quinta-feira, 18 de junho de 2009

ZONA LIVRE - Crónica de hoje no RCFM

Foto sacada daqui
Hoje em dia, não sou grande entusiasta do futebol. Contudo, nada tenho contra o chamado desporto-rei, que move massas e faz aflorar intensas emoções e incendeia paixões…
Hoje, porém, vou falar de futebol. Ou, será de política. Vamos lá ver o que isto vai dar…
Na reunião camarária realizada na segunda-feira passada, as equipas de futebol do Cova/Gala e do Praia da Leirosa, por terem subido à Divisão de Honra Distrital, receberam, por unanimidade, um Voto de Louvor, da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Não sei se o Praia da Leirosa foi ajudado na temporada que findou pela Câmara. O Cova-Gala, uma realidade que eu conheço, não.
Ainda na última Assembleia Geral do Grupo, realizada no sábado passado, pelas 15horas e 30 minutos, na sede da Colectividade, na presença de 23 sócios, o presidente da Direcção Fábio Silva disse. Passo a citar: “não apresento nenhuma proposta para a futura direcção, nem a vou procurar, ou seja, levo isto muito a sério. Contar com ajudas de presidentes de câmara e de junta não é fácil, ou melhor, é correr um grande risco.” Fim de citação.
Fábio Silva mostrou-se indignado em relação às promessas feitas no que respeita ao “novo campo” do Cova-Gala. E passo a citar outra vez:“Vi projectos, e ouvi muita coisa… A culpa essa é dos espanhóis, ingleses, sei lá. É só promessas…”.
“A Junta ainda ajudou na limpeza do campo, agora a câmara foi zero...”.
Fim de citação.
O ano passado, o Touring, da Praia de Mira, foi campeão distrital da I divisão da AFC e não inscreveu equipa de seniores na época de 2008/2009.
O Cova-Gala, finalista vencido este ano, neste momento, encontra-se sem Direcção, embora esteja convencido que o problema se irá resolver positivamente.
Mas, o que se passa afinal com os Clubes do futebol distrital?
A política e o futebol não podem só andar de braço quando há interesse politico. Isto é, nos momentos de glória dos Clubes e em véspera de eleições.
Um voto de louvor dado pela Câmara, quando duas equipas do concelho ascendem à principal divisão da AFC é oportuno e correcto, politicamente falando. Mas é pouco, muito pouco, para as necessidades do trabalho realizado por estas Colectividades.
Estes pequenos clubes, que têm um papel insubstituível na formação dos jovens dos pequenos lugares, merecem mais do que palavras: precisam de apoios concretos e efectivos.
O verdadeiro futebol português, não é só o Cristiano Ronaldo…
O futebol português, também é esta realidade do futebol distrital à beira da falência, se não forem tomadas medidas urgentes…

2 comentários:

Miguel Costa disse...

O Cova Gala a nível sénior e não só, é desde há muito o último sobrevivente do concelho no que diz respeito à pratica do futebol dito "distrital". A Praia da Leirosa foi este ano a excepção, clubes como Santana, Montemor, Maiorca, "o também meu" Buarcos, etc, há muito que deixaram de ter equipas séniores, tendo apenas aparições fugazes e sem consistência.
Esta realidade é mais um factor de orgulho a todos o que têm tornado possível manter o Cova Gala em actividade. Mas estes têm sido poucos e quase sempre os mesmos (vejam a composição dos corpos socias nos último 15 anos), e como diz o ditado "água em mole em pedra dura, tando dá até que fura".
A dedicação, o trabalho, os sacrifícios familiares e pessoais necessários para dirigir ou colaborar num Clube deste tipo, levam ao desgaste e desmotivação, mais tarde ou mais cedo.
Não nós iludamos, infelizmente na actual sociedade ninguém é eterno e ninguém é benemerito o suficiente para retirar anos e anos à sua vida pessoal e familiar, em prol de uma colectividade, na qual as pequenas vitórias, sucessos e feitos vão sendo cada vez de menos para manter a motivação necessária.
Esta desvanece-se ao longo dos anos, pois constata-se, por um lado que quem devia apoiar não o faz, as entidades oficiais, quando contactadas por estes dirigentes, estes são tratados quase como mendigos, pedintes, como tivessem a pedir dinheiro em causa própria (talvez estejam mal habituados...), "despejam" meia dúzia de tostões, solicitando ainda publicidade ao acto e um lanchito se possível como não fosse um dos seus papeis apoiar estas colectividades (mais ainda na actual conjuntura onde o comercio e afins estão tudo menos interessados em apoiar).
Por outro lado as populações em geral, na Cova Gala também acontece, têm-se afastado dos clubes, muitos apenas se interessam quando têm algum interesse pessoal (familiar a jogar por ex.), este aspecto é infelizmente o espelho da nossa sociedade onde as palavras como comunhão, solidariedade, comunidade estão "fora de moda", o "nós" foi trocado pelo "eu", este aspecto de falta de sentido de associcação, de partilha de interesses comuns, é para mim o mais grave, sem os politicos é possível (como tem sido) sobreviver, agora sem pessoas (colaboradores, associados, espectadores...) não existem clubes.
De que vale ter equipas se os assistentes e apoiantes são poucos e repetidos (como nos cromos).
Só mais um desabafo que o texto vai longo, há sempre que dar valor, mérito e apoiar quem continua disponível para lutar e contribuir diariamente para a manutenção (neste caso) do Cova Gala. Não concordar com isto ou aquilo tudo bem, todos temos direito de opinar, mas nunca devemos esquecer que quem lá está, nos tempos de hoje, é só por isso razão de elogio e de apoio, se não for olhem-se ao espelho e digam a vós porque não lá estão.
Um abraço a todos os actuais e espero futuros dirigentes do "também meu" Cova Gala.

FabioSilva disse...

Grande um Abraço