“Parece-me que as notícias sobre a minha morte são manifestamente exageradas!…”. Este foi o comentário de Mark Twain ( 1835-1910 ) a notícias que o davam como morto… antes de o ser.
Mark Twain (nome artístico de Samuel Langhorne Clemens), reconhecido escritor americano sobretudo famoso pelos romances “As aventuras de Tom Sawyer” e “As aventuras de Huckleberry Finn” (este último frequentemente chamado de O Maior Romance Americano), não raras vezes nos propõe o mundo das crianças, idealizado, inocente mas astuto, em contraponto com o mundo dos adultos, dos homens e das mulheres da dourada era industrial, no qual a civilização, frequentemente apontada como a resolução dos problemas e o garante da felicidade, estava também prestes a trazer o flagelo das trincheiras e das armas químicas.
A consciência da perigosidade dos tempos que vivemos (ao nível local, nacional ou europeu) pode levar-nos a depositar a nossa confiança em líderes providenciais, ou a descarregar a raiva em posts inflamados no Facebook e a ficar sentado no sofá sem sequer ir votar ou ir a votos; ou a… participar!
De novo lembrando Twain: “Daqui a alguns anos tu estarás mais arrependido pelas coisas que não fizeste do que pelas que fizeste. Então, solta as amarras. Afasta-te do porto seguro. Agarra o vento em suas velas. Explora. Sonha. Descobre”. Assim, as notícias sobre algumas vitórias antecipadas… não serão manifestamente exageradas?!…
"Exageros…", uma crónica de Teotónio Cavaco, hoje publicada no jornal As Beiras.
Depois de ler esta crónica, dei comigo a pensar: o tempo mudou-me?
A resposta é não. O tempo não me mudou: porventura, ter-me-ei moldado!...
Fez sobressair tendências, penso que esbateu alguns exageros, aguçou-me o entendimento das pessoas e da vida, mas - e isso foi o que mais me marcou - roubou-me muitos daqueles de que mais gosto.
Sobretudo por isso, ensinou-me a odiá-lo. A ele, ao tempo.
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