na Assembleia; a segunda colocava em questão a convocação da Assembleia não ter sido convocada e conduzida pelo elemento melhor colocado na lista mais votada das últimas eleições. 

A mesa não respondeu, ficando para mais tarde, que é dizer para a próxima Assembleia.

Um facto novo nesta Assembleia, a presença, na mesa, da Tesoureira que renunciou ao mandato, defendendo que de acordo com a lei, e antes de ser substituída, podia assistir aos trabalhos.

Vamos esperar pelo parecer e depois nova Assembleia para por fim a estes contratempos, que só tem um culpado o PS.

Pedimos desculpas, aos leitores deste post, por não obterem da nossa parte um comentário ao sucedido. Pelo simples facto de o novelo ser de tal ordem enfadonho, grande e complexo desde o início que não damos com a ponta."


Há um notório e crescente mal-estar no nosso concelho. Muita gente começa a aperceber-se da mediocridade política em que vivemos. 
Quiaios continua ao rubro. Para o PS, percebeu-se desde que os Tribunais demitiram a anterior presidente, o importante é Ricardo Santos ser o senhor que se segue como presidente da Junta... 
Tem valido tudo. Na noite passada estavam vários cenários possíveis em cima da mesa. Dada a posição já definida da CDU, a dúvida passava pelo PSD local.
 
O responsável pelo OUTRA MARGEM não é militante de qualquer partido. Contudo, tem respeito por quem é militante dos partidos. Militar num partido, porém, é, apenas, uma das formas de participar na democracia. 
A Figueira não tem classe política. Tem dirigentes repartidos pelos partidos. Partindo do princípio que existia na Figueira “classe dirigente", não poderia estar a acontecer esta crise da Democracia em Quiaios.
A Figueira - e o concelho -  está entregue a um grupo fechado e restrito. Isto é: quem tem a maioria absoluta, não passa de uma parcela da classe politica dirigente - que foi mal selecionada e está a mostrar-se mal preparada sob o ponto de vista democrático. 

Este naco da classe política figueirense vive entregue a si mesma, às suas conversas e jogadas de bastidores. A política, na Figueira, tornou-se num medíocre misto de jogadas e intrigas. Sobreviveram os piores. A falta de diálogo que hoje existe entre as cúpulas partidárias locais, resulta de tricas, questões e rivalidades puramente pessoais. 
A mediocracia (expressão criada por Balzac para designar “nova classe política burguesa”) é hoje pior que nunca. 

Neste momento, temos alguns "salazaretes" na política local. Recorde-se o que se passou recentemente em S. Pedro... Os partidos foram assaltados. A democracia é pouco participada, não só, mas também, porque muitos foram afastados. O espírito ditatorial prevaleceu. Há todo um conjunto de "salazaretes" de segunda, que dominam o sistema.
As consequências estão à vista: estamos a ficar afastados do desenvolvimento e do exercício da fruição da vida vivida em democracia. 
Os "salazaretes" sabem que, para sobreviver politicamente, têm de estar ao serviço de que manda no partido do poder...
Quiaios só tem uma solução: que se consiga por a democracia a funcionar.
O PS Figueira, já deveria ter sido capaz de entender o óbvio: o exercício de um cargo político em democracia, é um serviço público em prol da comunidade, em geral, e não dos interesses particulares ou de grupo.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Mesmo com uma moção de censura o executivo da Junta de Freguesia de Quiaios naõ se demite!..

 Via Diário as Beiras
"Em 6 de Dezembro de 2019, a presidente da Junta de Freguesia de Quiaios, Maria Fernanda Lorigo, e o secretário, Carlos Alberto Patrão, foram  condenados pela prática de um crime de prevaricação de titular de cargo público a penas de prisão, suspensas, e à perda de mandato. À ex-tesoureira, Ana Raquel Correia, também foi decretada uma pena de prisão suspensa.
Os três arguidos foram julgados por terem favorecido o pai da autarca, Manuel Lorigo, para que este fizesse os serviços de manutenção das Piscinas da Praia de Quiaios. O tribunal considerou que Fernanda Lorigo foi quem teve “o papel mais activo” e aplicou-lhe uma pena de três anos e nove meses de prisão. Já Carlos Patrão foi condenado a dois anos e 10 meses e Ana Correia a dois anos e seis meses de prisão. Todas as penas foram suspensas por igual período.
Os três arguidos terão ainda de pagar ao Estado 8.700 euros em partes iguais."
Ontem, no decorrer da Assembleia de freguesia de Quiaios, uma "Moção de Censura ao Executiva da Junta, apresentada pelo PSD. Com o voto favorável da CDU a Moção foi aprovada por maioria."

Em 9 de Dezembro, no decorrer da sessão camarária realizada, foi a seguinte a posição do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Perante o que se passou na Assembleia de freguesia de Quiaios, realizada ontem, o presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, não tem mais nada a dizer?

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

CDU da Figueira da Foz com propaganda vandalizada em Quiaios


Via OBSERVADOR

"A CDU da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, apresentou esta quinta-feira queixa na GNR por vandalismo da propaganda eleitoral para as eleições autárquicas de dia 26 na freguesia de Quiaios.

Em comunicado, a candidatura liderada por Bernardo Reis informou que apresentou, na Guarda Nacional Republicana (GNR) de Quiaios, “uma queixa-crime contra desconhecidos” por “vandalização de propaganda eleitoral” referente à candidatura à freguesia de Quiaios na campanha autárquica 2021.

Num cartaz da lista à Assembleia de Freguesia de Quiaios, foram recortados os rostos de dois dos candidatos, entre os quais o cabeça de lista, de acordo com as fotos enviadas pela CDU à agência Lusa."

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Como se degrada a democracia...

O que se passou na Junta de Quiaios, foi um caso de polícia que seguiu para julgamento em tribunal.

Em 6 de Dezembro de 2019, a presidente da Junta de Freguesia de Quiaios,  Maria Fernanda Lorigo, e o secretário, Carlos Alberto Patrão, foram condenados pela prática de um crime de prevaricação de titular de cargo público a penas de prisão, suspensas, e à perda de mandato. À ex-tesoureira, Ana Raquel Correia, também foi decretada uma pena de prisão suspensa.

Os três arguidos foram julgados por terem favorecido o pai da autarca, Manuel Lorigo, para que este fizesse os serviços de manutenção das Piscinas da Praia de Quiaios. O tribunal considerou que Fernanda Lorigo foi quem teve “o papel mais activo” e aplicou-lhe uma pena de três anos e nove meses de prisão. Já Carlos Patrão foi condenado a dois anos e 10 meses e Ana Correia a dois anos e seis meses de prisão. Todas as penas foram suspensas por igual período.

Os três arguidos terão ainda de pagar ao Estado 8.700 euros em partes iguais.

Fernanda Lorigo recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra que confirmou a decisão da primeira instância e obrigou a presidente da Junta de Quiaios, Fernanda Lorigo, a perder o mandato, com efeitos a partir do passado 25 de Setembro, dia em que foi notificada sobre a decisão do acórdão.


A Juventude Socialista e Concelhia tiveram a reação que a imagem mostra. A banalidade destas solidariedades partidárias, impressiona. O exemplo deveria, em princípio, vir de cima. Perante uma sentença judicial, cai pela base qualquer argumentação a propósito de legitimidade democrática que permite aos partidos e aos políticos, comportarem-se deste modo vergonhoso. Isto não é populista, nem contra os partidos. Muito menos sou apologista de regimes sem partidos. Só gostava era de ver concretizado, na prática, que os partidos, neste caso concreto o PS, respeitam as regras democráticas da separação dos poderes. A primeira característica da ética é a lealdade. Não confundir com fidelidade porque essa é uma característica dos cães. 


Este, foi mais dos casos de polícia envolvendo personalidades que se tornaram conhecidas por via da política.

Isto tem acontecido, sobretudo nos dois partidos do chamado arco da governação, PS e PSD, e no agora quase moribundo  CDS.

Na guerrilha política, os partidos usam esses casos. É o que está acontecer na Figueira.

Neste caso da presidente de Quiaios foi destituída pelo Tribunal. Nem sequer está em causa se as acusações e suspeitas são ou não são verdadeiras, estão ou não  provadas, nem esquecer a presunção da inocência. 

O Tribunal julgou e aplicou a pena.

O  que interessa, neste momento, é que o Tribunal condenou comportamentos eticamente inaceitáveis. Neste caso houve condenação. Logo, a meu ver, o PS foi atingido, pois tem responsabilidades. Os partidos políticos individual e colectivamente têm responsabilidade naquilo que de ilegal fazem alguns dos seus altos dirigentes, em particular nos crimes que envolvem o exercício do poder, ou a influência adquirida pelo poder, porque não criaram no seu seio uma cultura de intransigência face a estes crimes, principalmente com todas as formas de tráfico de influência e corrupção, e convivem sem dificuldades com práticas que dão origem a verdadeiras carreiras, com algumas a desembocar no crime.


No actual estado de degradação das estruturas partidárias, em que a militância desinteressada e a adesão político-ideológica é quase irrelevante em relação à carreira no aparelho partidário, os partidos no seu interior são verdadeiras escolas de tráfico de influência, de práticas pouco democráticas como os sindicatos de voto, de caciquismo, de fraudes eleitorais, de corrupção. 

Um jovem que chegue hoje a um partido político por via das "jotas" entra numa secção e encontra imediatamente um mundo de conflitos internos em que as partes o vão tentar arregimentar. Quando entra, ele pode esperar vir para fazer política, mas vai imediatamente para um contínuo e duro confronto entre uma ou outra lista para delegados a um congresso, para a presidência de uma secção, para uma assembleia distrital, em que os que já lá estão coleccionaram uma soma de ódios. Ele entra para um mundo de confrontação pelos lugares, que se torna imediatamente obsessivo. Não se fala doutra coisa, não se faz outra coisa do que procurar "protagonismo" e "espaço político".

Se  tem apetência para este tipo de vida, passa a ter uma sucessão de reuniões e começa a pertencer a uma qualquer tribo, herdando os conflitos dos dirigentes dessa tribo e participando do tráfico de lugares e promessas e expectativas de carreira. Não lhe custa muito perceber que neste meio circulam várias possibilidades de ter funções cujo estatuto, salário e poder são muito maiores e com menos dificuldades do que se tiver que competir no mercado do trabalho, e tiver que melhorar as suas qualificações com estudos e cursos mais árduos. Por via partidária, ele acede à possibilidade de ser muita coisa: por exemplo,  presidente de junta, assessor, entrar para uma empresa municipalizada, ir para os lugares do Estado que as estruturas partidárias consideram "seus" como sejam as administrações regionais de saúde, hospitais, escolares, da segurança social. Etc...

Tudo isto ainda na faixa dos vinte, trinta anos. O grosso da sua actividade tem a ver com um contínuo entre o poder no partido e o poder na câmara municipal, ou no governo, um alimentando o outro. Com a ascensão na carreira, tornou-se ele próprio um chefe de tribo. Pode empregar, fazer favores, patrocinar negócios, e inicia-se quase sempre aqui no financiamento partidário e no perigoso jogo de influências que ele move. Como dirigente partidário ele é o chefe de um grupo que dele depende e que o apoia ou ataca em função dos resultados que tiver, em apoios, prebendas, lugares, empregos, oportunidades de negócios. 


Depois é sempre a somar. Entretanto, já se habituou a ter carro, telemóvel, almoços pagos... Paga do seu bolso muito pouca coisa e conhece todas as formas de viver com o dispêndio do menor esforço. O seu prestígio social é nulo. Contudo, o seu poder partidário cresceu. Entra nos combates partidários a favor dos seus e aliando-se com outros que considera de confiança, ou seja gente com o mesmo perfil. Como sabe que o seu "protagonismo" vem do seu poder interno, é a esse poder que dá a máxima atenção. Distribui favores. E quem quiser um favor tem que falar com ele no seu território. 

O seu sentimento de arrogância e de impunidade cresce... 

Até um dia. E é nessa altura que alguns, muito, muito poucos, caem de um dia para o outro, embora ainda menos sejam condenados. E alguns deles, os mais populistas, ainda conseguem voltar a eleger-se, mantendo os mecanismos do seu poder. A justiça conta pouco, mas, de vez em quando, há um acidente de percurso.

E é assim, como se viu a propósito do caso de Quiaios, e as reações corporativistas e de tribo, que se degrada a democracia.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Casos dos presidentes das juntas de S. Pedro e Quiaios: vamos então falar politicamente daquilo que é político - deixem-se de tacticismos políticos e vão ao cerne do problema...


Via Diário de Coimbra
"Em Outubro de 2017, o Tribunal de Coimbra condenou António Matias, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, Figueira da Foz, entre Outubro de 2013 e Junho de 2014, a cinco anos de prisão, ao dar como provados dois crimes de peculato, dois de falsificação de documento e um de prevaricação de funcionário. No essencial, tentou beneficiar a filha enquanto presidente da autarquia, só ficando com pena suspensa porque, notou o Tribunal, não tinha antecedentes criminais. Do julgamento resultaria ainda a condenação de dois elementos da Direcção da Junta (tesoureiro e secretário) e da filha do autarca."

Posição do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, em Julho de 2014, ainda não havia a condenação do Tribunal de Coimbra: "Segundo nota de imprensa da coligação Somos Figueira lida aqui, na reunião de Câmara de ontem, vedada à comunicação social e ao público, "o presidente João Ataíde abordou a situação que se vive no seio do executivo da junta de freguesia de S. Pedro, após o secretário e a tesoureira terem anunciado que pretendiam a demissão das suas funções, na sequência de António Samuel, líder do executivo, ter utilizado dinheiro público, entretanto reposto, para pagar despesas pessoais. O edil defendeu que estas condutas são censuráveis e que, apesar de considerar que há pouca sustentabilidade para António Samuel se manter no cargo, a Assembleia de Freguesia tem autonomia para demonstrar a sua vontade, independentemente da decisão tomada pelo presidente da junta."
Via Diário as Beiras
"Em 6 de Dezembro de 2019, a presidente da Junta de Freguesia de Quiaios Maria Fernanda Lorigo, e o secretário, Carlos Alberto Patrão, foram ontem condenados pela prática de um crime de prevaricação de titular de cargo público a penas de prisão, suspensas, e à perda de mandato. À ex-tesoureira, Ana Raquel Correia, também foi decretada uma pena de prisão suspensa.
Os três arguidos foram julgados por terem favorecido o pai da autarca, Manuel Lorigo, para que este fizesse os serviços de manutenção das Piscinas da Praia de Quiaios. O tribunal considerou que Fernanda Lorigo foi quem teve “o papel mais activo” e aplicou-lhe uma pena de três anos e nove meses de prisão. Já Carlos Patrão foi condenado a dois anos e 10 meses e Ana Correia a dois anos e seis meses de prisão. Todas as penas foram suspensas por igual período.
Os três arguidos terão ainda de pagar ao Estado 8.700 euros em partes iguais."


Em 9 de Dezembro, no decorrer da sessão camarária realizada, foi a seguinte a posição do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. 
Via Diário as Beiras.
 
Entretanto, a presidente da Junta de freguesia de Quiaios vai recorrer da sentença, o que lhe permite permanecer no poder, apesar de já ter sido condenada pelo Tribunal.
Não há aqui, no mínimo, dois pesos e duas medidas do poder autárquico Figueirense?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Bronca autárquica em Quiaios

José Augusto Marques
(foto sacada daqui)

De acordo com o diário As Beiras de hoje, o “Presidente da junta demitiu-se a seguir à tomada de posse.”
Foi tiro e queda: “Augusto Marques tomou posse para o terceiro mandato e demitiu-se de seguida, anteontem.”
Segundo o jornal as coisas passaram-se assim: “PS e CDU coligaram-se na votação para os lugares de primeiro secretário e tesoureiro da Junta de Quiaios. O presidente demissionário tentou gerar acordos e consensos, mas terá obtido como resposta, da parte do PS, que já chegava de conversa e que se procedesse à votação.
O escrutínio esmiuçou as divergências entre o autarca independente, que liderou a candidatura Quiaios Sempre, e aquelas duas forças partidárias.
Recorde-se que o PSD não apresentou candidato em Quiaios, manifestando assim apoio implícito a Augusto Marques. Agora, a assembleia de freguesia vai ter de eleger uma comissão administrativa, e daqui seis meses haverá eleições intercalares.”
Recorde-se que “a candidatura independente obteve um resultado eleitoral de 43 por cento, tendo ganho por 54 votos, o que não lhe conferiu maioria absoluta.”