Alguns exigem mais tempo a serem completados. Outros menos...
Neste, como noutros casos, dirão que é o destino... Que tinha o seu destino traçado...
Chamo-lhe outra coisa: é a vidinha. Esta crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS, é a insuportável evidência das coisas na Figueira. Aqui fica.
"Ontem era tarde para que o Município alienasse a sua participação na Figueira Parques – Empresa Municipal de Estacionamento. Não que o estacionamento urbano – nas zonas centrais da cidade – não deva ser regulado e tarifado. Não que a actividade não deva funcionar, como funciona, em regime de concessão. O que não pode acontecer é prolongar-se muito mais tempo o modelo de concessão que vigora. Por várias razões. Em 1º lugar, porque é prática malsã que o concedente e o concessionário sejam (quase) o mesmo. O concedente é o Munícipio, o concessionário é uma empresa de capitais maioritariamente municipais. O concessionário deve levar a cabo a operação nos termos contratados e ao concedente cumpre verificar o cumprimento do contrato. Juntar isto numa só entidade é coisa bizarra. É como se, numa empresa, o Presidente da Administração e o auditor fossem a mesma pessoa. Em 2º lugar, porque com o (mau) emaranhado contratual gizado no início da concessão, os ganhos obtidos com a operação só afluirão ao Município no final do contrato (2025). Como a Figueira Parques não distribui lucros, fica afastada a hipótese de, ao longo do período de concessão, o Município aplicar os ganhos obtidos na melhoria das estruturas associadas ao estacionamento urbano (pinturas, sinalização, etc). Tudo se resolveria com a reforma do modelo, em que um concessionário privado – sob regras a fixar (designadamente estabilidade do tarifário) - pagasse, em base regular, ao Município, uma renda da concessão."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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