O
neoliberalismo, não teve na Europa e no mundo, o seu desenvolvimento
natural no pós-guerra, pela simples razão que a sua vivência
suscitaria a revolta dos povos europeus influenciados pelas doutrinas
“libertadoras” então em prática na URSS. O desenvolvimento
capitalista, perante este cenário de leste, com fundamentados
receios, obrigou-se a dar um passo atrás. Mas, logo que liberto de
tais preocupações, eis que novamente ressurge, com ímpeto
redobrado, recomeçando a sua natural evolução no preciso ponto em
que a deixou. O capitalismo “selvagem” com a sacralização do
mercado em toda a sua pujança.
Na
tentativa de “esconder” a sua própria natureza egoísta e
desprovida de valores humanos, tal como hoje o conhecemos, a
ideologia neoliberal esforça-se pela apresentação “anti-histórica”
do capitalismo contemporâneo, apresentando-o como algo de novo,
através de um arsenal de neologismos.António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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