Assis, pode dizer tudo o que quiser: o seu paleio nunca me inspirou qualquer confiança...
Quinze anos depois, deixo a memória de Francisco Assis, numa entrevista concedida a Ana Sá Lopes e São José Almeida, a 25 de Março de 2001.
«Há dez por cento da esquerda que tem representação ao nível parlamentar mas não têm representação a nível da governabilidade. Isso introduz assimetrias no sistema político e prejudica a esquerda. E basta haver uma aliança à direita para percebermos exactamente as consequências negativas para uma política que se situe à esquerda. Depois da queda do Muro, da desintegração da União Soviética, da falência do modelo marxista-leninista, acho que o PCP, não querendo mudar intrinsecamente, já mudou a sua posição na sociedade. Assim, devemos ter com os comunistas uma relação que é esta: eles são como são, têm as posições que têm e ainda a identidade que têm, evoluirão como evoluirão, não está ao nosso alcance determinar a maneira como vão evoluir. Agora o que penso é que deve haver um diálogo duro, sério, muitas vezes difícil. Como fazemos às vezes aqui na Assembleia da República e, por isso, já garantimos a aprovação de algumas coisas. (...) Se está demonstrado que ainda não é possível um entendimento geral de incidência governativa com este PCP a verdade é que já é possível estabelecer alguns acordos com vantagens. (...) Se não corremos o risco de, daqui a alguns anos, continuarmos a dizer que não há condições para uma coligação e a direita estará reorganizada.»
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Um amigo enviou-me uma mensagem telemóvel com o seguinte texto:
"A coligação PS, BE, PCP é um mero acordo para chegar ao poder", diz Poiares Maduro.
Já a coligação CDS/PSD é um
"Nobre Acordo para A Mui Distinta Gestão Dos Interesses da Pátria, Celebrado Por Pessoas Completa e Totalmente Desinteressadas, Que Sacrificam As Suas Fortunas Pessoais, Famílias e Carreiras Para Servir Portugal."
Gostei!
Partilho!
E com Assis a servir de Mestre de Cerimónias ou Chefe e Protocolo.
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