Via Meditação na Pastelaria
José Manuel Fernandes diz-se incomodado. Indignado. Talvez mesmo ultrajado.
José Manuel Fernandes incomodado, indignado e talvez mesmo ultrajado dá-me vontade de rir.
A pomposidade de JMF soa ridícula. O "sentido de Estado" não lhe assenta (com dois esses): "Sucede que as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, lugar onde todos os partidos têm acento e têm voz..."
E transcrevo o "acento", porque erros de português são inadmissíveis quando se sai a espadeirar tão bravamente em defesa da Pátria.
Em tempo.
Neste caso, José Manuel Fernandes não adoptou o acordo ortográfico.
Preferiu escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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