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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Seiça e a realidade que só não vê quem não quer

Seiça, a região e o mosteiro, é um blogue que nos conta "a história do Convento de Santa Maria de Seiça, através dos séculos."
Não é actualizado desde 7 de Março de 2014. 
Refiro o blogue porque penso que uma das responsáveis era a Senhora Maria Rosa Anttonen, que em 03 de Agosto de 2009, em nota à comunicação social,  colocou duas questões pertinentes, sobre o Convento de Santa Maria de Seiça,  um convento abandonado....
"Porque foi o Paço de Tavarede completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?
Porque houve dinheiro para um e o outro foi completamente esquecido e está em absoluta degradação?"
Na segunda-feira, dia 17 de Agosto de 2009, na sessão de Câmara Municipal, foi entregue um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de reconstrução do Convento de Santa Maria de Seiça.
Chegados a Setembro de 2021, passados 12 anos, sob gestão PS e "o que é que aconteceu?"
Propaganda.

A poucos dias da realização das autárquicas de 2017, tudo continuava a resumir-se a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
Na edição de 21 de Setembro desse ano o Diário as Beiras trazia a seguinte notícia:
"Convento de Seiça já tem anteprojeto para preservação".
S
egundo o jornal, o projeto prévio para a preservação das ruínas do convento de Santa Maria de Seiça foi apresentado no salão nobre dos paços do concelho da Figueira da Foz, ao executivo camarário e à associação SMS (criada para defender e promover aquele imóvel histórico). A sessão também contou com a participação do então presidente da Junta do Paião, Paulo Pinto. 
Elaborado pelo Atelier 15 Arquitetura, do Porto, o anteprojeto enfoca a dimensão e a riqueza arquitetónica da igreja do convento, que tinha uma “escala brutal”. O gabinete de arquitetos propõe preservar o que resta do local de culto, assinalando no terreno a sua dimensão original, ao mesmo tempo que advoga a atribuição de uma classificação ao imóvel. Para o efeito, terá de ser removida a vegetação que cresce há décadas nas ruínas do convento e de se estancar as infiltrações de água.
O referido ateliê de arquitetura propõe duas fases para a preservação do convento e antigo centro de estudos teológicos, que terá sido construído antes da nacionalidade portuguesa, pela Ordem de Cister. 
A primeira etapa contempla a limpeza e a consolidação das ruínas da igreja. A segunda, tem por missão consolidar todo o edifi cado e o restauro (possível) de dois pisos.
Por sua vez, de acordo com a proposta do Atelier 15 Arquitetura, a antiga fábrica de descasque de arroz é para ser demolida. Se, por um lado, a antiga unidade industrial não tem valor arquitetónico, por outro, desempenhou uma acção destruidora do convento, explicaram os autores do anteprojeto. 
No entanto, para memória futura, ficará o testemunho da chaminé. 
João Ataíde, presidente da Câmara da Figueira da Foz, quis saber quanto é que vai custar a preservação das ruínas do convento, mas não obteve resposta
O ateliê, contudo, ficou de avançar as previsões orçamentais dentro de um mês. Entretanto, alertaram que, em obras como aquela, nunca se sabe o que se vai encontrar, pelo que a margem de erro remete para meras estimativas. 
A empreitada, conforme se podia ler na edição de 21 de Setembro de 2017 do jornal AS BEIRAS, tinha cabimento num programa de fundos europeus

Passou o tempo. Em Abril de 2019 o falecido presidente João Ataíde foi para Secertário de Estado do Ambiente e entrou o presidente substituto Carlos Monteiro.
Recorde-se que o Mosteiro de Seiça foi mandado construir por D. Afonso Henriques em louvor à Virgem Maria, devido a um milagre recebido junto da capelinha de Nossa Senhora de Seiça.
Os primeiros monges do convento foram os de Lorvão que, naquele tempo, pertenciam á ordem de São Bento, cujo superior foi o Abade D. Paio Egas, nomeado para este cargo no ano 1175
D. Afonso Henriques faleceu (1185) sem que a obra estivesse concluída, mas o seu filho D. Sancho I deu-lhe continuidade, entregando o convento á ordem de S. Bernardo por esta ser considerada um "raro exemplo de virtude e Santidade".
Em Setembro de 1348, a peste negra fez com que o Mosteiro de Seiça sofresse muitas perdas entre religiosos e caseiros. Esta epidemia dizimou 150 religiosos em 2 meses.
Em 1513, D. Manuel ordena a reparação do Mosteiro por este se mostrar bastante degradado. Assim, a igreja foi ampliada e tornou-se num dos melhores templos das redondezas. Em 1895 foi vendido a uma família que transformou o mosteiro em fábrica de descasque de arroz, fábrica que veio a falir anos depois.
Actualmente, é propriedade da Câmara da Figueira da Foz, tendo sido comprado por Santana Lopes, no seu primeiro mandato como presidente de câmara da Figueira, que adquiriu o espaço por cerca de 225 mil euros.
Na altura, o autarca do PSD prometeu uma "intervenção de fundo" no imóvel, porém, passados todos estes anos, as ruínas do convento continuaram à mercê da degradação e do vandalismo.
Em Junho de 2020, "foi classificado como monumento nacional". As entidades que lhe conferiram o estatuto reuniram-se e a proposta foi aprovada por unanimidade. Esta decisão, permitiria que a  autarquia avançasse com a candidatura para a recuperação das ruínas, no montante de três milhões de euros.
No sítio do Turismo de Portugal na internet, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça, na freguesia do Paião, era apresentado como uma oportunidade de investimento para fins turísticos. A autarquia, então presidida por Carlos Monteiro, não descartava a possibilidade de o alienar, se houvesse uma proposta de compra sustentada num projeto com interesse público. Porém, na altura, segundo afirmou o presidente da câmara ao DIÁRIO AS BEIRAS, o município estava determinado em proceder à recuperação das ruínas. 
Muita propaganda foi feita ao longo dos 12 anos de gestão socialista até ao final.

E assim se chegou a Setembro de 2021.
Depois de ganhar as eleições e tomar posse, Santana Lopes cumprindo o guião por si traçado na campanha elitoral, enfrentou o problema património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca, “realidades que estavam muito complicadas”.
Logo em Dezembro de 2021, poucos meses após ter tomado posse, foi anunciado que “após sucessivas diligências levadas a cabo pelo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, nomeadamente através do Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), a Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2020), aprovou na passada quinta-feira, dia 09 de dezembro de 2021, a candidatura a fundos para a intervenção de requalificação e consolidação do Mosteiro de Seiça”.
A obra, com um investimento total estimado de 2.924.933,33 € e um investimento elegível de 2.922.881,66 €, foi cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a 85%, ou seja, com 2.484.449,41 €.
Esta candidatura teve por objectivo a recuperação e reutilização deste monumento nacional de elevado valor patrimonial e cultural, devolvendo a sua identidade à população e ao visitante, permitindo a fruição deste espaço, e o desenvolvimento da cultura e do conhecimento histórico, através da sua preservação e sustentabilidade futura. 
A conclusão da intervenção está prevista para o dia 31 de dezembro de 2023.
Foto via Município da Figueira da Foz

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Seiça, um convento que continua abandonado...

Propaganda, é o que continua a  preocupar os "nossos" autarcas...

Figueira da Foz, 03 de Agosto de 2009. 
Em nota à comunicação social, Maria Rosa Anttonen, coloca duas questões pertinentes, sobre o Convento de Santa Maria de Seiça,  um convento abandonado....
"Porque foi o Paço de Tavarede completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?
Porque houve dinheiro para um e o outro foi completamente esquecido e está em absoluta degradação?"
Na segunda-feira, dia 17 de Agosto de 2009, na sessão de Câmara Municipal, foi entregue um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de reconstrução do Convento de Santa Maria de Seiça.
Passados todos estes anos, "o que há de novo?"
Uma notícia publicada no jornal AS BEIRAS, edição de hoje, dá conta que o "Convento de Seiça já tem anteprojeto para preservação".

O projeto prévio, segundo o jornal,  para a preservação das ruínas do convento de Santa Maria de Seiça foi recentemente apresentado, no salão nobre dos paços do concelho da Figueira da Foz, ao executivo camarário e à associação SMS (criada para defender e promover aquele imóvel histórico). A sessão também contou com a participação do presidente da Junta do Paião, Paulo Pinto. 
Elaborado pelo Atelier 15 Arquitetura, do Porto, o anteprojeto enfoca a dimensão e a riqueza arquitetónica da igreja do convento, que tinha uma “escala brutal”. O gabinete de arquitetos propõe preservar o que resta do local de culto, assinalando no terreno a sua dimensão original, ao mesmo tempo que advoga a atribuição de uma classificação ao imóvel. Para o efeito, terá de ser removida a vegetação que cresce há décadas nas ruínas do convento e de se estancar as infiltrações de água.
O referido ateliê de arquitetura propõe duas fases para a preservação do convento e antigo centro de estudos teológicos, que terá sido construído antes da nacionalidade portuguesa, pela Ordem de Cister. 
A primeira etapa contempla a limpeza e a consolidação das ruínas da igreja. A segunda, tem por missão consolidar todo o edifi cado e o restauro (possível) de dois pisos.
Por sua vez, de acordo com a proposta do Atelier 15 Arquitetura, a antiga fábrica de descasque de arroz é para ser demolida. Se, por um lado, a antiga unidade industrial não tem valor arquitetónico, por outro, desempenhou uma acção destruidora do convento, explicaram os autores do anteprojeto. 
No entanto, para memória futura, ficará o testemunho da chaminé. 
João Ataíde, presidente da Câmara da Figueira da Foz, quis saber quanto é que vai custar a preservação das ruínas do convento, mas não obteve resposta
O ateliê, contudo, ficou de avançar as previsões orçamentais dentro de um mês. Entretanto, alertaram que, em obras como aquela, nunca se sabe o que se vai encontrar, pelo que a margem de erro remete para meras estimativas. 
A empreitada, conforme se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, tem cabimento num programa de fundos europeus

No fundo, sobre este assunto, a 9 dias da realização das autárquicas de 2017, continua a resumir-se tudo a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
É, apenas, isto sobre a preservação  do que resta do Convento de Seiça: "a vontade do Senhor Presidente em dar passos seguros na concretização do desejo de todos, sem que signifique um compromisso datado ou equivalente".

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Convento de Seiça (4)

"O Convento de Seiça é um local de memórias de infância. Ali brincámos tardes inteiras sem consciência da importância da imensa história decorrida naquele espaço desde o tempo em que foi erguido, no final do sec. XII. Conheci muito bem o estado do Convento nos anos 80. O desinteresse pela história e pelo património arquitetónico era uma triste normalidade no Portugal do sec. XX. Hoje, felizmente, apreciamos mais e estudamos melhor a história que encerram as pedras destas obras do nosso passado. Mas ainda podemos fazer melhor.
A Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça tem realizado um trabalho assinalável em prol da divulgação da história do Convento e da sua recuperação. O Prof. Eurico Silva em colaboração com esta associação publicou um belíssimo livro intitulado “Mistérios de Seiça” onde se dá a conhecer não apenas a história do Convento, mas também todo o contexto que envolve a sua construção e percurso pela história até à atualidade. Essa história ainda hoje tem muito por esclarecer, onde lendas se cruzam com a realidade.
A existência da Capela Octogonal junto ao Convento é um desses mistérios que convida a lendas e histórias fantásticas. Mas Eurico Silva também nos conta como foram os últimos tempos do Convento até ao seu abandono pelos frades no século XIX. Entrevista a família dos Carriços, que foram os últimos proprietários do Convento até à aquisição pela Câmara. E desde então, se encontra encalhado à espera de melhores dias.
Tendo em conta o indubitável interesse histórico, científico e social, bem como o enorme potencial turístico de um convento que pertenceu à Ordem Cisterciense será mais do que pertinente recuperar o Convento de Seiça. No entanto, essa recuperação deverá ser executada por especialistas e evitar reinterpretações que vão desvirtuar ou apagar para sempre os traços mais antigos do monumento. Uma excelente forma de criar uma dinâmica histórico-turística em torno do Convento seria integrar e dinamizar uma rede e/ou percurso nacional das 16 abadias e mosteiros cistercienses que existem no país."
Via Diário as Beiras

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

A recuperação de edifícios municipais, como o Mosteiro de Seiça, é uma prioridade para o actual executivo

O Mosteiro de Seiça, hoje em dia classificado como monumento nacional, fica na margem Sul do concelho, mais precisamente na freguesia do Paião, e a origem remonta à fundação da nacionalidade. 
Com a extinção das ordens religiosas, no século XIX, foi vendido a privados. No início do século, XX foi ali instalada uma fábrica de descasque de arroz, que laborou até 1976. 
O imóvel foi adquirido pelo Município da Figueira da Foz quando Santana Lopes cumpria o primeiro mandato na presidência da autarquia (1997-2001)
Seiça, a região e o mosteiro, é um blogue que nos conta "a história do Convento de Santa Maria de Seiça, através dos séculos."
Não é actualizado desde 7 de Março de 2014. 
Cito o blogue porque penso que uma das responsáveis era a Senhora Maria Rosa Anttonen, que em 03 de Agosto de 2009, em nota à comunicação social, colocou duas questões pertinentes, sobre o Convento de Santa Maria de Seiça, um convento abandonado....
"Porque foi o Paço de Tavarede completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?
Porque houve dinheiro para um e o outro foi completamente esquecido e está em absoluta degradação?"
Na segunda-feira, dia 17 de Agosto de 2009, na sessão de Câmara Municipal, foi entregue um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de reconstrução do Convento de Santa Maria de Seiça.
Chegados a Setembro de 2021, passados 12 anos, sob gestão PS "o que é que aconteceu?"
Propaganda. 
Muita propaganda foi feita ao longo dos 12 anos de gestão socialista até ao final.

E assim se chegou a Setembro de 2021.
Depois de ganhar as eleições e tomar posse, Santana Lopes cumprindo o guião por si traçado na campanha elitoral, enfrentou o problema património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca, “realidades que estavam muito complicadas”.
A obra, com um investimento total estimado de 2.924.933,33 € e um investimento elegível de 2.922.881,66 €, foi cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a 85%, ou seja, com 2.484.449,41 €.
Esta candidatura vai permitir a recuperação e reutilização deste monumento nacional de elevado valor patrimonial e cultural, devolvendo a sua identidade à população e ao visitante, permitindo a fruição deste espaço, e o desenvolvimento da cultura e do conhecimento histórico, através da sua preservação e sustentabilidade futura. 
Cumprindo o prazo, a conclusão da intervenção está prevista para o final de 2023.
Imagem via Diário as Beiras.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Propaganda, é o que mais preocupa os "nossos" autarcas...

Dr. Manuel Carraco, António Augusto Menano, Drª Isabel Sousa, Dr. José Martins, Dr. António Cabete, Arquiteto António Carlos Albuquerque, Eurico Silva e Maria Rosa Anttonen
Convento de Santa Maria de Seiça,  um convento abandonado...
Figueira da Foz, 03 de Agosto de 2009. Em nota à comunicação social, Maria Rosa Anttonen, coloca duas questões pertinentes.
"Porque foi o Paço de Tavarede completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?
Porque houve dinheiro para um e o outro foi completamente esquecido e está em absoluta degradação?"
Na segunda-feira, dia 17 de Agosto de 2009, na sessão de Câmara Municipal, foi entregue um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de reconstrução do Convento de Santa Maria de Seiça.
Passados mais de sete anos, "o que há de novo?"
O arquitecto António Carlos Albuquerque transmitiu que o Sr. Presidente da CMFF autorizou a abertura de concurso público para apresentação de propostas para a reabilitação do Convento de Seiça e que a ordem dos Arquitectos tinha aberto no dia 4 de Dezembro o encontro de apresentação de uma candidatura à Ordem do Arquitectos no Convento de Seiça...

Actualização da postagem às 11 e 27 minutos.
Por ter tido conhecimento da posição do arquitecto António Carlos Albuquerque, neste momento, sobre este assunto, passo a publicá-la, com a devida vénia.
"Relativamente a este post cumpre-me esclarecer algumas situações:
O meu nome é António Carlos Albuquerque e sou Engenheiro Civil;
O que afirmei na Tertúlia relativamente ao Dossier do Mosteiro de Seiça foi a Vontade expressa do Senhor Presidente Dr João Ataíde em acelerar o processo com a decisão de mandar efectuar a consulta externa para a Execução do Projecto de Intervenção no Mosteiro de Seiça, de forma a que o Município esteja preparado para aceder a qualquer mecanismo de financiamento que venha a ser permitido no âmbito do Quadro Comunitário ou outro.
Entendo perfeitamente a renovada esperança que esta atitude revela, mas corresponde apenas a isso: vontade do Senhor Presidente em dar passos seguros na concretização do desejo de todos, sem que signifique um compromisso datado ou equivalente. 
Gostei imenso da Tertúlia onde mais uma vez aprendi muito sobre Seiça e o seu Mosteiro e estes esclarecimentos têm tão só a intenção de precisar os termos e o momento em que o Processo se encontra!!! Um Obrigado especial à Associação por me ter convidado e reafirmar o elevado interesse e compromisso de toda a Câmara Municipal no Mosteiro de Santa Maria de Seiça!!!"

Resumindo.
No fundo, a boa nova dada por um técnico municipal, resume-se a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
É, apenas, isto: "a vontade do Senhor Presidente em dar passos seguros na concretização do desejo de todos, sem que signifique um compromisso datado ou equivalente".

sábado, 13 de junho de 2020

Convento de Seiça (6)

"O convento de Seiça não é apenas um edifício imponente, é muito mais do que isso. A sua fachada e o que resta do seu interior em ruínas, mostram as vivências que remontam ao reinado de D. Afonso Henriques.
Nos dias de hoje a única forma de vida naquele local foi a natureza que
desenvolveu.
Ao longo dos anos até ao presente tem sido referido a sua necessidade de reabilitação. Mas a ironia do seu destino faz com que seja um assunto
de recorrente interesse de alguns a monumento esquecido para outros.
O problema é sempre o mesmo.
Falta de dinheiro. Reabilitar um edifício daqueles vai valer milhões e com o tempo os milhões vão aumentando.
Mas se o problema é dinheiro, basta fazer as contas, já dizia António Guterres.
A reabilitação do Cabedelo já vai em cerca de 3 milhões € e ainda nem a meio vai. Como a Figueira gosta de estar na moda e é amiga do ambiente a requalificação no centro da cidade e de Buarcos ficou orçamentada num total das duas de 3.8 milhões €, fora as “trapalhadas” na rua dos Combatentes da Grande Guerra, o autor da estátua do pescador que decidiu reclamar e até estacionamentos que foram feitos por duas vezes. E já agora acrescentar 1.3 milhões € para a mega transformação do jardim municipal, que será tão avançada para a época que ninguém entende.
Só nestes exemplos somamos um valor de 8.1 milhões €. Será que são estas as prioridades da Figueira? Se existisse uma estratégia centrada na essência da terra e das suas gentes podíamos ter aqui uma reabilitação do Mosteiro de Seiça. Ao invés disso o caminho foi e continua a ser betonar as freguesias urbanas. É onde existe mais pessoas e, aparentemente, mais votos. Infelizmente, para os comerciantes, o betão não ajudou.
Prioridades de quem gere os milhões! Através de uma reabilitação, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça poderia ser um monumento de celebração da cultura, onde faria sentido contemplar a sua história, ou até ser um lugar para destacar os nossos talentos figueirenses. Desde a pintura, à escultura, à fotografia. Porque não ser um tributo a Mário Silva. Pelo menos Cantanhede (Tocha) teve essa sensibilidade. Respeitar um monumento desta dimensão é dar-lhe vida!"
Via Diário as Beiras
"Pessoalmente, não sou de grandes misticismos, mas confesso que o Convento de Seiça e toda a sua envolvente me provocam, sempre que lá vou, uma sensação transcendental, mística, quase como uma viagem espiritual a um vale encantado. Não sei se será da lenda dos degolados do Abade João ou da lenda da cura de D. Afonso Henriques, que terá mandado construir o atual convento, onde talvez já existisse um outro mais modesto, ou ainda se será devido às águas da Ribeira de Seiça, que serviram para produzir os míticos pirolitos de que sempre ouvi o meu pai falar. O que é certo é que é um lugar especial. A construção do convento iniciou-se em 1185. Ocupado por monges, talvez ligados à ordem de Cister, julga-se ter tido o seu auge de importância quando foi escola de Teologia e Filosofia, tendo sido abandonado em 1834 com a extinção das ordens religiosas. Menosprezado, foi parcialmente despojado e destruído e, em 1911, foi adquirido pela família Carriço que o transformou numa fábrica de descasque de arroz. Devido a todo esta importância histórica, em 1999, o Município decidiu “salvá-lo” adquirindo-o por 226.254€ com o pressuposto de que “a sua aquisição seria de grande responsabilidade, implicando obrigatoriamente um esforço articulado com o poder central, pois a sua recuperação e manutenção não poderia ficar só aos ombros do município”. Infelizmente, passados 10 anos, chegou-se a 2009 e nada tinha sido feito. Como diz o povo “de boas intensões está o inferno cheio”. O convento de Seiça continuava abandonado e por classificar como monumento nacional, não foi desenvolvido qualquer projeto de reabilitação e, para agravar, o PS herda uma câmara falida. Sem qualquer viabilidade de poder intervencionar o edifício, pois existiam outras prioridades: escolas degradadas, mercados e centros de saúde por construir, o executivo tratou de elaborar um projeto de consolidação das ruínas cuja obra custará cerca de três milhões de euros, financiada pelo Estado, e em 2018 conseguiu a sua classifi cação como monumento nacional. Acredito que após a referida obra, o futuro do monumento passará por ser um atrativo turístico relevante para a região, um local de visita cultural, histórica e até espiritual."
Via Diário as Beiras

Convento de Seiça (5)

"No nosso Convento de Seiça é porventura o monumento com maior relevância histórica do nosso concelho. Reza a lenda que D. Afonso Henriques o mandou erigir como agradecimento por um milagre que decorreu numa caçada no vale de seiça-facto mais do que suficiente para denominar este monumento de nacional. Infelizmente, este milagre não “entrou” no imaginário do Ministro da propaganda de Salazar, António Ferro, perito em criar tradições e locais de culto a partir de eventos, cujas origens são um pouco duvidosas.
Foi assim com Fátima, com o Galo de Barcelos ou até mesmo com os principais castelos, que possuíam uma geometria muito diferente da atual. Em Seiça os ingredientes para cativar António Ferro estavam lá, o que era capaz de garantir que as nossas lendas seriam parte integrante dos manuais obrigatórios de história. Na verdade, aquilo que perdurou no conhecimento histórico das massas foi aquilo que o Estado Novo decidiu que era importante.
Todavia, considero que a autarquia deverá mobilizar esforços para promover o convento de Seiça como um monumento nacional, que foi abandonado pelo seu país. Tenho esta convicção, porque este património não pode apenas ser restaurado pela autarquia. Este monumento tem mais de mil anos e não pode ser só a Câmara Municipal a dar conta do recado.
Até porque um verdadeiro processo de restauro do edificado terá de ser feito por alguns dos melhores restauradores de arte antiga do país. Aliás, só as estátuas, que estavam na fachada, iriam obrigar a um trabalho bastante minucioso e moroso. Neste sentido, este deve ser um desígnio nacional, com a certeza de que este mosteiro recuperado nos ajudará a perceber melhor o que faziam as populações do concelho da Figueira da Foz há um milénio.
De ressalvar o notável trabalho que a associação SMS tem desenvolvido no que diz respeito à promoção do Vale Encantado. Aliás, se hoje discutimos este tema em crónicas do principal diário regional, muito se deve àqueles cidadãos dedicados que querem ver Seiça novamente no mapa da história de Portugal."
Via Diário as Beiras

sábado, 15 de agosto de 2009

Seiça, um convento abandonado

foto Alex Campos
Seiça, a região e o mosteiro, é um blogue que nos conta "a história do Convento de Santa Maria de Seiça, através dos séculos."
Cheguei lá através do Aldeia Olímpica.
Neste post, Maria Rosa Anttonen, coloca duas questões pertinentes.
"Porque foi o Paço de Tavarede completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?
Porque houve dinheiro para um e o outro foi completamente esquecido e está em absoluta degradação?"
Na próxima segunda-feira, dia 17 de Agosto, na sessão de Câmara Municipal, será entregue um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de reconstrução do Convento de Santa Maria de Seiça.

sábado, 20 de junho de 2020

Convento de Seiça, "um monumento a preservar e não a alienar.:"

Será desta, que a  autarquia avança com a candidatura para a recuperação das ruínas, no montente de três milhões de euros?
Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS, edição de ontem, o Mosteiro de Seiça, finalmente, "foi classificado como monumento nacional".
Cito  Maria Isabel Sousa, autora do livro "O Mosteiro de Seiça e a fábrica de descasque de Arroz. Do silêncio dos arrozais ao ruído fabril"2018, (que vai na segunda edição), editado pela Associação dos Amigos do Convento de Seiça):
 "...existe um lindo mosteiro cisterciense, num vale encantado, no Concelho da Figueira da Foz, que há muitos anos clama por socorro e não tem sido ouvido.
A sua história, que se perde nos primórdios da nossa nacionalidade, está em risco de derrocada e de se perder todo o valor inestimável desta jóia arquitetónica.
Os pedidos de socorro têm saído de muitos quadrantes e personalidades, em especial da Associação dos Amigos do Convento de Seiça (SMS), a quem reconhecemos um papel crucial na defesa desta causa.
Não há tempo a perder!
Se não se consegue restaurar o edifício, que se estabilize a ruína, se limpe a envolvente, se cuide do que existe, porque todo o conjunto também conta uma história, que não queremos esquecer."
Ainda Maria Isabel Sousa: "o Mosteiro de Seiça é um monumento único, misto de arquitetura religiosa quinhentista e de arqueologia industrial (devido à implantação de uma fábrica de descasque de arroz no seu interior a partir de 1917).
Um monumento a preservar e não alienar.
Premonitoriamente o ofício, datado de 13 de junho de 1997, enviado pelo Instituto Português do Património Arquitetónico, dava conta dos trâmites com vista à classificação do Mosteiro de Seiça como “Imóvel de Interesse Público” e deixava claro que “ (…) Sendo assim o imóvel fica sujeito às disposições legais em vigor (…), pelo que não poderá ser demolido, alienado, expropriado, restaurado, ou transformado sem autorização expressa deste instituto. (…)”.
“(…) Admite-se que o conjunto em causa reveste-se de uma característica sui generis. Peça notável da arquitectura quinhentista da ordem de Cister, posteriormente remodelada, foi ali implantada uma fábrica de descasque de arroz, facto que, aparentemente desvirtua o espaço original, por outro lado, pese embora as obliterações sofridas, lhe concede uma segunda e original mais-valia patrimonial, neste caso no âmbito da arqueologia (ou património) industrial (…). Esta dupla valência do imóvel, em vez de lhe reduzir o interesse como que reforçou a sua aura e o seu caráter insólito, constituindo-se como duplo desafio em termos de tipologia patrimonial e da respetiva salvaguarda que se impõe”. Ofício do Instituto Português do Património (IPPAR). Conselho Consultivo. Lisboa, 19 de junho de 1998."

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Recuperação de edifícios municipais é “prioridade” para Santana Lopes na Figueira da Foz

Via Notícias de Coimbra
"A recuperação de edifícios municipais, como o Mosteiro de Seiça ou o Paço de Maiorca, para que as pessoas os possam visitar, é uma “prioridade” para o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes. 
A questão da reabilitação do Mosteiro de Seiça foi hoje suscitada na reunião do executivo, devido a não existir ainda visto do Tribunal de Contas à empreitada orçada em 2,7 milhões de euros, nem aprovação da candidatura a fundos do Portugal2020, que suportam a obra em 85% do seu financiamento.
“Seiça tem ainda os fundos europeus para aprovar. E tem o visto do Tribunal de Contas para ser dado. O visto só é concedido quando houver a aprovação da candidatura aos fundos europeus, portanto estamos aqui num impasse”, frisou Santana Lopes, em declarações aos jornalistas à margem da reunião camarária. O presidente do município enfatizou que a recuperação do Mosteiro de Seiça “não pode esperar”: “Quero começar as obras, não é por mim, não é um capricho, é porque o Mosteiro precisa, tenho receio na situação”, alertou. 
Um dos receios, há muito identificado, diz respeito à situação da igreja em ruínas, que possui árvores no topo das duas torres e cujas raízes ameaçam a estabilidade da fachada do século XVI. 
Localizado num vale da freguesia de Paião, no sul daquele concelho litoral do distrito de Coimbra, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, o mosteiro teve origem na fundação da nacionalidade, embora o conjunto edificado atual seja dos séculos XVI e XVIII. 
Santana Lopes classificou a situação de “urgentíssima”, acrescentando que a primeira prioridade é “o que está em risco” no Mosteiro, ou seja, a “consolidação” do edificado em ruínas. Quanto ao projeto do anterior executivo em criar em Seiça um centro de interpretação, Santana Lopes manifestou “dúvidas”. “Acho que o Mosteiro tem de ser devolvido, tanto quanto possível, à sua pureza. Vejo-o como local de visita, a Figueira precisa, como de pão para a boca, de ter os seus pontos de interesse e relevo patrimonial em estado de serem visitados. Para que os cruzeiros que aqui param, os passageiros não se meterem na camioneta e irem para outras cidades”, ilustrou.

A recuperação de edifícios estende-se ao Paço de Maiorca – adquirido para o município precisamente por Santana Lopes há mais de 20 anos. Em 2008, o executivo do PSD aprovou uma parceria público-privada para ali edificar uma unidade hoteleira, a obra acabou abandonada e o processo judicial que se seguiu terminou com o município da Figueira da Foz a ter de pagar cerca de cinco milhões de euros à massa insolvente da sociedade. “Que o Paço de Maiorca vai ser recuperado não tenham dúvida nenhuma, a orientação é recuperar”, garantiu Santana Lopes. Sobre o edifício do século XVIII, que pertenceu aos Viscondes de Maiorca, o autarca revelou que na sequência de parceria público-privada “muito má” foram construídos, em anexo ao edifício principal, mais de 30 apartamentos, e existe uma “ponderação a fazer”, sem adiantar, de momento, mais pormenores sobre um eventual destino a dar ao Paço. 
“O valor primeiro é o relevo patrimonial, dentro da importância da vila de Maiorca, que tem características muito próprias”, sublinhou Santana Lopes, aludindo à envolvente do Paço, onde se inclui, igualmente, o Palácio Conselheiro Branco, também propriedade municipal. 
 “Fará sentido uma nova sede de Junta de Freguesia ou de serviços, meio milhão de euros, quando temos o Palácio Conselheiro Branco por recuperar? Temos de trabalhar na melhor opção”, frisou o presidente da Câmara."

Nota de rodapé.
Recorde-se que tanto o Convento de Seiça como o Paço de Maiorca estão (ou estiveram) à venda durante anos... 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Presidente da Câmara admite vender Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca)

Convento de Seiça e Paço de Maiorca...      
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, edição de hoje,  o presidente da câmara, Carlos Monteiro, admite que o município poderá vir a vender o Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca), dois imóveis históricos, ambos classificados e propriedade do município da Figueira da Foz. Evidentemente,  “se aparecerem propostas interessantes e bons projetos”, sublinhou o autarca.
Entretanto, a edilidade figueirense vai candidatar a conservação das ruínas do convento construído pela Ordem de Cister antes da nacionalidade portuguesa a fundos comunitários. Esta intervenção poderá custar três milhões de euros.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Figueira, uma cidade em ruínas (4)...


Mosteiro de Seiça
Foi D. Afonso Henriques quem o mandou construir em louvor à Virgem Maria, devido a um milagre recebido junto da capelinha de Nossa Senhora de Seiça.
Os primeiros monges do convento foram os de Lorvão que, naquele tempo, pertenciam á ordem de São bento, cujo superior foi o Abade D. Paio Egas, nomeado para este cargo no ano 1175
D. Afonso Henriques faleceu (1185) sem que a obra estivesse concluída, mas o seu filho D. Sancho I deu-lhe continuidade, entregando o convento á ordem de S. Bernardo por esta ser considerada um "raro exemplo de virtude e Santidade".
Em Setembro de 1348, a peste negra fez com que o Mosteiro de Seiça sofresse muitas perdas entre religiosos e caseiros. Esta epidemia dizimou 150 religiosos em 2 meses.
Em 1513, D. Manuel ordena a reparação do Mosteiro por este se mostrar bastante degradado. Assim, a igreja foi ampliada e tornou-se num dos melhores templos das redondezas. Em 1895 foi vendido a uma família que transformou o mosteiro em fábrica de descasque de arroz, fábrica que veio a falir anos depois.
Actualmente, é propriedade da Câmara da Figueira da Foz, tendo sido comprado por Santana Lopes, então líder da autarquia, que adquiriu o espaço por cerca de 225 mil euros.
Na altura, o autarca do PSD prometeu uma "intervenção de fundo" no imóvel, mas, passados todos estes anos, as ruínas do convento continuam à mercê da degradação e do vandalismo.
Miguel Almeida, actual vereador do PSD, na reunião de Câmara realizada no passado dia 2 de Março, apresentou uma proposta para a recuperação do Mosteiro de Santa Maria de Seiça.
O Mosteiro, apesar das diligências efectuadas, não está classificado pelos serviços do Estado, encontrando-se num estado deplorável de degradação.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Gestão do património de todos nós...(4)

"O Paço de Maiorca necessita de uma intervenção a curto termo para travar o seu acelerado processo de degradação. O Paço já teve uma oportunidade de
oferecer uma função pública quando existiam fundos do Estado disponíveis para
realizar o projeto do arquiteto Pedro Taborda. Esse projeto atribuía ao Paço uma função de apoio a artistas, incluindo ateliers e habitação, contemplando também a envolvente do edifício e a sua relação com o tecido social. As decisões entretanto tomadas, os custos que tiveram para a autarquia e o logro de uma solução para aquele espaço mereciam um apuramento de responsabilidades
mais rigoroso e consequente. Na minha opinião, Maiorca merecia um projeto que trouxesse genuína vitalidade à vila, como o proposto pelo arquiteto
Pedro Taborda, mantendo o Paço no domínio público e reforçando a sua
ligação ao tecido social de Maiorca.
Relativamente ao futuro do Convento de Seiça, é urgente consolidar o conjunto de edifícios e posteriormente intervir. O Convento é o monumento mais antigo do concelho, com uma igreja de traça única apesar de já ter sofrido intervenções destrutivas, com uma história ímpar de produção de conhecimento ligada ao Mosteiro de Alcobaça e uma singular imponência no contexto do património do concelho. Existem exemplos de conventos recuperados para o setor do turismo, como é o caso do Convento de Santa Maria do Bouro, igualmente convento cisterciense, recuperado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura e adaptado a uma Pousada de Portugal, gerida por um grupo privado. O problema é que não faltam casos de venda de património a um privado utilizando o prestígio de arquitetos de renome para assinar os projetos, mas que à primeira oportunidade mutam para soluções que desvirtuaram a ideia do próprio arquiteto e destruíram a traça histórica desses locais em benefício
de efémeros lucros.
Em Seiça, não podemos correr esse risco. Sou contra a sua venda e apoio uma solução que atribua funções públicas ao Convento, que se for executada com o devido rigor arquitetónico poderá servir para criar uma dinâmica turística mais
sólida e duradoura."
Via Diário as Beiras

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Seiça: até ao momento, "vai-se a ver e nada", tirando o desejo de arranjar "2,7 milhões de euros para estabelizar ruínas"...

Na Figueira, a criatividade na propaganda política vive uma crise terrível, há muitos anos. Quando se aproximam eleições autárquicas, é sempre mais do mesmo. Resumindo e lembrando alguma da matéria já dada sobre este assunto

Seiça, é um convento em ruínas que continua abandonado... Propaganda, é o que continua a preocupar os "nossos" autarcas... 
Em 21 de Setembro de 2017, uma notícia publicada no jornal AS BEIRAS, dava conta que o "Convento de Seiça já tinha anteprojeto para preservação".
A Câmara disse que quis saber quanto é que iria custar a preservação das ruínas do convento, mas não obteve resposta. O ateliê,  ficou de avançar as previsões orçamentais dentro de um mês. Entretanto, alertaram que, em obras como aquela, nunca se sabe o que se vai encontrar, pelo que a margem de erro remete para meras estimativas.
Será que já se conhecem os números necessários para a preservação das ruínas?
A empreitada, conforme se podia ler na edição do jornal AS BEIRAS de 21 de Setembro de 2017, a 9 dias da realização das autárquicas desse ano, tem cabimento num programa de fundos europeus. 
No fundo, sobre este assunto, os anos vão passando e continua a resumir-se tudo a uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. 
Tirando a agitação e a propaganda, nada de novo...

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Convento de Seiça (3)

"Em 2000 começaram conversações por parte da Câmara Municipal no sentido de adquirirem o Convento de S. Maria de Seiça, na altura já em adiantado estado de degradação. O negócio seria concluído em 2004, sendo o edifício classificado como Imóvel de Interesse Público em 2002. De então para cá muito se tem reclamado que algo de sério se faça no sentido de impedir a ruína absoluta.
Em finais de 2018 anunciou-se que o mosteiro obtivera a classificação de monumento nacional, condição sine qua non para candidatura a fundos estruturais. Equívoco inexplicável, pois só em Abril do ano passado é publicado o Anúncio 66/19 determinando a abertura do procedimento de ampliação e reclassificação como Monumento Nacional e indicando estarem os elementos relevantes do processo disponíveis nos sites da D. G. Património, da D. R. Cultura Centro e da Câmara Municipal.
São incontornáveis o esforço e dedicação da SMS-Associação dos Amigos de S. Maria de Seiça, na defesa do monumento e os passos que têm dado no sentido da almejada classificação e do socorro urgente do ainda majestoso complexo. Neste momento crescem árvores nos torreões: cegonhas vão aí construir ninho. Este poderá ser o fatídico golpe na integridade do que resta: cada ninho pode pesar 200 kgs! A Câmara Municipal tem de pôr pés ao caminho sem assobiar para o lado. Urgente mexer os cordelinhos de modo a rapidamente se proceder a obras de sustentação. Por aqui andaram o Abade João e Afonso Henriques na luta contra os mouros.
A SMS tem um livrinho ilustrado, que relata a lenda criada à volta do aio do rei e sua cura miraculosa atribuída a S. Maria! “Vejo”o mosteiro apoiado por vigas de metal incorruptível, fechados os espaços ainda existentes por acrílico transparente, dando ao convento a dignidade merecida. A igreja primitiva vem da génese do País, não é pouco! Ali poderão ainda fazer-se visitas, ouvir música medieval, estar patente em cada 15 de Agosto, aquando da festiva feira, com mais de 500 anos, agora lamentavelmente mais nua pelo corte exacerbado de árvores naquele sítio lindo. Um karma que nos persegue!"

Via Diário as Beiras

quinta-feira, 11 de junho de 2020

E tinham como discordar?..

Via Diário as Beiras
Os presidentes das juntas do Paião e Maiorca, respectivamente, Paulo Pinto e Rui Ferreira, "em sintonia com o presidente da câmara, concordam com a venda do Convento de Seiça e Paço de Maiorca"
A possibilidade da alienação dos dois imóveis municipais e classificados é uma possibilidade admitida ontem pelo presidente da câmara, Carlos Monteiro. 
A SMS-Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, através da presidente da direção, Maria Rosa Anttonen, defende que o facto do Turismo de Portugal “entregar o Convento de Seiça a investimentos privados não deve servir de desculpa para a câmara se alhear das suas responsabilidades”. Por isso, advoga que a autarquia deve “levar a bom termo a classificação como monumento nacional e continuar à procura fundos de financiamento”

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Mosteiro de Seiça, finalmente, "foi classificado como monumento nacional"

Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS, edição de hoje, o Mosteiro de Seiça, finalmente, "foi classificado como monumento nacional". As entidades que lhe conferiram o estatuto reuniram-se esta semana e a proposta foi aprovada por unanimidade. Esta decisão, vai permitir que a  autarquia avance com a candidatura para a recuperação das ruínas, no montente de três milhões de euros.
No sítio do Turismo de Portugal na internet, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça, na freguesia do Paião, é apresentado como uma oportunidade de investimento para fins turísticos. A autarquia não descarta a possibilidade de o alienar, se houver uma proposta de compra sustentada num projeto com interesse público. Neste momento, porém, afirmou o presidente da câmara, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS, o município está determinado em proceder à recuperação das ruínas. 
Muita propaganda tem sido feita ao longo dos anos. Entretanto, Seiça, continua um convento abandonado.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Convento de Seiça

"O que impressiona mais no Mosteiro de Santa Maria de Seiça é a diversidade histórica que se esconde por detrás da imponente fachada. De forma inverosímil acabou a sua vida útil como fábrica de descasque de arroz, após ter sido vendido a privados em 1911. A data exata da fundação é desconhecida mas há referências a este lugar desde 1162. Nessa época foram erguidas casas conventuais nos territórios reconquistadas aos Mouros. A partir desta altura Seiça passou a albergar uma comunidade de monges brancos  assim conhecidos devido à cor do seu hábito. Na Idade Média, o Mosteiro de Seiça foi suprimido devido aos desentendimentos com a casa-mãe de Alcobaça. Contudo, resistiu e em 1572 funcionou como centro de estudos filosófi cos, e em 1772 a igreja atual foi construída após a demolição da igreja medieval aí existente. A decadência chegou no sec. XIX e a capela-mor foi-se degradando acabando por ruir. Em 1871 a Junta de Paróquia deliberou a demolição da sacristia do lado sul tendo utilizado uma pedra gigante existente no Mosteiro para tapar o cemitério e o adro da Igreja do Paião. Quase 50 anos depois a construção do caminho-de-ferro da Linha do Oeste obrigou à demolição de mais estruturas. Hoje o edifício é propriedade da Câmara Municipal e classificado como Monumento Nacional desde 2019. O que fazer agora? Associar três vertentes distintas: a histórica, narrando de forma inovadora as “estórias”, lendas e os seus personagens (como se fez no Museu POROS, em Condeixa); a natural, mantendo as árvores, arbustos e parte da natureza que se mistura com o próprio edifício e que lhe dá uma beleza única, ligando-o assim à evolução do património biológico e até às alterações climáticas; por último, a vertente social, estabelecendo na ruína estruturas que permitam a sua vivência ativa e quotidiana, capitalizando a sua beleza natural e da envolvente."
Via Diário as Beiras

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

terça-feira, 14 de maio de 2024

Município da Figueira da Foz suspende expropriações em Seiça

Via Diário as Beiras

Estava prevista a compra de três casas, mas a diferença de valores entre avaliações ditou a suspensão do processo

«Uma habitação é propriedade do antigo presidente da SMS – Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, João Campos, e outra pertence a um familiar da atual presidente, Rosa Anttonen.
“Para já, está fora de questão, porque houve uma diferença grande entre a avaliação [encomendada pelo município] e os valores que [os proprietários] apresentaram. [A expropriação] entrou num processo especulativo e, portanto, não tem cabimento”, esclareceu, ao DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes.
O autarca acrescentou: “Depois, as pessoas que não se queixem que não há a requalificação almejada da zona envolvente. Ir expropriar propriedade em vários casos pertencentes aos dirigentes da Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, prefiro nem sequer mergulhar nesse processo; ponho-o de lado”.
“Temos muita coisa a fazer ali, e vamos trabalhar com os terremos que temos [do município]”, concluiu Santana Lopes.»