Mais fotos aquiJá lá vai o tempo da passagem da Volta a Portugal pela Gala.
Na actual Av. 12 de Julho, então fazendo parte da 109, ainda com o piso empedrado, era uma festa ver o espectáculo deslumbrante e colorido que era o circo que acompanhava os corredores.
Não sou do tempo do Nicolau, do Trindade ou do Alves Barbosa, mas lembro-me do Roque, do Firmino, do Miranda e do inesquecível Agostinho.
A caravana de ciclistas jovens, que um dia destes passou pelo local onde passaram grandes glórias do ciclismo português de outros tempos, fez-me recuar a memória varias décadas.
Como diria o fabuloso e saudoso jornalista desportivo e grande escritor de histórias para crianças, Carlos Pinhão*:
Ai que saudades, ai, ai!..
(* Carlos Pinhão iniciou a sua carreira de jornalista em 1944, no jornal Sports, que posteriormente desapareceu dando origem ao também já desaparecido Mundo Desportivo. Onze anos depois (1955), entrou para a redacção do jornal A Bola onde fez a sua carreira até à morte. Foi ainda correspondente no nosso país de vários jornais desportivos de Espanha A Marca, França France Soir, e o Les Sprorts da Bélgica, tendo ainda publicações dispersas por várias outras publicações. Colaborou em diversos jornais regionais e nacionais, recebendo um prémio pelas suas crónicas no jornal Público.)
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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