quarta-feira, 17 de março de 2021

Cartas ao Director: a primavera veio para ficar?

"Primavera chegou mais cedo A questão é saber se veio para ficar. Moro paredes meias com um infantário e não me podiam ter calhado melhores vizinhos. Habituei-me à algazarra dos meninos nos intervalos. Integramos esses sons no nosso quotidiano e, de ruído, passa a fazer parte do nosso conforto. Pois bem, na passada segund-feira, ao fim de meses, os passarinhos voltaram a encher os meus ouvidos e a minha alma. Mas deram-me também a medida justa desta amargura cinzenta em que estamos mergulhados. Será que vai terminar? Sim, acredito que sim! Com avanços e recuos, mas vai terminar. Por todos nós e sobretudo por este bando de pardais que habita o meu quotidiano e que ontem regressou antecipando a Primavera." 

José Pombal

18 milhões para reabilitar a Ponte Edgar Cardoso

«O concurso público para reabilitar e reforçar a Ponte Edgar Cardoso, na Figueira da Foz, investimento de 18 milhões de euros, foi lançado, anunciou a Infraestruturas de Portugal.
Numa nota de imprensa, a empresa informa que foi publicado em Diário da República, na segunda-feira, o concurso público para a contratação da empreitada de reabilitação e reforço na Ponte Edgar Cardoso sobre o rio Mondego, situada ao quilómetro 118,108 da Estrada Nacional 109.
Fonte da empresa disse que o lançamento deste concurso integra o programa anual de investimentos da Infraestruturas de Portugal na melhoria das infraestruturas que tutela, sendo que o investimento será realizado com capitais próprios. 
“A expectativa da empresa é que a obra possa arrancar no final deste ano ou início do próximo”.»

terça-feira, 16 de março de 2021

Só faltam as vacinas...

Via Diário as Beiras 
"O centro de vacinação instalado nas instalações da escola da GNR, o único do concelho, tem mais postos de atendimento, passando para seis. 
A câmara municipal instalou uma tenda gigante para aumentar a capacidade de resposta."

Cabedelo....

O Cabedelo, no decorrer desta semana, é o tema proposto pelo jornal Diário as Beiras, aos cronistas residentes. Como é óbvio, vou estar atento. Fica a crónica publicada pelo Teotónio Cavaco, o habitual cronista das terças-feiras.

Duarte Silva

Via Diário de Coimbra

Em memória de tempos em que o concelho caminhava determinado em direcção ao futuro...

"Se a situação pandémica o permitir, a partir de 15 de Junho, a cidade volta a receber o “Figueira Fun Park”, conjunto de estruturas de diversão que engloba o regresso da “roda gigante” que tanto êxito teve o ano passado. Ontem na reunião de Câmara, foi aprovada a minuta do protocolo a celebrar entre a autarquia e a Associação de Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), com a vice-presidente a salientar que, «se for possível», no Natal virá também uma pista de gelo e a garantir que a vinda destes dois equipamentos, com preços «muito elevados», rondando os 50 mil euros cada, só é possível porque «são os outros carroceis que pagam»."

O azar da Figueira: os milhões vindos da Europa disponíveis para estas absurdas obras avulso perpetradas por um poder autárquico menor...

Via Diáio as Beiras.
"A União Europeia aprovou candidaturas apresentadas pelo município no valor de mais de 60 milhões de euros, de 1988 a 2021, segundo os gráficos apresentados, ontem, na reunião de câmara, pelo presidente da autarquia, Carlos Monteiro. 
O total é a soma dos projetos candidatados nos mandatos autárquicos do PSD (1998 - 2009) e do PS (2009 - 2021). Durante os três mandatos do PSD (um de Santana Lopes e dois de Duarte Silva), Bruxelas aprovou projetos de cerca de 22,5 milhões de euros. Já com os socialistas no poder local (João Ataíde até abril de 2019 e Carlos Monteiro no poder desde então), foram validadas obras de 40 milhões de euros. 
Entre 2018 e 2021, com um valor próximo dos 20 milhões de euros, foi a fase em que Bruxelas mais dinheiro destinou ao concelho, seguindo-se o período de 1998 a 2001, com perto de 17 milhões de euros. De 2010 a 2013, foram aprovadas candidaturas de nove milhões e de 2014 a 2017 outros 11 milhões. Foi entre 2002 e 2005 que a Figueira da Foz apresentou menos candidaturas, num total de dois milhões de euros.

Por programas de financiamento, foi o Portugal 2020 (ainda ativo) quem mais contribuiu, ao aprovar mais de 30 milhões de euros. O Quadro Comunitário de Apoio III (2000 - 2006), por seu lado, deu luz verde a projetos de 18 milhões, enquanto o Quadro de Referência Estratégico Nacional (2007 - 2013) ficou-se pelos 14 milhões. A taxa de cofinanciamento da União Europeia oscilou entre os 60 e os 85 por cento (de 2000 a 2021), cabendo à autarquia garantir a diferença."


As perguntas que se impõem.
 
Eram estas as grandes obras públicas que os executivos de Santana Lopes, Duarte Silva, João Ataíde e Carlos Monteiro deveriam ter lançado, onde foram gastos milhões (da Europa, mas também de nós todos)?
Era esta a obra com a qual os responsáveis pretendiam gerar riqueza e criar postos de trabalho para desenvolver a economia local? 
Não teriam havido outras e melhores prioridades?
Fica um desejo para o futuro próximo - que os figueirense daqui a meia dúzia de meses podem concretizar com o seu voto: que a bem de um concelho necessitado de autarcas inteligentes e competentes se passe a planear o desenvolvimento do concelho de outra maneira.
Existem outras prioridades... 

Para quando o recenseamento eleitoral actualizado a sério?

Esta notícia, publicada ontem no Diário de Coimbra, fez-me recordar aquilo que toda a gente sabe: os cadernos eleitorais andam empolados há muitos anos.
Para quando a clarificação dos cadernos eleitorais para termos uma ideia correcta e mais precisa do valor da abstenção?

segunda-feira, 15 de março de 2021

Na reunião de Câmara de hoje foi aprovada a minuta do protocolo a celebrar entre o município da Figueira da Foz e a Associação de Profissionais Itinerantes Certificados com vista à mais uma edição do evento conhecido como «Figueira Fun Parque»...

Cabedelo...

Estou a chegar àquela idade em que, à nossa volta se começa a sentir, ainda mais, a pressão para, finalmente, sermos como a esmagodora maioria.

Vendo bem, porém, não me sinto assim tão diferente: tive uma filha;  e uma casa; agora, tenho uma garagem, 3 bicicletas e um carro.

Estou naquela idade de aceitar a finitude com serenidade. Já não tenho idade para pedir muito.
Aliás, a vida para mim nunca foi acumular

Prefiro a solidão e a aceitação fácil. 
Gosto de sentir que não sou vencedor. 
Não vivo - nunca vivi - uma vida «comprada» segundo a opinião que domina a sociedade. 
Nunca o fiz; nunca o farei. Chegou o que me venderam na adolescência.

Se há qualidade que tenho, quiçá em demasia, é a de não me vender. Por nada.

Há apenas meia dúzia de coisas realmente importantes na minha vida. Umas de natureza familiar, que me abstenho de divulgar. Outras, de gosto: os livros, a  musica, a paz e o amor.
 
São-nos concedidas algumas dezenas de anos, que temos que aproveitar: para mim, gosto de apreciar a beleza simples da vida. 

Até Dezembro do ano passado, era  sentar-me na melhor esplanada da Figueira.
Agora, resta-me um bom livro de poemas e a música...
E as caminhadas, como a desta manhã, ao longo do molhe sul.

Gosto de ir ao Cabedelo, mesmo agora revoltado e revolvido pelas obras.
Desapareceu a praceta Mário Silva e aquela que era a melhor esplanada da Figueira e que tinha a mais linda vista sobre o mar. 

Depois disto, não deixará jamais de me espantar a necessidade que os políticos têm de "obrar"...

É salgado, umas vezes, outras amargo, andar por aqui, agora.
Gritar fazia falta, fazia sentido e era importante, mas continuo a preferir outras formas de usar o aparelho fonador.

Por isso, fica o silêncio para poder ouvir o rumorejar das ondas a beijar o molhe.  
Garanto: continua a ser bom...

O Cabedelo, no decorrer desta semana, é o tema proposto pelo jornal Diário as Beiras, aos cronistas residentes.
Como é óbvio, vou estar atento.
Fica a crónica publicada pelo João Vaz, o habitual cronista das segundas-feiras.

Pedro Agostinho Cruz: "... com o desconfinamento vou acabar com os desenhos."

Que pena!... Logo agora que estavas a "sair do armário"...

Borda do Campo precisa de melhor acesso à Internet

Imagem via Diário as Beiras

As deficiências de cobertura da rede de internet, sobretudo em localidades mais distantes da sede do concelho, não são de hoje nem de ontem, e continuam a 
"dificultar a vida de quem está em teletrabalho e no ensino a distância".
O presidente da autarquia figueirense, Carlos Monteiro, na edição de hoje do DIÁRIO S BEIRAS afirma "que já diligenciou junto da Altice para incluir aquelas povoações na empreitada."  
O presidente da Junta do Paião, Paulo Pinto, por seu lado, afirmou: “Tenho contactado elementos da administração, e tenho pressionado. Por muita pressão que façamos, não temos garantia de quando será feito”
Entretanto, os moradores da antiga freguesia da Borda do Campo vêm-se em palpos de aranha ler esta notícia na versão digital do DIÁRIO AS BEIRAS ou este apontamento, aqui, no Outra Margem.

"FIGUEIRA DA FOZ, UM LUGAR MÁGICO"

«A Figueira está muito morta. Só funciona com sol. Sem sol não funciona». 
 «Temos tudo. Temos pano para mangas. Muitas terras por aí não têm, mas inventam e fazem. Nós aqui com tanto para explorar e não fazem».
Uma reportagem TVI. Para ver clicar aqui.

domingo, 14 de março de 2021

CRISTINA TORRES (1891 – 1975), uma grande Mulher figueirense

Na Figueira, há Mulheres assim: fortes, talentosas, corajosas resistentes e próximas dos outros e da vida.
Porque o dia da Mulher passou recentemente, apetece-me neste domingo recordar uma Mulher figueirense antifascista e da resistência.
Conheci Cristina Torres na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74, a que diz diz respeito a fotografia. Depois, ouvi o Zé Martins falar muto dela.

«Arriscou ser ostracizada por um país em que as mulheres não podiam viajar sem a autorização dos maridos e em que os divórcios não eram permitidos. 
Foi uma mulher que marcou e influenciou muita gente. 
Em 24 de Novembro de 1986 foi inaugurada, na Figueira da Foz uma escola secundária, que veio chamar-se «Escola Secundária e de 3º CEB de Cristina Torres»
Para a maioria dos actuais residentes na Figueira da Foz, Cristina Torres é nome de Escola; para a maioria da população portuguesa será uma “ilustre” desconhecida. 
Nascida na Figueira da Foz a 21 de Março de 1891, Cristina Torres dos Santos desde cedo teve contacto com os ideais republicanos que então germinavam em Portugal. A sua infância foi vivida com os avós, e na mesma cidade, onde frequentou a Escola Primária. Aos treze anos viu-se obrigada a abandonar os estudos e a iniciar uma actividade, a de costureira, enquanto frequentava os cursos nocturnos da Escola Industrial. 
Desde jovem manifestou gosto pela leitura e foi colaboradora dos jornais “A República”, “Voz da Justiça”, “Redenção” e “A Evolução”, servindo-se por vezes do pseudónimo de Maria República. 
Aos vinte e um anos foi para Coimbra, pois pretendia continuar a estudar. 
Por diversas vezes o Ministério da Instrução procedeu a alterações da legislação, o que afectou Cristina Torres que ia vendo adiada a sua entrada na Universidade. Mesmo assim completou o curso dos Liceus, a Escola Normal Primária e o Curso de Histórico-Geográficas. 
Cristina Torres, paralelamente ao seu papel de estudante, de costureira em casa de colegas, de trabalhadora na Imprensa da Universidade, dava ainda aulas de instrução primária a operários, em horário pós-laboral e arranjava tempo para manter intensa actividade política, colaborando nos jornais “Resistência”, “Briosa“ e “Revolta”
Entretanto, em 1914, casou com Albano Duque, outro democrata figueirense, tendo ambos vivido épocas de privações. Entre 1915 e 1922 foi professora das Escolas Móveis - instituídas na 1ª República como meio de combate ao analfabetismo - em Coimbra e Moinho da Mata, mas mantendo a necessidade de continuar a costurar, pois devido à discriminação dos sexos existente, não conseguia colocação como professora do Ensino Secundário. Em 1922 veio dar aulas para a Figueira da Foz e, dois anos mais tarde, foi nomeada professora efectiva da Escola Industrial de Bernardino Machado, leccionando Português, Francês, Inglês e Geografia. No entanto em 1932, devido à sua intensa actividade politica foi mandada prestar serviço na Escola Industrial e Comercial de Bartolomeu dos Mártires, em Braga. Em 1949 a perseguição politica que lhe era movida atingiu o auge com a instauração de um processo de suspensão que a colocou numa situação de inactividade. Regressada à Figueira da Foz, as lições particulares passaram a constituir o seu modo de vida. 
Em 9 de Fevereiro de 1974, apesar de ainda se viver sujeito à censura e à repressão, realizou-se na Figueira da Foz uma Homenagem Nacional a Cristina Torres e a José Rafael Sampaio, outro democrata. 
A homenageada esteve presente. 
Pouco faltava para ver chegar e viver o dia 25 de Abril de 1974 e usar da liberdade de expressão sem entraves. Foi com determinação que compareceu na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74. 
Recordo palavras de António Augusto Menano, em Fevereiro de 2018.»
"Acabou num quarto do Hospital da Misericórdia, para onde a minha mulher e eu a transportámos, depois de a encontrarmos, caída no chão, ensanguentada, em sua casa. 
Passou os últimos tempos quase esquecida. 
Apenas o já falecido Mário Moniz Santos a visitava. 
Morreu, e o seu estatuto de democrata, que serviu a alguns como estandarte, tornou-se mais visível. 
Mas não esqueço os muitos dias em que ia até ao pé dela (era o gerente da hospital e, por razões profissionais, estava lá diariamente) e a encontrei triste e só." 
Cristina Torres faleceu em 1 de Abril de 1975.

Obrigado aos figueirenses que escolheram, por maioria absoluta, este execuitvo municipal. Contudo, há sempre esperança...

Fica uma imagem, de hoje, do outrora Jardim Municpal.
Lembro-me: durante décadas, volta e meia deambulei por este espaço,  revisitando árvores que se me tornaram familiares desde os 10 anos, quando em 1964 vim estudar para a Bernardino Machado.  
Ao olhar para esta fotografia da IMC pergunto-me: onde estão as árvores que se me tornaram familiares durante, pelo menos, 55 anos?
Isto, além de atentado paisagístico ambiental e de uma calamidade, é um infortúnio político...

O anúncio de um aeroporto, de um barco eléctrico, de uma ponte, ou um muro pintado também serve...

Via PÚBLICO

 

Depois da Aliança que venha lá o rum, vodka, gin garden, conhaque, brandy, martini, aguardente de medronho, tequila...

Como sabem, Pedro Santana Lopes, depois de sair do PSD, fundou um novo partido a que chamou Aliança.
Não vingou, mas continua a ser uma boa aguardente. 
Na política há Santana. E, só depois existem os outros...
Depois de Rui Rio ter confirmado Pedro Machado como candidato autárquico do PSD à Câmara da Figueira da Foz, a vida de Santana Lopes e dos 149 que o apoiam, a meu ver complicou-se.
Mas, há sempre soluções. Santana já disse que não precisa de ir às urnas novamente, mas está em reflexão. Resistirá a regressar ao combate político?
Por exemplo, tentará formar um novo partido para concorrer à Figueira ou às 284 autarquias em que é desejado em Portugal e nas regiões autónomas?
Santana Lopes, segundo os seus apointes,  «tem um efeito suprapartidário e facilmente arrasta uma candidatura para uma vitória folgada».
Dada a complicação que o PS e o PSD arranjaram aos independentes, toca a recolher assinaturas para constituir um novo partido. 
Como a minha assinatura é desnecessária, o meu contributo fica aqui, em jeito de sugestão: rum, vodka, gin garden, conhaque, brandy, martini, aguardente de medronho, tequila, são tudo nomes para dar ao novo partido.
Se as coisas desta vez também não correrem bem, sempre sobra um saboroso cocktail...