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sábado, 26 de outubro de 2024

Suspeitos de incendiarem caixotes ficam sujeitos a apresentações periódicas e proibidos de usarem isqueiros!..

Via OBSERVADOR

«Dois homens foram detidos por queimarem caixotes do lixo — tinham jerricã com restos de combustível e isqueiro. Tribunal decidiu que ficariam sujeitos a apresentações e proibidos do uso de isqueiros.

Siga aqui o liveblog sobre os protestos violentos na Grande Lisboa, após a morte de  um homem na Cova da Moura.»

Recordando uma postagem outra margem de 27 de Julho de 2006

MEMÓRIA - O Estado Novo, o isqueiro e a coca-cola

Portugal, nos tempos do Estado Novo, viveu situações que, de tão aberrantes, até parece que a realidade não passou de uma ficção.
Deixemos, por agora, os pormenores trágicos, que a vida já é pesada que chegue, e vamos ao caricato.
Já aqui lembrámos, um dia destes, o que aconteceu com o isqueiro, o "perigoso" instrumento que carecia de licença paga para ser utilizado pelos cidadãos fumadores.
Cremos que vale a pena pormenorizar um pouco mais! ... Até porque o tema teve enorme impacto, junto de quem faz o favor de visitar este espaço.
Vamos, pois, ao que interessa. A licença de isqueiro.
Atenção ao preciosismo: não era uma licença por isqueiro, mas sim por utilizador.
Por exemplo, uma família de oito elementos que partilhasse um único isqueiro, para estar legal, precisaria de oito licenças! ...Vamos aos detalhes.
Em Novembro de 1937, o Decreto-lei nº 28219 estabelecia que qualquer cidadão, para poder utilizar isqueiros em público, tinha que possuir uma licença.
Este documento tinha de ser passado por uma Repartição de Finanças.
Era nominal, o que significava que um mesmo isqueiro não podia ser utilizado por outra pessoa sem que esta tivesse uma licença para o utilizar.
Se alguém não apresentasse a referida licença, ao ser interpelado por um «fiscal de isqueiros» ou por um polícia, sujeitava-se ao pagamento de uma multa e à apreensão do acendedor. Não esquecer o pormenor da denúncia, “premiada” com 15% ao denunciante! ...
É bom ter memória e dar-lhe algum uso ...
Mais uma recordação curiosa! ...
Atentem, então, o que aconteceu com a Coca-Cola, a vulgaríssima bebida refrescante que, durante décadas, enquanto se incentivava o consumo de vinho, foi banida de Portugal.
Esta, como dizia o meu saudoso amigo Zé Martins, “é de cabo de esquadra! ...”
Vale a pena trazer à colação algumas palavras dirigidas por Salazar a Makinsky, na altura, o responsável daquela multinacional para a Europa, no sentido de excluir qualquer possibilidade de distribuição comercial da bebida no nosso País.
Citando a Historiadora Maria Filomena Mónica, ficam as palavras de Salazar: "sempre me opus à sua aparição no mercado português. Trata-se daquilo a que eu poderia chamar "a nossa paisagem moral". Portugal é um país conservador, paternalista e – Deus seja louvado – "atrasado", termo que eu considero mais lisonjeiro do que pejorativo. O senhor arrisca-se a introduzir em Portugal aquilo que eu detesto acima de tudo, ou seja, o modernismo e a famosa "efficiency". Estremeço perante a ideia dos vossos camiões a percorrer, a toda a velocidade, as ruas das nossas velhas cidades, acelerando, à medida que passam, o ritmo dos nossos hábitos seculares".
Tanto proteccionismo ao bom povo português devia enjoar, pois, se reflectirmos um pouco, verificamos que configurava mesmo um atentado contra a nossa liberdade de escolha. Mais: interferia com a qualidade de vida. Das nossas vidas.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Culturamente o nosso concelho tem muita riqueza desconhecida

Via João Gomes Amorim


"
Coleção de Pinturas Cenográficas da Sociedade de Instrução Tavaredense.
Um Tesouro por descobrir, merecedor de reconhecimento público e de proteção especial!
1172 exemplares de artistas de renome da 2ª geração da escola de cenógrafos naturalistas portugueses como Manuel Oliveira, José Maria Marques, Reinaldo Martins, Alberto Lacerda e Rogério Reynaud, do modernista Zé Penicheiro e dos Amadores José Manuel Oliveira, Jorge Monteiro de Sousa e Zé Carlos!
Considerada como uma das mais relevantes coleções do género a nível nacional, a par da existente no Teatro Nacional de S. Carlos e do espólio que transitou para o Museu Nacional do Teatro e da Dança!
Na Figueira da Foz, em Tavarede, na Sociedade de Instrução Tavaredense!"

sexta-feira, 23 de junho de 2023

O Senhor Nelson Fernandes

... "mais novo, mas também mais lindo".
Amanhã, em cerimónia que decorrerá no CAE, vão ser distinguidas algumas personalidades da Figueira. Entre elas, uma que não tendo nascido na Figueira, é da Figueira, que conheço há mais de 40 anos: Nelson Fernandes, conhecido, sobretudo, por ser um ex-autarca comunista, é uma das pessoas com mais espírito que conheci. Para além disso tem um sentido de um humor fino e requintado. Ao mesmo tempo é detentor de um olhar clínico (foi enfermeiro na vida profissional), porém, algo cínico  e incisivo sobre a realidade que nos rodeia.
Embora tenha sido convidado para a cerimónia que vai decorrer no CAE a partir das 14 horas de amanhã, por não estar na Figueira, fica o meu abraço ao homenageado e as devidas felicitações.

Em forma de reconhecimento pela justeza da medalha que o executivo que  Santana Lopes comanda lhe ofereceu, deixo algo que conheço desde os tempos do Barca Nova (entretanto, passaram mais de 40 anos), mas que o enfermeiro Nelson Fernandes foi refinando ao longo dos anos.

A subtileza humorística da sua escrita fina, que chega a atingir momentos pícaros.

É uma página de facebook que vale a pena visitar. Pena, é Nelson Fernandes, nos últimos tempos ter perdido algum gás, num tempo em que "escrevemos mais do que nunca. O email é uma ferramenta de trabalho fundamental, enviamos mensagens por telemóvel todos os dias, publicamos e comentamos as conversas de amigos e desconhecidos nas redes sociais. Para tudo isto, usamos palavras e a forma como as escrevemos têm um impacto fundamental na nossa credibilidade."

Vamos a meia dúzia de pérolas que saquei da página do ilustre homenageado de amanhã por Santana Lopes. Vão lá, invadam o espaço que vale a pena.

1. "Cá por casa a Paula já preparou as máscaras... Pronto, se tem que ser, seja! Mas que o uso da máscara levanta alguns problemas levanta...

Com a máscara há uma série de coisas que se vão tornar confusas. Há coisas que se fazem com a boca, e não estou a falar de sexo, que ficam em risco. Por exemplo tocar instrumentos de sopro... 

E não se deixem abater. Eu que tenho o nariz mais feio do mundo vou ficar muito melhor de máscara."

2. "Ouvi dizer que o Reitor do Santuário de Fátima vai pedir ao Partido Cominista Português que organize a peregrinação de 13 de Outubro. E esperamos que o PCP aceite."

3. "E pronto! Está escolhido o novo responsável máximo da TAP. Após dois brasileiros um alemão. Caramba! É só estrangeiros. Que falta de brio patriótico. Por mim ponho as mãos no fogo pelos gestores portugueses. Ele há deles tão capazes, como os estrangeiros, de estragar a TAP. Precisam é de oportunidades."

4. "HAJA MEMÓRIA. HÁ FUTURO

Hoje, em todo o país, no âmbito do centenário do PCP, os comunistas foram aos cemitérios, lembrar aqueles, dos nossos, que já não estão entre nós, mas que nos trouxeram até aqui. Quisemos agradecer-lhe os exemplos de coragem, de dedicação, e de firmeza como militantes. Mas também mitigar a saudade que nos deixaram, e lembrar sua integridade e o muito que nos legaram como seres humanos admiráveis.

Na Figueira da Foz materializamos a memória na campa do Agostinho Saboga, mas lembramos o Lenine, o Amador, a Guida Avelino, o Zé Martins, o Teófilo, etc.  

Temos memória e orgulhamo-nos de quem nos antecedeu. Mas também lhes garantimos que além da memória também temos projeto. E futuro!"

5. "DEUS NOSSO SENHOR FAZ TUDO MUITO BEM FEITO

Aqui há uns anos, durante o Curso de Especialidade em Enfermagem de Reabilitação, era meu professor de Anatomia do Movimento o dr Joaquim Fonseca, ortopedista nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Éramos velhos conhecidos. Como aluno de enfermagem já tinha passado, na década de sessenta, pala velha Ortopedia, então em S. Jerónimo, onde então beneficiei dos seus conhecimentos, e apreciei a sua gentileza e afetividade.

Durante o período letivo da cadeira, inventariamos os tendões e os músculos, e estabelecemos, através da sua origem e inserção, a dinâmica das articulações. E através destas chegamos às dinâmicas posturais, indispensáveis á realização das “performances” físicas.

O dr. Joaquim Fonseca era católico e assumia esse catolicismo nas suas descrições anatómicas com a “constatação” de que “Deus Nosso Senhor faz tudo muito bem feito”. Para ele qualquer articulação era uma obra prima da criação. 

Confesso que há época acompanhava essa declaração com algum ceticismo. Mas hoje, em tempo de pandemia, lembro-me do dr Fonseca quando vou pela rua e olho para as pessoas. 

Então não é que temos as orelhas no sítio certo. Prontinhas para pendurar a máscara. Na realidade Deus Nosso Senhor faz tudo muito bem feito."

6. "AS ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS

Dada a situação decorrente das eleições nos Estados Unidos, o ministro Augusto Santos Silva prepara uma declaração de não reconhecimento dos resultados eleitorais, e pediu uma reunião urgente da União Europeia no sentido de serem nomeados observadores europeus para credibilizar a recontagem.

A declaração declara que se devem fazer recontagens até que os resultados sejam aquilo que se deseja. Ao mesmo tempo recomenda a Nicolas Maduro para não se intrometer, uma vez que Guaidó lhe disse que Maduro preparava o exército venezuelano para repor a democracia nos EU.

Marcelo ia também fazer uma declaração sobre o assunto, mas enganou-se e saiu-lhe uma declaração sobre o corona:- É um jogador formidável! Referia-se não o vírus, mas sim ao Corona, jogador do Futebol Clube do Porto.

Entretanto numa inequívoca manifestação de respeito democrático, e em nome de uma democracia cada vez mais sã, e um exemplo para o mundo ocidental, oriental e de todos os outros pontos cardeais, Donald Trump entende que se deve parar a contagem de votos nos estados onde está a perder, e, continuar a contagem nos estados onde está a ganhar. Que estratégia demolidora.

Á cautela declaro por minha honra que estou a brincar. Não é necessário o polígrafo SIC. E digo isto porque há gente que acredita em tudo."

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Joaquim de Sousa: “o papel do autarca é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”

Concorde-se ou não, Joaquim de Sousa continua a ser uma figura incontornável na Figueira da Foz. Ainda há poucos anos, a 31 de Julho de 2018, apresentou o livro “Figueira da Foz – Memória de um Mandato e os Anos Perdidos”, uma publicação que enriqueceu o património bibliográfico figueirense e a história da cidade.
Recordo parte de uma postagem, publicada no OUTRA MARGEM, em 8 de outubro de 2016 "Joaquim de Sousa, um ex-edil figueirense ao raio x".
"...era assim a Figueira e o concelho há 35 anos. Joaquim de Sousa, então um político profissional, passados 6 anos depois do 25 de Abril de 1974, depois de 5 anos como deputado e membro do governo, sentia "uma profunda desilusão e um desencanto enorme". Segundo o que ele, na altura, confidenciou numa entrevista que deu, em Maio de 1981, ao Director do Barca Nova, o falecido jornalista José Martins, "conhecer o poder por dentro não é agradável""Sabes?", desabafou a determinado ponto da conversa com o Zé Martins, "não tenho feitio para prostituta, nem mesmo por obrigação. O poder não é tão poder como as pessoas pensam".
O que Joaquim de Sousa, naquela altura, estava a gostar era de ser presidente de câmara: "agora sim, apesar das muitas vicissitudes por aqui e por além, sinto que o cargo que ocupo na Câmara me está a proporcionar dos momentos mais felizes da minha vida".
Durou foi pouco como presidente de câmara: fez apenas um mandato, que decorreu de 1979 a 1982... O que valeu ao doutor Joaquim de Sousa, é que gostava de ser professor, que era a sua profissão..."
Joaquim de Sousa, do alto dos seus oitenta e picos anos, "vai andando, com os achaques próprios da idade. Vai tentando resistir" e por cá continua activo.
Numa entrevista que saiu na edição de hoje do Campeão das Províncias continua igual a si próprio. Deixamos este extracto. A entrevista pode ser lida na íntegra, clicando aqui.
"CP: Tendo iniciado a sua vida profissional como professor, como é que olha para o actual estado da Educação?
JS: Eu tenho uma péssima ideia em relação à generalidade das autarquias, porque foram transformadas em comissões de espectáculos, estão a absorver aquilo que a sociedade civil fazia. As câmaras absorveram essas funções. Depois fazem remodelações urbanísticas que acabam por piorar a situação, como aconteceu na Figueira. Há dois casos desses, de milhões. Como é que uma autarquia pode disponibilizar 300.000 euros para ter meia hora ou três quartos de hora de automobilismo, uma prova que condicionou todo o trânsito? Já dias antes estava a condicionar com as experiências que foram feitas. Eu sou muito céptico em gastar o dinheiro que foi gasto aqui com os Coldplay. Vou contra o sentido da maré, mas vou à vontade. Coimbra não tem necessidades? A cada esquina tem uma necessidade! Eu considero que o papel do autarca é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e mexer na substância dos assuntos públicos. É o abastecimento de água, electricidade, gás, o estado dos passeios, das estradas, a mobilidade interna, um conjunto de coisas. E aí é que deve estar o foco, é para isso que os dinheiros públicos devem ser destinados, para aplicar em benefício de todos. Já quando estava no Governo, mas depois também na Câmara da Figueira da Foz, sempre fui aos locais, todas as quintas-feiras, ou sextas-feiras, passava o dia nas freguesias. Muita coisa foi resolvida. E muita coisa foi feita. Só em estradas, foram construídos 200 km em três anos de mandato. O que dava satisfação era ver as coisas que beneficiavam a vida das pessoas no dia-a-dia. 
CP: A sua relação com Pedro Santana Lopes como está? 
JS: A relação com o Dr. Santana Lopes e com a Câmara é institucional. Começou com a remodelação do pátio de Santo António, largo Silva Soares, em frente à igreja, onde ocorre a festa de Santo António. Apresentámos um projecto há muitos anos para remodelar aquele muro e torná-lo condizente com a fachada que está por trás, repondo a antiga condição com uma grade igual à da igreja, tal como fizemos na misericórdia. O projecto foi contestado, mas a Câmara avançou com a arte nova. Há 20 anos que estamos a tentar corrigir o que foi feito no muro. Já repusemos a nossa parte atrás e fizemos as laterais da misericórdia. Temos lutado por isso. O Dr. Santana Lopes quis ir lá ver e havia um projecto fantasioso, ainda pior do que está. Ele foi lá e percebeu a nossa preocupação. Ainda por cima a nossa proposta é muito mais barata. Depois disso, falamos duas ou três vezes. Agora visitou a casa dos pescadores. Serviu para quebrar algum gelo, mas a nossa relação é estritamente institucional. 
[CP]: A Figueira da Foz está hoje melhor do que estava? 
[JS]: Continua em declínio. Actualmente, a população do Concelho da Figueira mantém-se no mesmo patamar de 1981, e as projecções da Pordata são alarmantes. Estima-se que, em 2030, a Figueira da Foz tenha uma população equivalente àquela de 1950. Um retrocesso de 80 anos! A prioridade máxima é atrair investimento, adaptado às necessidades actuais. É urgente criar empregos. É uma situação que vai demorar muito a inverter-se. Era necessário outro tipo de política."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A cidade que fomos: quem se lembra de António Augusto Esteves (Carlos Sombrio)?

A primeira vez que ouvi falar de Carlos Sombrio, foi na Redação do Barca Nova, no primeiro andar do prédio com o número de porta 296, da Rua da República, mesmo ao lado da saudosa sede da Associação Naval 1º. de Maio, aí pelo ano de 1978. Lembro-me quem falou no nome: O Mestre Zé Martins. A propósito do assunto em concrecto, é que, confesso, já não me recordo.
António Augusto Esteves (Carlos Sombrio), é uma figura que jamais saiu do meu pensamento. 
Um dia destes descobri uma pequena publicação policopiada, de que púbico a capa, evocativa de uma exposição promovida em Maio de 1984, pela Secção Cultural da Associação 1º. de Maio. Nela está um texto do professor Rui Fernandes Martins (Pai do Zé Marins) sobre Carlos Sombrio, a partir do qual elaborei o resumo abaixo.
Carlos Sombrio, um filho humilde do povo, autodidacta, deixou uma grande bibliografia e colaboração espalhada por inúmeros jornais locais e nacionais.
«Autodidacta, Carlos Sombrio (a quem o Dr. Joaquim de Carvalho chamou o "cronista probo"), viveu entre 29 de Julho de 1894 e 23 de Março de 1949.
Era um estudioso honesto. O entusiasmo com que abraçava os mais ousados propósitos e a persistência com que procurava vencer, por meio de aturado estudo, as dificuldades que resultavam do facto de não possuir formação escolar, está patente na obra que nos legou. Bairrista, aplicou grande parte do seu tempo no estudo porfiado, tendo como objectivo honrar e servir a sua cidade - a Figueira da Foz. Desinteressadamente e com total despreendimento dos bens do mundo.
O seu funeral foi uma impressionante manifestação de pesar. Além da multidão, estiveram presentes as figuras mais relevantes da Figueira - o elemento oficial, civil e militar.»

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Legislativas 2022: para que serviu o gato "Zé Albino", numa corrida de "cavalos"?

"Uma maioria absoluta não é o poder absoluto"
.  
António Costa Secretário-geral do PS

“É uma pena”, disse o secretário- -geral comunista sobre o resultado da CDU. 
No entanto, Jerónimo de Sousa disse que o partido não se dá por derrotado. “Permitam-me que termine... Não sei, estou inspirado... Quando um homem perde os bens, perde pouco. Quando perde a dignidade, perde muito. Quando perder a coragem, perde tudo”.

"Se se confirmar que o PS tem maioria absoluta, não estou a ver como posso ser útil, mas o partido decidirá..." 
Rui Rio Presidente do PSD

“Nunca foi por resultados eleitorais ou na sequência de resultados eleitorais que o BE decidiu a sua direção; assim continuaremos e, claro, faremos o balanço destas eleições como sempre fizemos e tomaremos todas as decisões que os militantes do BE achem por bem tomar na sua vida normal do partido”, disse Catarina Martins.

Ventura elegeu 11 amigos para ir "atrás de Costa" “A partir de agora, o Parlamento não será mais aquela oposição fofinha ao PS e a António Costa. E não será um deputado!”  “Eu sei que o povo português nunca me iria falhar, porque sofreram tempo de mais. Que sova lhes demos esta noite!”. 

domingo, 14 de março de 2021

CRISTINA TORRES (1891 – 1975), uma grande Mulher figueirense

Na Figueira, há Mulheres assim: fortes, talentosas, corajosas resistentes e próximas dos outros e da vida.
Porque o dia da Mulher passou recentemente, apetece-me neste domingo recordar uma Mulher figueirense antifascista e da resistência.
Conheci Cristina Torres na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74, a que diz diz respeito a fotografia. Depois, ouvi o Zé Martins falar muto dela.

«Arriscou ser ostracizada por um país em que as mulheres não podiam viajar sem a autorização dos maridos e em que os divórcios não eram permitidos. 
Foi uma mulher que marcou e influenciou muita gente. 
Em 24 de Novembro de 1986 foi inaugurada, na Figueira da Foz uma escola secundária, que veio chamar-se «Escola Secundária e de 3º CEB de Cristina Torres»
Para a maioria dos actuais residentes na Figueira da Foz, Cristina Torres é nome de Escola; para a maioria da população portuguesa será uma “ilustre” desconhecida. 
Nascida na Figueira da Foz a 21 de Março de 1891, Cristina Torres dos Santos desde cedo teve contacto com os ideais republicanos que então germinavam em Portugal. A sua infância foi vivida com os avós, e na mesma cidade, onde frequentou a Escola Primária. Aos treze anos viu-se obrigada a abandonar os estudos e a iniciar uma actividade, a de costureira, enquanto frequentava os cursos nocturnos da Escola Industrial. 
Desde jovem manifestou gosto pela leitura e foi colaboradora dos jornais “A República”, “Voz da Justiça”, “Redenção” e “A Evolução”, servindo-se por vezes do pseudónimo de Maria República. 
Aos vinte e um anos foi para Coimbra, pois pretendia continuar a estudar. 
Por diversas vezes o Ministério da Instrução procedeu a alterações da legislação, o que afectou Cristina Torres que ia vendo adiada a sua entrada na Universidade. Mesmo assim completou o curso dos Liceus, a Escola Normal Primária e o Curso de Histórico-Geográficas. 
Cristina Torres, paralelamente ao seu papel de estudante, de costureira em casa de colegas, de trabalhadora na Imprensa da Universidade, dava ainda aulas de instrução primária a operários, em horário pós-laboral e arranjava tempo para manter intensa actividade política, colaborando nos jornais “Resistência”, “Briosa“ e “Revolta”
Entretanto, em 1914, casou com Albano Duque, outro democrata figueirense, tendo ambos vivido épocas de privações. Entre 1915 e 1922 foi professora das Escolas Móveis - instituídas na 1ª República como meio de combate ao analfabetismo - em Coimbra e Moinho da Mata, mas mantendo a necessidade de continuar a costurar, pois devido à discriminação dos sexos existente, não conseguia colocação como professora do Ensino Secundário. Em 1922 veio dar aulas para a Figueira da Foz e, dois anos mais tarde, foi nomeada professora efectiva da Escola Industrial de Bernardino Machado, leccionando Português, Francês, Inglês e Geografia. No entanto em 1932, devido à sua intensa actividade politica foi mandada prestar serviço na Escola Industrial e Comercial de Bartolomeu dos Mártires, em Braga. Em 1949 a perseguição politica que lhe era movida atingiu o auge com a instauração de um processo de suspensão que a colocou numa situação de inactividade. Regressada à Figueira da Foz, as lições particulares passaram a constituir o seu modo de vida. 
Em 9 de Fevereiro de 1974, apesar de ainda se viver sujeito à censura e à repressão, realizou-se na Figueira da Foz uma Homenagem Nacional a Cristina Torres e a José Rafael Sampaio, outro democrata. 
A homenageada esteve presente. 
Pouco faltava para ver chegar e viver o dia 25 de Abril de 1974 e usar da liberdade de expressão sem entraves. Foi com determinação que compareceu na primeira manifestação em liberdade, a 26 de Abril de 74. 
Recordo palavras de António Augusto Menano, em Fevereiro de 2018.»
"Acabou num quarto do Hospital da Misericórdia, para onde a minha mulher e eu a transportámos, depois de a encontrarmos, caída no chão, ensanguentada, em sua casa. 
Passou os últimos tempos quase esquecida. 
Apenas o já falecido Mário Moniz Santos a visitava. 
Morreu, e o seu estatuto de democrata, que serviu a alguns como estandarte, tornou-se mais visível. 
Mas não esqueço os muitos dias em que ia até ao pé dela (era o gerente da hospital e, por razões profissionais, estava lá diariamente) e a encontrei triste e só." 
Cristina Torres faleceu em 1 de Abril de 1975.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Já que estamos em timing de homenagens, recordo uma pessoa que continua a fazer muita falta à Figueira


José Martins
Para os Amigos, simplesmente o Zé.

Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre. 
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
 
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi cofundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste. 

No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense. 

Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE. Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro. Chegou a ser preso pela polícia política. 

Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto. 
Não a visível, mas a essencial. 
Era crítico e exigente. 
Mas, ao mesmo tempo, bom, tolerante e solidário. 

Quase 20 anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.

domingo, 30 de junho de 2019

Via João Pedrosa Russo

Sacado daqui, com a devida e necessária vénia.
Nota OUTRA MARGEM.

Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e a consciência cívica...

Na Figueira,  sempre foi proibido questionar convenções.
Quem o faz, é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.

Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.


Joaquim Namorado: “Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”

Joaquim Namorado viveu entre 1914 e 1986. Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. Se fosse vivo, faria hoje 105 anos. Por tal motivo, Alter do Chão, Coimbra e a Figueira da Foz, as terras por onde repartiu a sua vida, assinalam a data.
Mas Joaquim Namorado, em vida teve uma Homenagem. Tal aconteceu nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983. Por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa.
Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas  que nunca se renderam ao percurso da manada.
Joaquim Namorado foi desses raros Homens e Mulheres que conheci.
Considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU.
Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa, aliás, serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal barca nova.
Joaquim Namorado, foi um Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo.
Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem.
Na altura, lembro-me como se fosse hoje, nos bastidores do Casino Peninsular, escutei-o com deslumbramento.
Ao reviver o seu discurso, o que consegui a partir de uma gravação que obtive por um feliz acaso do destino,  fiquei com a certeza de que era necessário trazê-lo até aqui (fica o meu agradecimento aoPedro Agostinho Cruz), pois o que escutei fala mais de quem foi e continua a ser Joaquim Namorado, no panorama cultural português, do que tudo o que alguém, por mais talentoso que seja, conseguiria alguma vez transmitir sobre uma personalidade tão especial e genuína. Neste documento, para mim com uma carga emocional enorme, está o Joaquim Namorado com quem convivi nas mesas do velho café Nau e na redacção do barca nova, que permanece vivo na minha memória. Ainda por cima, ouve-se também, ainda que de forma breve, a voz do Zé Martins.  
Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.
Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado”.

Joaquim Namorado l
icenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Exerceu durante dezenas de anos o professorado no ensino particular, já que o ensino oficial, durante o fascismo, lhe esteve vedado.
Depois do 25 de Abril, ingressou no quadro de professores da secção de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966). Ensaio: Uma Poética da Cultura (1994).)
Dizem que foi o Joaquim Namorado quem, para iludir a PIDE e a Censura, camuflou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov...
Entre muitas outras actividades relevantes, foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”...

Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória. 
Joaquim Namorado continua presente na minha memóriaE é uma memória de que tenho orgulho.
Doutor (foi assim que sempre o tratei) - também sou um Homem coberto de dívidas. 
Consigo e com o  Zé, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor
Mas, para  Companheiros do barca nova nada há agradecer...
“É assim que as coisas se têm de continuar a fazer, pois a sarna reaccionária continua a andar por aí...”
A luta por uma outra maré continua!..
Até sempre e parabéns pelos 105 anos, meu caro Doutor Joaquim Namorado

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Enrolar a conversa


José Martins: era crítico e exigente, mas, ao mesmo tempo, bom tolerante e solidário

Pior do que falar mal, é pensar que se está a falar bem e não reparar, ou não sentir, que se está a falar mal.
Sobretudo, gente da política, rádio, televisão e imprensa, fala mal porque “não repara”. A isto chamaria uma gritante ausência de rigor e laxismo que tem mais a ver com as nossas características (seja lá o que for que entendamos pelas nossas características) do que termos sido mal ensinados.
Alguém acredita, por exemplo, que Jorge Coelho, do PS,  não saiba que não se diz “hadem”? Ou “póssamos”

Este é um pequeno exemplo, de tantos, em que não acredito que as pessoas não saibam. Simplesmente, não têm rigor no que fazem.
Ausência de rigor que é igualmente aplicável a quem tem responsabilidades de chefia. Eu nunca permitiria, se fosse chefe de redacção, director de programas de televisão ou de rádio que um repórter ou apresentador fosse recorrente nos erros que dá.
Pelo que acho que as chefias têm o mesmo grau de responsabilidade que os prevaricadores. Talvez mais.
Nunca te vou esquecer nem deixar de agradecer Zé Martins.

Outro aspecto frequente e profundamente irritante, é a forma rebuscada, elaborada e fastidiosa como se fala. Os políticos – e a Figueira tem um mestre no assunto - falam de tal maneira, aliás,  “querem” falar de tal maneira que, frequentemente, perdem o fio da conversa, perdem-se no contexto, trocam o género dos adjectivos e acabam perdidos sem saber como acabar o que começaram. Isto sim, é falar mal e não tenho uma opinião formada das razões para que isso aconteça. Poderão, eventualmente variar com as pessoas e com a sua formação. Mas uma coisa é certa. Se a educação privilegiasse a dicção como uma prioridade na comunicação, este aspecto poderia ser substancialmente reduzido.

Bom dia para todos. Hadem ver que a gente havemos de melhorar com o tempo...
Mesmo o nosso autarca mestre no assunto de enrolar a conversa...

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

HOMEM, COM H GRANDE, DO MEU TEMPO DE COMBATE CONTRA A DITADURA

"Quando me ponho a esquadrinhar o passado vem-me à lembrança pessoas que me marcaram. Já conhecia José Martins nas nossas lides de oposição democrática contra o regime ditatorial, no entanto empolgou-me sobremaneira o seu discurso no jantar de Comemoração do 5 de Outubro, em que estive presente, data da implantação da República, evento realizado na véspera à noite, dia 4 de Outubro de 1973, no Restaurante Tubarão, na Figueira da Foz, precisamente porque o Governo Civil de Coimbra não autorizou a sua realização no próprio dia de aniversário. Estávamos a poucos meses do 25 de Abril.
Nessas várias ocasiões, José Martins, o mestre da política e da escrita, foi-se dando a conhecer e eu a admirá-lo, nos seus animados discursos com a sua voz rouca e vigorosa e, também, com a sua verve, seu dinamismo intelectual, sua palavra precisa e contundente, sua cultura espantosa, ágil e bem fundamentada, seu espírito rigoroso e polémico que, se tanta admiração despertou, também inimizades e invejas açulou contra ele. A força do seu talento não deixava ninguém impassível: ou se lhe aderia totalmente ou se lhe opunha de maneira frontal. Essa, infelizmente, é a lei dos homens: o verdadeiro talento, por um lado atrai e deslumbra, por outro, incomoda e como que ameaça o equilíbrio reinante à sua volta. Como eu o compreendia muito bem...
Era um verdadeiro Homem de combate.
Mais tarde fundou o Jornal “Barca Nova”, de curta duração, publicação de esquerda no qual colaborei com muita honra.
Partiu muito cedo da nossa vida, mas há personalidades que resistem na nossa memória. José Martins é uma delas."
MANUEL CINTRÃO
Nota de rodapé.
As pessoas têm preço? As pessoas vendem-se? 
É claro, é óbvio, é evidente que, quase todas, sim. 
A começar pelo trabalho e a acabar naquilo em que estão a pensar, passando por uma miríade de situações. 
Daí nunca poder esquecer a grande lição de vida, entre muitas outras, que o Zé, me deixou como herança: a verticalidade.
O Zé, para mim foi O Mestre
Morreu em 28 de Abril de 2000.
Tinha nascido a 17 de Fevereiro de 1941.
Nome completo: José Alberto de Castro Fernandes Martins.
Para os Amigos, simplesmente o ZÉ.
Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre.
“Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi co-fundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste.
No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense.
Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE.
Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.
Chegou a ser preso pela polícia política.
Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto.
Não a visível, mas a essencial.
Era crítico e exigente. Mas, ao mesmo tempo, bom, tolerante e solidário.
Mais de 18 anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Leitura para os próximos dias...

(Um livro de leitura obrigatória para quem quiser perceber muita coisa que se passou na Figueira nos últimos 40 anos)
 
As eleições autárquicas de 1979 decorreram num período áureo da Aliança Democrática (AD)...
"Saneado" da lista candidata à Assembleia da República por alguns influentes da Maçonaria - à qul nunca pertenci nem quis pertencer - e encontrando-se o PS sem candidato ( o Presidente cessante só aceitava candidatar-se para exercer funções em tempo parcial, o que o PS considerou inaceitável) aceitei o desafio.
Tinha todas as condições, pois conhecia bastante bem o concelho...
Vencemos com maioria relativa (3 PS, 3 AD, 1 APU, hoje CDU).

Nota de rodapé.


O dr. Joaquim de Sousa é um daqueles (poucos) figueirenses que poderiam ter feito muito mais pela cidade da Figueira da Foz.
Conhecia (e conhece, como poucos, o concelho...) é competente, dinâmico, honesto e é (continua a ser) aquilo a que se costuma designar como um "animal político".
Ao contrário do tempo que passa, na altura,  com a "vivência colhida pela passagem pelo 1º. Governo democrático trouxe para a vida autárquica a experiência necessária para   saber que o populismo se combate com o pragmatismo".
Este testemunho do dr. Joaquim de Sousa, de que tenciono publicar  pequenos apontamentos nos próximos dias (o que, espero, aguce o apetite para a sua leitura integral...), é também "um exercício memorialista que tem o mérito de trazer à tona a lembrança de um tempo que foi de total disponibilidade, empenhamento e transparência na gestão da res publica."
Como escreve o jornalista Quaresma Ventura no Prefácio, "é um simples acerto de contas" e não como alguns, porventura, quererão fazer passar, "um ajuste de contas com o passado".
Resta-me agradecer as excessivas e amáveis palavras do dr. Joaquim de Sousa na dedicatória que, pelo seu punho, colocou no "meu" livro.
Não sendo um Homem (nem um político...) perfeito, nem de consensos, apesar das  divergências que, ao longo dos anos tivemos, é um figueirense que (e nisso o seu grande Amigo Zé Martins também foi o meu Mestre...) me habituei a respeitar.
Pelo dr. Joaquim de Sousa continua a falar a sua frenética actividade diária em prol da cidade que ama como poucos.
Podia ter feito muito mais pelo concelho...
Todavia, as forças ocultas, que sempre existiram na Figueira, não deixaram...
O grave da questão - e os figueirenses, em maioria absoluta,  não se apercebem do facto - é que os erros que estão a ser cometidos na actualidade, vão comprometer o futuro das próximas gerações de figueirenses...

terça-feira, 7 de agosto de 2018

«Figueira da Foz. Memória de um mandato e os anos perdidos» - novo livro de Joaquim de Sousa, foi ontem apresentado... (2)



Vídeo sacado daqui
"Se este livro não der polémica é porque a cidade morreu"- Fernando Cardoso 

Recordo parte de uma postagem, "Joaquim de Sousa, um ex-edil figueirense ao raio x", publicada no OUTRA MARGEM, em 8 de outubro de 2016.
"...era assim a Figueira e o concelho há 35 anos. Joaquim de Sousa, então um político profissional, passados 6 anos depois do 25 de Abril de 1974, depois de 5 anos como deputado e membro do governo, sentia "uma profunda desilusão e um desencanto enorme". Segundo o que ele, na altura, confidenciou numa entrevista que deu, em Maio de 1981, ao Director do Barca Nova, o falecido jornalista José Martins, "conhecer o poder por dentro não é agradável". "Sabes?", desabafou a determinado ponto da conversa com o Zé Martins, "não tenho feitio para prostituta, nem mesmo por obrigação. O poder não é tão poder como as pessoas pensam".
O que Joaquim de Sousa, naquela altura, estava a gostar era de ser presidente de câmara: "agora sim, apesar das muitas vicissitudes por aqui e por além, sinto que o cargo que ocupo na Câmara me está a proporcionar dos momentos mais felizes da minha vida".
Durou foi pouco como presidente de câmara: fez apenas um mandato, que decorreu de 1979 a 1982...
O que valeu ao doutor Joaquim de Sousa, é que gostava de ser professor, que era a sua profissão..."

Voltando a Agosto de 2018, passo a citar, via AS BEIRAS, "O repto!", uma crónica de Isabel Maranha Cardoso, economista. 
"Foi a 31 de Julho apresentado o livro “Figueira da Foz – Memória de um Mandato e os Anos Perdidos”, mais um livro de Joaquim Barros de Sousa que enriquece o património bibliográfico figueirense e a história da cidade. Não pude estar presente, tive pena… Mas, chegando-me às mãos, de imediato me pus a lê-lo. Trata a narrativa do mandato autárquico a que presidiu entre 79 e 82. De escrita simples, clara e com uma objetividade quase matemática, fazemos uma viagem por 3 anos cruciais da história do desenvolvimento da Figueira, explicando-nos a estratégia subjacente às opções políticas adoptadas, fazendo ainda em todos os capítulos uma análise comparada com a situação presente (incómoda para alguns, certamente!). A sua leitura é uma viagem guiada pelos diversos departamentos da acção autárquica e pelos dossiers da cidade, muitos deles hoje ainda “em aberto” e sem resolução- apesar das panaceias que se vão aplicando! Da sua leitura resulta ainda a constatação das oportunidades perdidas e da imperiosa necessidade de os decisores políticos locais não poderem ignorar a história e o sentido do caminho já percorrido para podem raciocinar o futuro. Este livro torna-se, assim, num documento de leitura obrigatória para futuros decisores políticos locais. Alguém muito próximo contou-me o que havia dito na sua apresentação “se este livro não suscitar polémica, então a Figueira está morta”
Aceite-se o repto, mostremos que a Figueira está viva!"