“O 25 de Abril eclodiu as organizações, políticas,
sindicais, populares.
Algumas novas, outras saídas da clandestinidade, onde se
tinha desenvolvida a sua luta contra o Estado Novo.
A sua divulgação assumiu modos diversos, dos comícios aos
cartazes e aos murais, colados , por militantes, pelas cidades, pintados nos
muros e nas paredes. A Figueira não ficou de fora desta forma de luta. Brigadas
de alguns partidos disputaram, renhidamente, os espaços.
Recordo pichagens a azul, no percurso de minha casa, até às
paredes do Hospital da Misericórdia, onde trabalhava, palavras onde o meu nome era
escrito exortando à minha morte. Que acabaram após uma conversa entre mim e o líder
de um partido de direita, no café O Caçador.”
António Augusto Menano, escritor, hoje no jornal AS BEIRAS.
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