"Algumas vozes – poucas – discordaram. É normal. Sucedeu o mesmo com Amália Rodrigues e Humberto Delgado, como deve ter sucedido com todos os outros inquilinos. Se ninguém discordasse era um forte sinal de que não mereceria estar lá. A unanimidade não engrandece, diminui."
"O próprio ditador Salazar admirava a obra literária de Aquilino Ribeiro. Nas famosas entrevistas concedidas à jornalista francesa Christine Garnier, não resistiu a dizer-lhe mais ou menos assim: “converse com Aquilino; ele dir-lhe-à muito mal de mim , mas é um grande escritor”
Têm muita razão os que dizem, como o seu filho, ser lamentável e indecoroso, que a obra literária de Aquilino não esteja a ser leccionada na disciplina de Português do ensino secundário. Estou seguro que os estudantes do 11º e do 12º iriam adorar ler o “Andam Faunos pelo Bosque” ou o “Malhadinhas."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Tenha juizo. Ler?
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