"Em Buarcos, Soares era cidadão honoris causa! Calorosamente recebido pelas gentes do mar, privava com a população com a simplicidade de quem fazia da política um exercício sublime de proximidade. Viu-se em apuros quando subiu a um penhasco para visitar o património geológico do Cabo Mondego, contrariamente ao ditado “para baixo todos os santos ajudam” retirá-lo não foi fácil enquanto a subida havia sido um ápice! Esteve sempre nos momentos conturbados da política local! Tive a felicidade de privar com ele algumas vezes, sempre na Figueira… perdurará uma forte memória… até porque… Soares era fi xe!"
Isabel Maranha Cardoso, economista, hoje no jornal AS BEIRAS.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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