sábado, 30 de dezembro de 2017

A LIÇÃO DO PERNIL

A dois dias do fim do ano os 2017 os portugueses tiveram a oportunidade de aumentar a sua bagagem cultural de forma significativa, ficaram quase especialistas em hérnias umbilicais e ainda tiveram a oportunidade de saber que o pernil está para os venezuelanos como o bacalhau está para os portugueses. De caminho ainda receberam uma lição de direito constitucional, para saberem porque razão Ferro Rodrigo não foi Presidente da República durante a noite que passou.

Mas como o país é pequenino o pernil levou-nos à empresas que supostamente devia ter feito a exportação e ficámos a saber que Mário Lino é o presidente do Grupo. Faz todo o sentido, se a empresa faz tantas exportações nada como um especialista em transportes para gerir o grupo. Ninguém pode levar a mal que o nosso velho Jamais faça pela vida, a notícia nem sequer chega sê-o, até porque na mesma empresa há mais correntes político-partidárias devidamente representadas, enfim, há pernil que chegue para todos.

Mas o mais curioso é que essa mesma empresa foi alvo de uma investigação e a acreditar na comunicação social o crime de que era suspeita foi o de ter crescido muito! Enfim, seria maldoso questionar se não seria para tentar tramar Mário Lino, até porque alguém se poderia lembrar de sugerir que em relação ao governo de Sócrates a vontade de tramar surge antes da suspeita. 

Mas não deixa de ser ridículo que o Observador noticie de forma quase ingénua que em Portugal o sucesso empresarial é motivo de suspeita opor parte da nossa justiça. Aliás, no Freeport a grande causa da suspeição estava não em qualquer ilegalidade mas sim na forma célere como um processo legal foi aprovado. Enfim, ainda bem que os que não têm jeito para gerir empresas ou são defensores de um Estado lento optem por certas profissões.

Mas fica o aviso aos nosso jovens empreendedores e aos investidores estrangeiros, tenham cuidado com o sucesso, evitem ser muito bem sucedidos pois correm um sério risco de caírem nas malhas da lei, de serem investigados e verem os seus telefonemas escutados e as vossas vidas íntimas fotografadas. A não ser que contratem o Paulo Portas ou um qualquer outro selo de garantia de honestidade...

Enfim, daqui a três dia teremos Ano Novo, ainda que com muita gente “velha”.

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