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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Os perigos que têm de ser evitados no Cabedelo, recém-descoberto pelos interesses imobiliários…

A incompetência; a soberba; o saloísmo; as especulações com os terrenos; os maus arquitectos; o falso tradicionalismo; a mania do luxo e da pompa das elites; as obras de fachada;  e, acima, de tudo a falta de carinho e amor pelo que é essencial na vida das pessoas. 
O tipicismo é a profunda genuinidade... É onde reside a alma de uma cidade como a Figueira, a sua verdade, que se tem que manter, sob pena dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o Parque de Campismo, que foi, já lá vão quase 30 anos, que deu vida e alma ao Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a "maluca" onda de surf, apesar de pessoas como as que compõem o actual executivo camarário, a terem liquidado.
A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo...
Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, é difícil e doloroso constatar que a barbárie e a selvajaria atingiriam a dimensão actual - a que se vai seguir ainda -, quando o que resta de teoricamente protegido  - o Cabedelo - for também devastado pelo “progresso”.

A acção destrutiva que, nestes últimos vinte e tal anos, desabou na Cova e Gala - e que se materializou na forma como se betonizou, se descaracterizou a paisagem e se desfigurou a Aldeia -,  empenha-se, neste momento, em aniquilar o impensável: o Cabedelo.

Este bocado de terra e mar, o Cabedelo, fica do lado sul da foz do Mondego. Como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento da terra – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios – e é um reduto precioso da identidade covagalense, referência obrigatória em publicações que compilam os locais de referência paisagística e da prática do surf a nível mundial, tem vindo a ser alvo, no silêncio dos gabinetes, da mais vandálica acção de destruição: alvo de uma intenção de betonização, numa costa que é por natureza, instável.

A arbitrariedade nesta terra mártir não tem limites, o que pode ser comprovado, com cristalina nitidez, na próxima obra prestes a avançar: a betonização do Cabedelo que, a ser permitido, constituirá o maior crime paisagístico ocorrido  na Figueira.

Os interesses económicos, que têm propalado aos quatro ventos a eleição da praia do Cabedelo como a mais bela de todas as praias figueirenses, o que é verdade, no momento presente estão a tentar condenar esta mesma praia e esta mesma beleza, à pena de morte, sucumbindo à cobiça de colocarem no areal mais umas dezenas de banhistas  da elite e dessa forma ultrapassarem o constrangimento de uma praia que sempre foi pequena, como todas as praias da freguesia de S. Pedro no verão.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Empreitada de Requalificação Urbana do Cabedelo- 1ª fase

foto António Agostinho
"Iniciada nos últimos dias de 2018, esta empreitada pretende aproveitar o potencial turístico da zona do Cabedelo, articulado com a sua qualificação ambiental, libertando a zona mais sensível entre os dois molhes e destinando-a à fruição pública e à prática de desportos náuticos (surf e bodyboard). A sua conclusão está prevista para o 1º trimestre de 2020.
A empreitada adjudicada em, aproximadamente, 2 640 000,00 € (+ IVA) prevê a construção de infra- estruturas, espaços de lazer e equipamentos de uso público. No decorrer dos trabalhos de preparação da empreitada, foram efectuadas sondagens de enquadramento do molhe com os espaços previstos na empreitada.
Nesta altura, decorrem os trabalhos de modelação dos terrenos e implementação das diversas infra- estruturas
."
Nota de rodapé.
O filme tentado passar pela bem oleada máquina de agitação e propaganda da autarquia é sempre o mesmo: ideias aparentemente  generosas, desenvolvimento sustentável, requalificação, qualificação ambiental (e compram-se carros novos a gasóleo!...)  e outras patranhas que se costumam ler às criancinhas para colocá-las a dormir.
No fim,  o que é importante é facturar politicamente.
Politicamente, esta equipa que concorreu pelo PS, dez anos passados, mostrou o que vale: se, sem maioria, ainda deu para disfraçar, com duas maiorias absolutas é o que estão a assistir...
Como escrevi recentemente no jornal DIÁRIO AS BEIRAS, "no Cabedelo sente-se uma paz especial. Por isso, é um local que atrai milhares de visitantes. A protecção da natureza vai confrontar-se com a mentalidade empresarial patente no planeamento desta obra. Está em causa o património natural e a morfologia deste recanto. Os decisores políticos encaram o futuro do Cabedelo como mercadoria, o que vai prejudicar o seu ambiente natural e potenciar a sua gradual destruição.
O turismo depende da sustentabilidade e da preservação. Mas alimenta-se daquilo que vai degradando. O meio ambiente do actual Cabedelo tem que ser protegido. Numa cidade sustentável, tendo as pessoas no centro das decisões, preserva-se o ambiente. Quem olhar para esta requalificação detecta, desde logo, a evidente demagogia desta política, que não serve senão para camuflar a destruição ambiental.
A este executivo falta capacidade de planeamento, coordenação, noção da realidade, dinamismo, criatividade e visão estratégica do concelho como um todo… O Cabedelo precisa de pouco: melhores acessos (incluindo passadeiras em madeira por cima das dunas); manutenção e protecção das dunas; e um balneário com WC para servir os utentes da praia e os amantes dos desportos de mar.
Há uma pergunta que é necessário colocar, não só por causa do Cabedelo, mas também por causa do Cabedelo: quem beneficia com a destruição da natureza, que o mesmo é dizer, da vida?"


Vivemos numa cidade onde muita gente anda a dormir, incluindo alguma comunicação social. A oposição, além de andar a dormir, parte dela anda com problemas colaterais. Depois, temos alguma rapaziada bem instalada e bem remunerada, a  prestar serviços à CMFF.
Por fim, temos o bom povo figueirense, que quer é festas e fogo de artifício.
Nada de novo, a tradição remonta ao império romano, em que os candidatos políticos se distinguiam (e se faziam eleger) pela qualidade e sobretudo quantidade da sua clientela, que orbitava à volta da sua carreira e respectivo sucesso.
Num município de média dimensão, como a Figueira, uma investigação minimamente diligente daria para  verificar a  percentagem da  população que recebe apoios da câmara. Repercutindo as "cabeças" em famílias, facilmente se adivinha como se perpetuam no poder certos e determinados autarcas.
É também por isso que na Figueira é sempre carnaval.

domingo, 11 de julho de 2021

Cabedelo: gastaram milhões de euros e não se lembraram sequer das casas de banho?..

Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaracterizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). E temos o Cabedelo...
Ao longo dos anos fomos alertando para a necessidade de um balneários públicos no Cabedelo. As obras estão quase concluídas. A solução é esta: um contentor...
Para ver o vídeo clica aqui.
Raros são os recantos, como era o caso do Cabedelo, em que as pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, conseguiam ter ali uma vivência e uma vida que, em conjunto, fazia sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que era o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emocionava e dava paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existiam. Não tinham a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionavam, a quem o visitava, sentir que estava num lugar diferente e especial. 
Mataram o Cabedelo, aquele local que, antes destas obras, ainda conseguia oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.
Como qualificar este processo? Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?
O que restou? Do que é que as pessoas se vão lembrar?
Não sei se é por ter me ter criado e crescido por ali, "à solta", mas do que me vou lembrar é de uma fatia que vai fazer parte do saque feito ao litoral, desde o Minho até ao Algarve.
A coberto das denominadas requalificações, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por urbanizações e resorts, mais as suas piscinas, campos de ténis e campos de golfe.
É disto que me vou lembrar quando pensar no Cabedelo de há 60 anos: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Para a Ana do Cabedelo

Imagem via Diário as Beiras. Para ler melhor, clicar em cima
Para quem não sabe, a Ana do Cabedelo, não a política Ana Oliveira, é uma das minhas grandes Amigas. Para a Ana do Cabedelo, não para a política Ana Oliveira, deputada na Assembleia da República, que esteve na passada terça-feira no Dez&10, resultado do processo de sedimentação pessoal acumulada no decorrer da experiência da minha já longa vida, que passou pela fase voluntarista do período a seguir a Abril de 1974, do seu posterior desencanto com o caminho da Revolução, mas que nunca abdicou do exercício quotidiano da Liberdade, em toda a sua plenitude, com os custos que isso teve, mas também com a qualidade de vida que me está a proporcionar, perante a sua prestação no talk show, permito-me comentar. 
Ana do Cabedelo: procura ser livre. Viver obcecada com a política não é saudável para ninguém. Muito menos para a minha Amiga Ana do Cabedelo. Era bom que nos momentos complicados para a Figueira, e para a herança futura de um qualquer partido, existissem jovens jotas que se demarcassem. 
Não é pelo seguidismo e pela defesa fanática dos interesses do partido (justificando "pecados" com os "pecados" dos outros), que vamos lá... 
Face ao que se passa no interior dos partidos, ter feito parte, ou pertencer a uma jota partidária, deveria ser um cartão curricular pouco recomendável para quem queira seguir uma carreira política. Deveria ser, mas não é. Para quem manda nos partidos não é: os jotas são a matilha que há-de continuar a comer o rebanho manso, cordato e acrítico constituído pela maioria dos eleitores. 
Ana do Cabedelo: porque me conheces, sabes que me incomoda a indiferença reinante face à honestidade e à verdade, as trapalhices e trapacices, o vale tudo para manter o poder, o autoritarismo com os fracos e a subserviência para com os fortes, que é o que temos tido na política figueirense, não só por este executivo, mas por anteriores, alguns deles do partido a que pertence a deputada Ana Oliveira. 
Na Figueira, o importante é parecer. Mais do que ser. 
Isso, como sabes Ana do Cabedelo, chateia-me.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

"Este Parque de Campismo, Foz do Mondego, nasceu há 32 anos". Tal ficou a dever-se "por efeitos de um pedido da Câmara Municipal da Figueira da Foz à Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo (assim designada na altura) hoje, Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal , com o intuito de acabar com o campismo clandestino que proliferava na altura, na praia do Cabedelo". (5)

"A praia do Cabedelo é por estes dias uma das praias mais procuradas da região centro. É notável, que nos últimos 20 anos, o Cabedelo tornou-se a praia de eleição de muitos habitantes da cidade da Figueira da Foz. Apesar da distância, o Cabedelo tem como chamariz as águas calmas e um areal mais reduzido. Contudo, apesar de um grande aumento na procura daquele espaço, as infraestrutura pouco mudaram nestes 20 anos. O Cabedelo é hoje uma peça importante no turismo do nosso concelho, porém, o espaço que recebe os nossos turistas é tudo menos apelativo. A visão que Câmara tem para aquele espaço é na minha ótica a que melhor se enquadra num Cabedelo de futuro, que procura continuar a atrair turistas. Na minha opinião, o Parque de Campismo não reúne as condições necessárias de segurança para uma instalação fixa de caravanas e roulottes. A tempestade Leslie é exemplificativa disso mesmo. Aquele foi exatamente o local onde a tempestade causou maior destruição. Considero que Parque de Campismo é o maior desafio que encontramos no Cabedelo, é uma situação complexa e que deve ser acautelada devidamente. Aquele espaço ganhou nas últimos décadas características muito semelhantes aos trailer Parks americanos. Por isso, é para mim fundamental ter as soluções prontas para os problemas que podem surgir, principalmente para as pessoas que utilizem aquele espaço como primeira habitação. A posse administrativa foi a última solução que a Câmara encontrou, perante um concessionário que não concordava com requalificação. Se gostava que houvesse um acordo? Gostava. Mas passados 2 anos de negociações e estando tudo na mesma, não posso aceitar que uma federação ponha em causa decisões tomadas democraticamente e reforçadas em eleições, passado pouco tempo da apresentação do projeto. Contudo, apesar de considerar que não faça sentido a existência de um parque de campismo , defendo que deva ser criada uma infraestruturas para caravanas semelhante àquela que encontramos na Costa de Lavos."
Via Diário as Beiras

terça-feira, 11 de abril de 2017

Erosão costeira na Cova e Gala e na zona a sul do estuário do Mondego e a onda do Cabedelo

Uma delegação parlamentar do PCP esteve esta manhã na Cova e Gala e Cabedelo para ouvir o SOS Cabedelo sobre estes problemas.
Compunham a delegação comunista os deputados Paulo Sá, Manuel Tiago, Carla Cruz e Ana Serrano,que ouviram as queixas de Miguel Figueira e Eurico Gonçalves sobre o modo como a  APA pretende resolver o problema, pois consideram uma solução completamente inaceitável, a construção de um muro na frente do estacionamento da praia do Cabedelo.
Do ponto de vista do SOS Cabedelo é mais do mesmo: a tipologia de intervenção da APA para o Cabedelo repete a receita aplicada em 2015 a sul da Cova - que recentemente foi denunciada na Comissão Parlamentar do Ambiente - reforço da raiz do molhe com obra pesada, incluindo neste caso um muro de betão e ripagem de areias na zona de rebentação para protecção da duna primária que, neste caso, seria feito através da criação de uma nova duna na frente da existente com redução significativa da área útil da praia.
Essa solução é completamente errada como o demonstra o colapso da obra pesada de defesa aderente na raiz do molhe e destruição da duna em Fevereiro de 2017, como a foto abaixo documenta.
O SOS Cabedelo deixou bem expresso que, desta vez, não aceita a ripagem de areia na zona de rebentação, porque atenta contra a primeira defesa da costa: a duna hidráulica. Também não aceita a perda de área útil da praia, porque compromete a viabilidade do uso balnear de uma das praias mais concorridas da região. Finalmente, não aceita qualquer obra pesada que se oponha ao mar, porque frequentemente o prejuízo resultante deste tipo de intervenções é maior do que o seu benefício.
Miguel Figueira e Eurico Gonçalves deixaram bem expresso, "que não é só desta ameaça contra o mar que nos iremos defender. É também da ameaça a princípios básicos do estado de direito, pela forma displicente como a participação da cidadania é tratada. Não podemos aceitar que promovam o debate público que inscreve as mesmas soluções que à porta fechada optam por contrariar. Resistiremos seguros de que irão perder esta contenda. Porque ao mar, ninguém vence!"

quinta-feira, 20 de maio de 2021

O que fizeram ao Cabedelo! (2)

Um vazio humano, um vazio de sentimentos e um vazio de esperanças. 
Um silêncio insuportável. Uma nova realidade tão penosa, quanto desnecessária.

 O Cabedelo perdeu encanto e capacidade de sedução. O vídeo sacado daqui é esclarecedor.

Agora, é um local vazio de gente, vazio de sentimentos e vazio de esperança. 
O Cabedelo está morto. É um  vazio humano num cemitério de obras completamente desajustadas e que nada têm a ver com aquele local. 

O Cabedelo está morto. Mas está mesmo. 
Os espaços  onde passei  belas tardes, locais de alegrias e de esperanças, no fundo altares de almas, estavam vazios. Incomoda-me o vazio, incomoda-me a agonia do Cabedelo, incomoda-me gente que aceita com resignação a morte do Cabedelo. 
Triste Povo. Triste Figueira. Triste concelho. Triste Cabedelo.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Porque é que (para já) ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis?

Via Diário as Beiras
"Os concessionários que aguardavam luz verde para instalarem os seus equipamentos na zona requalificada do Cabedelo já podem levantar as licenças de construção, uma vez que a passagem dos terrenos e de três edifícios, da administração portuária para o Município da Figueira da Foz, já foi formalizada. 
São quatro os espaços concessionados: um destinado a restauração e os outros a escolas de surf. 
Àqueles quatro, em breve poderão juntar-se outros três. 
“Possivelmente, vamos avançar com a concessão dos balneários do antigo parque de campismo, que também deverão ser utilizados para apoios de praia [restauração], negócios relacionados com a atividade do surf ou outros” - vereador Manuel Domingues, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis
Este imóvel instalado na nova praça do Cabedelo é o mais cobiçado.  
O edifício-sede do antigo parque de campismo integra o estudo de viabilidade económica para a concessão da futura marina do Cabedelo, daí ter sido excluído do pacote de transferência de património da administração portuária para o município. 
Todavia, se o estudo concluir que o imóvel não constitui uma mais valia para a concessão do futuro equipamento, poderá também vir a ser concessionado em hasta pública."
Nota de rodapé.
O edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, que eu conheço como as palmas das minhas mãos, que condicionou todo o projecto de requalificação do Cabedelo, que deu, por responsabilidade da gestão socialista à frente da Câmara Municipal da Figueira da Foz,  naquilo que já todos sabemencontra-se num estado de degradação em marcha acelerada para vir a tonar-se numa BELA e TURÍSTICA ruína, a acompanhar, num futuro não muito longínquo, a ruína geral que vai ser o resultado do plano de requlificação  do Cabedelo levado a cabo pelo município da Figueira da Foz entre 2017 e 2022.
Porquê o interesse da administração portuária - recorde-se que um dos membros é o anterior presidente de câmara Carlos Monteiro - em ficar, para já, na posse administrativa de um edifício em tais condições?
Face ao estado do edifício, não seria mais precavido, sensato e lógico, tentar avançar já para a sua concessão e recuperação, em vez de se estar à espera de uma putativa concessão inserida no processo da futura marina do Cabedelo, que ninguém, neste momento, sabe quando vai acontecer, ou se vai mesmo acontecer?
Por outro lado, os três antigos balneários tinham ligações de água, luz e esgotos. Com as obras, ficaram sem essas mais valias. 
Como é? 
Quem ficar com os equipamentos vai ter de refazer essas infraestruturas básicas para uma actividade comercial, ou será o erário público que vai ter de repor o que já existia e foi destruído pelas obras feitas a todo o vapor no Cabedelo, só porque havia fundos europeus disponíveis para gastar ao desbarato, à grande e em força?

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SOS Cabedelo (e outros) anda há muito a alertar para os problemas da erosão a sul do Mondego


Conforme provam as imagens - e muitos exemplos podem ser conferidos aqui -  as preocupações do SOS Cabedelo, assim como as de mais alguns, com a problemática da erosão a sul do estuário do Mondego, já vêm de muito longe e os alertas e avisos aconteceram antes das obras.
Portanto, essa conversa de "treinadores de bancada" pode servir para tudo, menos neste caso em concreto. A cidadania, arrostando até com ameaças, cumpriu o seu papel. Se, quem de direito, ignorou o contributo dos cidadãos, isso não é culpa de quem tentou evitar este atentado ambiental. 
Continuando a cumprir o seu papel, mais uma vez, "o movimento cívico SOS Cabedelo, da Figueira da Foz, alertou para o risco em que se encontram as praias da costa sul do concelho na madrugada face à previsão de forte agitação marítima para hoje, conjugada com a maré alta que foi às 02H36 da madrugada e volta a registar-se às14H57."
Citando a edição de hoje do Diário as Beiras.
"Estão previstas ondas de seis a 11 metros, disse ontem, na reunião da câmara, o presidente Pedro Santana Lopes, que foi ontem ao terreno de forma preventiva, tendo contactado, ontem, Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), juntas de freguesia daquela área e a proteção civil. 
Em declarações à agência Lusa, Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, deu conta de que as previsões para o estado do mar indiciam uma situação preocupante, que vai afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos. Miguel Figueira lamentou que as praias da costa sul da Figueira da Foz estejam “vulneráveis e desprotegidas” para resistir a fenómenos normais do mar.
Uma política que “vê o mar como inimigo” 
“Estamos fartos desta política costeira, que vê o mar como inimigo e se apronta a atirar-lhes com pedra. A única maneira que temos de fazer proteção costeira é perceber como o mar funciona e trabalhar com ele”, sublinhou. No caso do Cabedelo, cuja intervenção o movimento SOS contesta desde a sua execução, Miguel Figueira defendeu que os galgamentos vão continuar a existir enquanto não for colocada areia à frente da duna primária. 
Críticas também dirigidas à APA
 “A APA deu cobertura a uma intervenção nunca vista em lado nenhum, ao meter areia atrás da duna, que não faz nada, pois tem de ser colocada na praia à frente da duna”, explicou. O SOS Cabedelo tem defendido a construção de um bypass, que faça transferências contínuas de areia, “para que a praia esteja bem nutrida e a dissipação de energias (do mar) se faça muito antes do mar atacar a duna primária”
Outro dos pontos críticos apontados por Miguel Figueira é a praia da Cova- -Gala, que sofreu “intervenções erradas há muitos anos” e que devia receber alimentações de areia no fim do verão, que já não são efetuadas desde 2019. 
O problema da erosão costeira tem sido uma temática bastante discutida na Figueira da Foz, tendo-se realizado no dia 15 uma sessão de esclarecimento com a APA sobre as intervenções previstas para o concelho. Na reunião, o presidente da câmara exigiu celeridade nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou com formas de luta se os processos não avançarem."

Tudo foi dito e escrito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar... Resta-nos a promessa dos paquetes de passageiros e os números das toneladas dos cargueiros...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Cabedelo: uma obra que mostrou a "burrice" do PS Figueira em todo o seu esplendor...

Sejamos rigorosos e justos sobre as obras do Cabedelo. Agora, que o mal está feito, todos são unânimes: as obras do Cabedelo correram mal. Contudo, nem sempre todos disseram que as obras iam correr mal... 

A Figueira em 2023 (apesar destes 2 anos de mandato do Dr. Santana Lopes), mostra que 12  anos de gestão socialista, foram um caso sério da destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo,  foi um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. 
Buarcos, a "baixa da cidade", o Cabedelo, o Jardim Municipal são exemplos que todos podemos ver no nosso dia a dia.
Terá sido por mero acaso ou obra do destino?
A toda esta incompetência  juntou-se a mentira sistemática. 
Lembram-se do folhetim protagonizado pelo próprio dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave, a meu ver, foi construir, como é o caso do Cabedelo, onde existiam dúvidas se se podia  construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas, como mostra a foto de Preciosa Eysoldt.
Houve, em devido tempo, quem alertasse para a gravidade da situação. Ficámos praticamente isolados na denúncia. O PSD, em minoria na Câmara Municipal da Figueira da Foz (PS 6; PSD 3), fez o que pode. E pode pouco, na altura, pois o Poder Absoluto do PS/Figueira não ouvia nungém. 
Agora, tarde piaram. O Cabedelo, para mim, passou a ser um mero local de passagem para apanhar o barco para a outra margem.
Para mim tanto se me faz: quem fez ao Cabedelo o que fez, vá para lá fazer corridas de skate: o piso é uma maravilha.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Cabedelo: sem planeamento e ao sabor do acaso...

 VIA DIÁRIO AS BEIRAS

Se o objectivo era regenerar o Cabedelo, havendo projecto e recursos financeiros, para isso, o lógico seria planear a obra de forma a reduzir o impacto da mesma.
Quem esteve atento, desde a apresentação do projecto inicial no Desportivo Marítimo da Gala, facilmente verificou que a opção não foi essa.
A ideia foi sempre passar a imagem de obra grandiosa. 
Onde ficou o planeamento?

O resultado está à vista.
Até a escassa meia dúzia de árvores que havia no Cabedelo desapareceu,  arrancadas pela base. Escaparam duas, que estão numa área vedada do Surf Bar.
O resultado já está à vista no Cabedelo: uma chaga, uma vergonha e uma desgraça para o concelho. Uma ferida aberta, para os que gostam verdadeiramente do Cabedelo, lhe deram vida e fizeram daquele espaço o que era e que foram corridos.
Este processo teve uma virtude (só uma): mostrou o verdadeiro calibre de quem governa os destinos do concelho.
O  desastre no Cabedelo é total. Nem concluirão o que seria suposto concluir: aqueles edifícios em ruínas, vão perputuar-se no tempo...
O Cabedelo do futuro vai ser mais uma imagem que irá mostrar a todos o resultado das consequências da gestão deste executivo municipal.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Que pena não estar na Figueira...

A iluminação do mar, na praia do Cabedelo da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017. O projeto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.

"Surf iluminado", é uma crónica de José Fernando Correia, publicada ontem no jornal AS BEIRAS. Passo a citar.
"Está anunciada para amanhã a apresentação pública do projecto de iluminação da praia do Cabedelo, tornando-a apta para a prática do surf e de outros desportos durante a noite. O arrojo do projecto parece-me assinalável e pode constituir um importante elemento de atracção para aquele espaço, com a vantagem de ocorrer em “contratempo” com a sua fruição clássica, de perfil diurno. Também não ignoro que o funcionamento, em concreto, da infraestrutura terá de estar rodeado de todos os cuidados, sobretudo no que toca aos aspectos relacionados com a regulação dos períodos de utilização e respectiva segurança. Como é sabido, a ideia resulta de uma proposta apresentada no contexto da 2ª edição do Orçamento Participativo e que, apesar de não ganhadora, foi acolhida pelo executivo municipal e integrada no respectivo programa de acção, no quadro mais geral da intervenção de fundo prevista para o Cabedelo. Este aspecto é da maior relevância e enfatiza as potencialidades do orçamento participativo enquanto plataforma organizada de lançamento de ideias e não exclusivamente enquanto concurso de corrida aos votos neste ou naquele projecto. Mostra também que não há uma contradição insanável entre o regime geral da democracia representativa e a vigência de fórmulas de democracia directa. Ao contrário, como agora se demonstra, eles podem até ser complementares. Os cidadãos sinalizam as suas preferências e cabe depois ao executivo municipal aquilatar da sua bondade e da sua integração nos seus planos de acção. Boas ondas!"

Nota de rodapé.
Recorde-se: o projecto para a iluminação que tornará possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Cabedelo, um lugar perigoso e deprimente

Recordando um post de 11 DE ABRIL DE 2008:

“O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi hoje adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
A obra, considerada fundamental pela tutela e comunidade portuária, vai permitir a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz e deverá estar concluída até Fevereiro de 2010.
Com um preço base de 12,5 milhões de euros, a intervenção compreende a extensão do molhe em 400 metros, bem como a ampliação do canal de navegação.”
Mas, será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego."

Passados mais de 14 anos a realidade está aí e não pode ser mais escondida.
Um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), apresentado ontem no Desportivo Clube Marítimo da Gala, alerta para o risco de inundações no Cabedelo. O trabalho foi realizado ao abrigo do “Projeto Mosaic.pt – Relevância e contributo para a análise de risco de inundação costeira”.
Imagem via Diário as Beiras

Entretanto, foram feitas aquelas obras no Cabedelo... O resultado está à vista:
A Figueira, em Setembro de 2022, depois da passagem durante 12 anos do PS pelo poder autárquico, é um caso sério e visível de destruição gratuita de uma cidade. 
Ao mesmo tempo, é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. 
Buarcos, a "baixa da cidade" e também o Cabedelo são prova disso. 
Sem esquecer o Jardim Municipal.
Como escrevi em 9 de Abril de 2017, muito antes do início das obras, "longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo está a ser alvo de um atentado." 
O resultado está aí. A herança deixada no Cabedelo pelos executivos de João Ataíde e Carlos Monteiro, não vai ser fácil de concluir e gerir por Santana Lopes.
Espero que quando for a inauguração, a placa faça a devida justiça a quem "obrou" tal disparate.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Por vezes, a perspectiva da Aldeia, vinda do outro lado, pode trazer-nos uma agradável surpresa!..

No Cabedelo, basta olhar e ver, até onde a vista alcança, e ficamos com a alma cheia de um contentamento que não é fácil de descrever, mas que uma sensibilidade arguta e aguçada, como a da Isabel Maria Coimbra, consegue transmitir. 
Foi, penso eu, uma forma diferente e boa de reencontro interior e anterior. Isto é, que remonta a anos atrás, quando o Cabedelo era a praia de eleição da Isabel Maria Coimbra, a autora do excelente texto que passo a citar.

MOMENTO SALVÉ CABEDELO: 
foto Isabel Maria Coimbra
"Já pensámos, fotografámos ou desenhámos um mar alaranjado do sol poente onde não há lugar para enjoo. 
Muitos, contam histórias vividas à beira mar com heróis verdadeiros ou inventados. 
Outros, procuram longe de casa praias e mares invulgares na busca de instantes diferentes e felizes. 
Alguns, os sonhadores, já imaginaram embarcar entre peixes e cheiro a maresia. 
O certo é que procuramos sempre algo de novo na imensidade salgada do mar. Algo que nos reconforte e recompense do abandono e da insensatez da acção do Homem no litoral, que tem tido consequências desastrosas na orla marítima. 
(…)
A “aldeia” é pequena e a viagem é curta.
Basta atravessar a ponte para a outra margem que logo chegamos à rotunda da Gala. Viramos à direita e seguimos a via, curvando ligeiramente à esquerda uns metros à frente. 
Prosseguimos o caminho virando novamente à direita e uma placa de sinalização indica-nos o Cabedelo e o Parque de Campismo
A rua, estreita de Verão para acolher o trânsito e os viajantes, parece agora ampliada. O piso acrescentado ao antigo alcatrão revela que o Município não tem aquele canto de terra no top de preferências ou prioridades turísticas
No primeiro contacto de fim de trajecto avistamos, do lado contrário da borda do mar, a Escola de Surf
Lançamos um olhar fortuito em redor para termos a certeza que não chegámos ao fim do mundo numa mesma cidade. Estacionamos a viatura numa espécie de parque de estacionamento, feito à pressa e sem carinho, num terraplanado irregular. Assim que nos aproximamos do paredão sentimos um forte (e único) sabor a mar. 
foto António Agostinho
O lugar convida a uma conversa sem rumo. 
Seduz à contemplação daquele belo recanto aconchegado pelo calor do Sol. 
Não há vento.
Nem frio. 
Nem ruído que perturbe a paz de um final de tarde a reter em boa memória. 
No cimo das pedras vêem-se umas esculturas interessantes feitas por um francês, que lembram algo místico. 
A simplicidade é perfeita. 
Não é todos os dias que capturamos um pôr - do -sol luminoso poisado na leve ondulação do oceano mas...aconteceu hoje na esplanada do café bar do Parque de Campismo do Cabedelo. 
Se a vida tem horas salutares de convivência e dias felizes de descanso… que seja aqui. 
Um lugar a revisitar. Perto. Lindo. Tranquilo… tristemente longe dos interesses de uma autarquia como local a preservar e a socorrer com urgência.
Muito obrigada ao excelente anfitrião Antonio Agostinho, pelo amor à terra que o viu crescer, pela conversa despretensiosa e pela tarde na “outra margem” no bar do Cabedelo."

terça-feira, 6 de junho de 2017

As máquinas já chegaram ao Cabedelo esta manhã...

Esta manhã
 na praia deserta e tranquila,
as máquinas,
quais destroços,
deram à costa
na praia calma do Cabedelo.

O Cabedelo,
é um lugar calmo,
mas onde se pressente a fúria
e a alegria 
nesta maré de incertezas
e destroços.

O Cabedelo,
é um lugar de encontros e desencontros,
de peixes raros,
 alguns coloridos,
de memórias à esquina do ouvido,
e do mar em fundo 
companheiro da voz.

O Cabedelo,
é um lugar de gaivotas,
de Liberdade.
Onde nenhum coração se rasga
na praia tranquila
por outro motivo que não seja de amor...

Não me roubem o Cabedelo.

sábado, 20 de agosto de 2016

Memória do Cabedelo, de quando a Câmara da Figueira e os patrocinadores fizeram um trabalho incrível, com muita atenção aos detalhes e à imagem profissional que queriam passar...

Foto António Agostinhio
Compensa levantar cedo. 
No Cabedelo, ontem, de manhã, esta neblina, associada às primeiras luzes dia, estava fantástica. 
Começar o dia com uma foto assim, é ganhá-lo! 
Do nada, na neblina da paisagem, está a imagem de marca do Cabedelo: um surfista a correr ao encontro do mar e da onda.
A tal onda do Cabedelo, a mais conhecida da Figueira da Foz, devido ao facto de no final do passado século ali terem decorrido provas do mundial de surf WT.

Recuemos ao ano de 1996. No Cabedelo decorria o primeiro evento do World Championsip Tour a disputar-se no nosso país, o Coca Cola Figueira, 12ª etapa dessa época, disputada entre 1 e 8 de outubro. 
Um dos momentos mais marcantes na história do surf nacional estava agendado para as ondas do Cabedelo, na Figueira da Foz. 
Kelly Slater já somava na altura três títulos mundiais, e chegava a Portugal com o «tetra» na mira - que igualaria o recorde do australiano Mark Richards.
Na luta pelo título dessa época estava também Shane Beschen e a matemática para a etapa portuguesa era simples: para Kelly bastava que Shane não conseguisse chegar à final e sagrar-se-ia campeão do mundo. O seu rival na altura acabou por facilitar a tarefa, ao não comparecer na etapa portuguesa. Slater era, antes sequer de competir, campeão do mundo pela quarta vez.

Quis o destino - e alguns aviões perdidos - que o agora onze vezes campeão nacional não chegasse a tempo de competir na ronda 1, pelo que a passagem pela ronda 2 se tornava obrigatória. À sua espera estava Bruno «Bubas» Charneca, o primeiro campeão nacional português, que se tornaria o primeiro português a eliminar o lendário surfista da Flórida, já tetracampeão do mundo. Ruben Gonzalez, Tiago Pires e Frederico Morais são os outros surfistas lusos que se podem orgulhar do mesmo feito.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?...

Aí pelos idos de 2010, 2011, as Câmaras Municipais (a Figueira também...) colocaram as aldeias às escuras, à noite, desligando as luzes para não gastarem energia. Assim aconteceu na minha aldeia (a excepção, foi a minha Rua). Há sessenta anos atrás, a minha aldeia quase que não tinha electricidade: nem de noite nem de dia.
Em 2011 - basta consultar os jornais - a moda para as mulheres passou pelo retorno do  espartilho e os "soutiens” feitos de materiais duros, como a corticite. Há sessenta anos atrás, as mulheres usavam espartilho.
Aqui há tempo  a Segurança Rodoviária quis  instituir a velocidade máxima de 30 km/h. Era o que acontecia há sessenta anos atrás, quando em vez de automóveis havia carroças.
Devido ao aumento do preço do tabaco, há muita gente que ressuscistou o hábito de fumar  tabaco de enrolar. Tal como era frequente há sessenta anos atrás. 
As cabras voltaram  a ser utilizadas para prevenir os incêndios florestais, mandando-as pastar para as florestas comer aquilo que, não sendo eliminado constitui, um figo à deflagração dos fogos. Foi recuperada uma técnica de sessenta anos atrás.
Tudo isto está aconteceu em nome do futuro, recuperando aquilo que havia no passado.
Há sessenta anos atrás, havia o barco que fazia a travessia entre a Figueira e o Cabedelo. Até hoje, apesar das promessas, não foi reatada a travessia fluvial do Mondego.

Raros são os recantos, como é o caso do Cabedelo, em que as pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, consegue ter ali uma vivência e uma vida que, em conjunto, faz sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que é o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emociona e dá paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. 
Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existem. Não têm a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionam, a quem o visita, sentir que está num lugar diferente e especial.
Estão a matar o Cabedelo, aquele local que ainda consegue oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama  intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.


Dois elementos do executivo da junta de freguesia de S. Pedro foram ao local e retiraram a placa. Foram eles, os senhores António Manuel dos Santos Salgueiro, presidente, e Jorge Aniceto Pimentel dos Santos, penso que tesoureiro.
A liberdade de expressão é, na liberdade, um dos direitos mais importantes que se tem.
Sem ela, nada mais existe. O meu entendimento de liberdade, de expressão e opinião, tem no centro o direito de os outros se exprimirem com toda a liberdade, mesmo que isso nos ofenda. O que não era o caso. É o direito de os outros dizerem aquilo que mais nos choca, que quem ama a liberdade defende acima de tudo. Não há relativização possível para este critério. Isto, para quem ama a liberdade, é uma questão de vida ou de morte, pois estamos perante uma questão política.
A liberdade é, por si própria, um bem inquestionável e a sua conquista um motivo de regozijo sem espaço para reticências. Não é uma matéria de direita ou de esquerda.
É um assunto transversal da sociedade.
Como qualificar este processo? Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?
O que vai restar? Do que é que as pessoas se vão lembrar?
Não sei se é por ter me ter criado e crescido por ali, "à solta", mas do que me vou lembrar é de uma fatia que vai fazer parte do saque feito ao litoral, desde o Minho até ao Algarve.
A coberto das denominadas requalificações, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por urbanizações e resorts, mais as suas piscinas, campos de ténis e campos de golfe.
É disto que me vou lembrar quando pensar no Cabedelo de há 60 anos: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

SOS CABEDELO e o Cabedelo

SOS CABEDELO relembra o que já disse sobre o projeto em geral e Parque de Campismo em particular.
LINK ARU http://www.cm-figfoz.pt/…/re…/reabilitacao-urbana/2200-aru-s
Lembra que o projeto terá que estar em conformidade com o POC em vigor desde o verão.
LINK POC https://www.apambiente.pt/index.php?ref=x220


Projeto não cumpre o programa da ARU do Cabedelo. 
A proposta apresentada parece ser pior do que a encomenda.

O programa da ARU do Cabedelo - ver imagem - previa a deslocação do Parque de Campismo (área T2 conforme planta) destinando "a actual área ocupada a espaço público (L), admitindo estruturas leves de apoio à praia e ao usufruto da frente de Rio, compatibilizada com alguma renaturalização do cordão dunar, especialmente no local de articulação com a duna existente".

O desenvolvimento em projeto não prevê qualquer alternativa de localização ao Parque de Campismo. Parece promover mais construção associada ao edifício existente (deslocação do programa previsto nas àreas T1 e T3 - Unidade Hoteleira) e menos recuperação paisagística na área a desafetar (L).


Via SOS CABEDELO

domingo, 28 de maio de 2017

SOS Cabedelo quer travar intervenção em praias da Figueira da Foz. Movimento cívico apresentou queixa à Comissão Europeia e critica projecto da Agência Portuguesa do Ambiente

"O movimento cívico SOS Cabedelo quer que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reformule o projecto de intervenção nas praias a sul da foz do rio Mondego, na Figueira da Foz. Os activistas já tinham contestado o tipo de intervenção projectada, alegando que esta apenas iria agudizar o problema de falta de sedimentos na zona.
Na quarta-feira, o SOS Cabedelo endereçou uma queixa a Bruxelas, aos comissários da Política Regional, Corina Cretu, e do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella. Em questão, entendem os membros do movimento, está o “entrave à participação da cidadania e direito à informação”, a “contradição evidente entre o projecto e as recomendações do Grupo de Trabalho do Litoral” e erros de concepção que consideram que consideram “grosseiros”.
Depois de consultarem o projecto de “Reconstituição do Cordão Dunar do Cabedelo, a Norte da Praia da Leirosa e a Norte da Praia da Vagueira” na íntegra pela primeira vez, os membros do SOS Cabedelo dizem que avançaram com a queixa antes de analisarem o documento porque as máquinas começaram a “fazer trabalhos de ripagem de areias” na “zona de rebentação” da Praia da Leirosa. O movimento publicou na semana passada um vídeo em que se pode observar uma escavadora a operar à beira-mar.
Esta actividade, denuncia Miguel Figueira, membro do movimento, é contraditória com a informação prestada pela APA ao PÚBLICO no passado dia 21 de Abril. A agência referia que o reforço dunar seria feito com recurso a areia “localizada num depósito a uma distância média de transporte de 300 metros desde a praia do Cabedelinho”.
Os membros do SOS Cabedelo dizem que essa referência não estava no projecto, sendo que a ripagem de areias naquele local implica a destruição da duna hidráulica, “com a retirada de sedimentos ao mar” para fazer o reforço da primeira duna.
Contactada pelo PÚBLICO, a Agência Portuguesa do Ambiente remete um esclarecimento para o início da próxima semana. No final de Abril, a APA referia que “a não realização desta intervenção terá implicações graves de erosão no cordão dunar, com a fragilização ou mesmo destruição do sistema dunar”.
No sentido inverso, Miguel Figueira sustenta que “estas obras vão agravar o déficesedimentar”, com implicações ao longo de cerca de 50 quilómetros de costa para Sul, até ao Canhão da Nazaré. Com um valor de 483 mil euros, o contrato para a execução da obra foi assinado a 7 de Março e tem um prazo de 6 meses. O movimento defende que esse dinheiro deve ser aplicado na reposição sedimentar."

Via Público

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

"Destruição" do Cabedelo segue aos solavancos...

Imagem via Diário as Beiras
   
A incompetência; a soberba; o saloísmo; os maus arquitectos; o falso tradicionalismo; a mania do luxo e da pompa das elites; as obras de fachada;  e, acima, de tudo a falta de carinho e amor pelo que é essencial na vida das pessoas estão a fazer o seu caminho no nosso concelho. 
O tipicismo é a profunda genuinidade... É onde reside a alma de uma cidade como a Figueira, a sua verdade, que se tem que manter, sob pena dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o Parque de Campismo, que foi, já lá vão quase 30 anos, que deu vida e alma ao Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a "maluca" onda de surf, apesar de pessoas como as que compõem o actual executivo camarário, a terem liquidado.
A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo...


Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, é difícil e doloroso constatar que a barbárie e a selvajaria atingiriam a dimensão actual - a que se vai seguir ainda -, quando o que resta de teoricamente protegido  - o Cabedelo - for também devastado pelo “progresso”.

A acção destrutiva que, nestes últimos vinte e tal anos, desabou na Cova e Gala - e que se materializou na forma como se betonizou, se descaracterizou a paisagem e se desfigurou a Aldeia -,  empenha-se, neste momento, em aniquilar o impensável: o Cabedelo.