quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Aquele pinhal e este mar


Penso que nunca conseguiria viver longe do mar.
Ainda me lembro das dunas, com samoucos e camarinhas, da minha meninice, naquele pinhal em parte já levado pela zona industrial, entre o cata-vento e a Costa de Lavos. Aquele pinhal, tal como era, já só existe dentro de mim.
Resta-me este mar, que vai da Cova ao Cabedelo, para aliviar a dor afiada.
Ás vezes, temos necessidade de nos agarrarmos a um vestígio qualquer, para suportar a melancólica travessia do nosso mundo.
Hoje, vai ser mais um dia frente ao mar.
Estou convencido, que quando fizer a viagem definitiva, este mundo pouco se importará com isso.
No entanto, este mundo jamais será o mesmo: terá todas as coisas, menos a mim.
Abandonado, então, por este meu mundo, ficarei como gosto: definitivamente só.

4 comentários:

Anónimo disse...

Estás um bocado em baixo. Arriba, rapaz!

Anónimo disse...

deve ser do reumatico!...

Anónimo disse...

Estou farto de cortar na casaca, dizer mal, indignar-me com as faltas aos compromissos, os atrasos, as promessas por cumprir.
Cansei-me da estreiteza de vistas, a ignorância, a falta de curiosidade, a inércia, o nacional-porreirismo.
Sempre me irritaram estas coisas, e fico tanto mais indignado quanto mais penso nelas.
Depois de pensar nas causas para este tão característico estilo de vida, pensei que viver em São Pedro até pode ser giro.
Temos de ser tão condescendentes uns com os outros, compreensivos no meio da nossa trapalhada, tão humanos, no fundo, que não pude deixar de olhar para as coisas sobre um outro prisma e, devo dizer, com alguma ternura.
As melhoras ao bloguista.

Anónimo disse...

Espero que hoje já te sintas melhor...
Beijitos