segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Na Aldeia... (IX)

O silêncio, aqui pela Aldeia, é considerado um atributo, uma qualidade – no fundo uma mais valia. 
É uma vantagem considerável. 
Tal, presumo, deve decorrer do mistério que quase inevitavelmente resulta do silêncio.
Falar e - pior ainda – escrever é, frequentemente, considerado um erro. 
Saber dizer pouco ou nada deve ser uma arte superior.
Nunca falar, porém, parece-me arrepiante. 
Quem está calado deve estar a pensar. E deve ser sábio...
Estas ideias, superficiais, porém, tanto poderão estar certas como erradas.
Nem sempre, contudo, a admiração pelos esfíngicos se justifica.
Por vezes, quando um desses seres se decide finalmente a falar, a surpresa pode ser geral. 
Por isso, o verdadeiro mestre do silêncio é aquele que domina a palavra. 
E que a usa no momento próprio.
Há pessoas destas na Aldeia, que são desvalorizadas por muitos, desprezadas por alguns e menosprezadas por outros.
Depois acontece a surpresa!.. 
Não são muitas as pessoas que se podem gabar de ter, com uma só entrevista de jornal, ter contribuído para dissolver um executivo de uma junta de freguesia e provocado eleições antecipadas.
Presumo que a sua reputação raramente esteve tão sólida. 
É legítimo, portanto, que aspire ao que tem direito: à presidência.
Quem olha para ele recorda o desastroso passado recente. 
Por mim tenho, pelo menos, duas duvidas:  
1 - Se conseguirá ter autonomia para organizar uma Aldeia em segunda edição?
2 - Se terá capacidade para presidir com independência, competência e sem atritos ou quezílias?

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