"A perspectiva da cidade altera-se. Vista do mar e do rio a Figueira não é uma só, são várias “cidades”. O centro é belíssimo, visto na aproximação à marina. Quando o sol brilha, a casa do Paço, as Praças Velha e Nova, parecem parte de uma cidade com o glamour das pequenas cidades do Adriático. Este património arquitectónico contrasta com a visão da enseada de Buarcos, onde “prédios” dos anos 70, 80 e 90, uma massa feia de paredes, janelas e telhados que agridem a paisagem. Vale a pena sair para o mar. Mesmo com alguns “sustos” inerentes à refrega Atlântica, especialmente quando o mar cresce e ficamos entre vagas. Quando se entra na barra, mesmo em dias de pouca ondulação (menos de um metro), torna-se evidente a tensão provocada pela junção de mar e rio, “estrangulados” pelas pedras de dois gigantes molhes. Criam-se forças difíceis de prever e controlar. É assim incompreensível como pescadores e marinheiros desprezam o perigo de um acidente nesta zona e não tomam todas as precauções, por exemplo usando coletes salva vidas. Quanto mais vezes se atravessa a barra, maiores são as probabilidades de um acidente, estatística pura e dura."
Citação de uma crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS
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