António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Água rebelde rumo ao mar
Sou água rebelde
rumo ao mar ...
Na esquerda fica São Pedro,
o coração,
onde corre,
não sangue,
mas em torrente
um rio.
Cavado e frio...
Com gente
impetuosa,
solitária,
ardente...
Na junção com o mar,
as águas fazem lembrar...
Uma imaginária maré unida de vozes!...
Vale a pena lutar
neste mar de tinta
virtual?...
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1 comentário:
Ah, grande poeta. Haja alguém que me não desilude.
Aquele abraço, Agostinho
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