sábado, 3 de maio de 2008

Carta da Martinha Lacerda: "aí a minha rica saudinha ..."



Depois de algum tempo de ausência, ao que sei por problemas de saúde (a vida e o reumático não perdoam...), tornei a ter notícias da querida Martinha Lacerda:

“Olá meus cridos.
A vida dos chamados “partidos do poder”, quando na oposição, é uma tragédia... Veja-se o PSD que anda pela hora da morte... Faz lembrar os tempos de “faca na liga”.
Atente-se: desde 2005, já foram incinerados Marques Mendes e Luís Filipe Menezes.
A política em Portugal, no putativo poder, é isto: não se discutem ideias ou projectos para desenvolver o País no seu todo: discutem-se pessoas.
Quando no poder, tudo corre bem. Distribuem-se mordomias e “tachos” e as coisas vão rolando. Quando na oposição é que a “porca torce o rabo” . O acesso aos “tachos” fica condicionado e há que tomar posições para quando vier a reviravolta, isto é, quando funcionar a chamada “alternância democrática”. Tudo vale para tomar posição no assalto ao poder.
É sempre assim: a agitação percorre agora o PSD. Em tempos não muito recuados, esses tempos conturbados fizeram o seu caminho no PS.
É a vida, dirão alguns...
Nestes dias pouco esclarecidos no PSD, quem está de fora, fica com a sensação que para Manuela Ferreira Leite é tarde de mais e para Santana Lopes o calendário eleitoral no seu partido veio cedo de mais...
Como portuguesa velha e normal só posso estar preocupada com o que o que vai acontecer à minha rica saudinha!...
E vocês, meus cridos, estão tranquilos?
Até um dia destes se o reumático me deixar ...”

1 comentário:

Anónimo disse...

Olhe Ó Dona Martinha, deixei passar os dias para só agora a vir aqui visitar, para evitar abusos e olhares mais curiosos, quisto dos blogos é como o calendário passa os dias e a gente arranca a folha e passa à frente. Pois então gostei muito de a ouvir, pois eu cá já pouco enxergo, foi aqui o meu Adsindo Basófias que me leu as noticías da cumadre. Que está muito bem para a idade, tomara eu puder ainda mandar umas bofatadas a alguns peralvilhos da nossa praça. Mas já não posso, passo os dias enfiada no centro e já daqui pouco saio. Mas vou oubindo a telebisão e rezando umas avés-marias que em chegando a nossa hora debe-se ir confortada. Minha cara Dona Martinha apenas lhe peço que de bez em quando diga das suas cas velhas também as sabem e por vezes o peso da idade deixa mandar umas bem assentes nesa senhora que pensa que nos engana. Eu ouço-a a falar e chega-me a assombração da voz do outro botas de Santa Comba. Porra Dona Martinha nunca mais vemos outras carinhas a povoarem os nossos dias. è o mal de cá andarmos à muito tempo e já não irmos em cantigas. Pois eu digo à dona Manuela, que tanto ela cómu o outro, que por cá passou na nossa terra, que o tempo deles foi ontem. Dai que pelo que ouço uns levam-na ao colo como se já tibese ganho. E esse baile a gente já biu. Foi c'mó anterior, todos a botarem nele e depois foi o que se biu. Agoar o Passo Coelçho ese também já viu melhores dias, está gordo o rapaz, precisa de emagracer senão na cabe nu telebisor. E quem nu cabe nu telebisor depressa é esquecido. Há agora lembrei-me, quanto a tachos isto aqui da alimentação no Centro está cada bez pior, alembra-me os tempos das senhas pró inçucar e pró pitrol, já ninguém salembra só nós as belhotas que os belhotes marcharam todos antes de nós. Olárila essa é que é Eça, que o Camilo suicidou-se.
Gaiteiras mas ainda por cá andamos ao bento.
Bem aja Dona Marta e volte sempre. Qu'eu gosto de a oubir sim senhora.
Ti Hortência do Iselindo