quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Enrolar a conversa


José Martins: era crítico e exigente, mas, ao mesmo tempo, bom tolerante e solidário

Pior do que falar mal, é pensar que se está a falar bem e não reparar, ou não sentir, que se está a falar mal.
Sobretudo, gente da política, rádio, televisão e imprensa, fala mal porque “não repara”. A isto chamaria uma gritante ausência de rigor e laxismo que tem mais a ver com as nossas características (seja lá o que for que entendamos pelas nossas características) do que termos sido mal ensinados.
Alguém acredita, por exemplo, que Jorge Coelho, do PS,  não saiba que não se diz “hadem”? Ou “póssamos”

Este é um pequeno exemplo, de tantos, em que não acredito que as pessoas não saibam. Simplesmente, não têm rigor no que fazem.
Ausência de rigor que é igualmente aplicável a quem tem responsabilidades de chefia. Eu nunca permitiria, se fosse chefe de redacção, director de programas de televisão ou de rádio que um repórter ou apresentador fosse recorrente nos erros que dá.
Pelo que acho que as chefias têm o mesmo grau de responsabilidade que os prevaricadores. Talvez mais.
Nunca te vou esquecer nem deixar de agradecer Zé Martins.

Outro aspecto frequente e profundamente irritante, é a forma rebuscada, elaborada e fastidiosa como se fala. Os políticos – e a Figueira tem um mestre no assunto - falam de tal maneira, aliás,  “querem” falar de tal maneira que, frequentemente, perdem o fio da conversa, perdem-se no contexto, trocam o género dos adjectivos e acabam perdidos sem saber como acabar o que começaram. Isto sim, é falar mal e não tenho uma opinião formada das razões para que isso aconteça. Poderão, eventualmente variar com as pessoas e com a sua formação. Mas uma coisa é certa. Se a educação privilegiasse a dicção como uma prioridade na comunicação, este aspecto poderia ser substancialmente reduzido.

Bom dia para todos. Hadem ver que a gente havemos de melhorar com o tempo...
Mesmo o nosso autarca mestre no assunto de enrolar a conversa...

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