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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Triste...

A zona mais afectada pela tempestade Leslie, a Figueira da Foz, esteve cerca de três horas sem comandante dos bombeiros e coordenador da Protecção Civil municipal, que se foi embora, e nem sequer houve reunião preparativa de eventuais estragos, no sábado.

Nuno Osório confirmou, mas disse que não precisava "de estar presente para haver comunicação". Certo é que, às três da madrugada, o segundo-comandante, a quem Nuno Osório diz ter "passado o serviço", estava sozinho sem saber para onde se virar. Nem o trânsito da ponte foi encerrado.
Em declarações à agência Lusa, Lídio Lopes, antigo responsável da Protecção Civil da Figueira da Foz pediu a saída de Nuno Osório, acusando-o de "abandonar a coordenação das operações de socorro em plena crise", "com a população a requisitar a maior ajuda" dos agentes de Proteção Civil e "sem comunicar esse abandono, sequer, a quem o iria substituir no comando operacional dos bombeiros".
Por outro lado, Lídio Lopes, que antecedeu a Nuno Osório na coordenação da Protecção Civil municipal, apontou ao responsável a "leviandade de não ter accionado os mecanismos, sob a sua competência e à sua disposição, de prevenção e intervenção em situações de crise e de planeamento, acautelando a intervenção coordenada de todas as entidades que integram o sistema de Proteção Civil", durante a passagem da tempestade Leslie.
Ouvido pela Lusa sobre o paradeiro do coordenador operacional municipal na madrugada de domingo, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde afirmou desconhecer e remeteu a resposta para o próprio Nuno Osório. "Não sei, pergunte-lhe. Eu sei que saí daqui às duas da manhã e (a tempestade Leslie) já estava em situação de acalmia, todas as situações de emergência já estavam garantidas. Se o comandante se retirou é uma questão que lhe deve perguntar", respondeu João Ataíde.
Carlos Luís Tavares, CODIS de Coimbra, que nessa noite enviou para a Figueira da Foz meios de reforço de Aveiro e da Força Especial de Bombeiros, disse também desconhecer que Nuno Osório tenha abandonado as funções. "Se o fez, devia ter dado conhecimento e não deu", frisou Carlos Luís Tavares.
Aos jornalistas, Nuno Osório, admitiu que "não às três da manhã mas mais tarde, em pleno declínio das necessidades de resposta às ocorrências", cerca das cinco horas, entendeu "ir descansar" para estar de regresso à coordenação a partir das 8.30 horas, o que aconteceu, disse. O trabalho expectável ao longo do dia "exigia que estivesse minimamente em condições para dar resposta", argumentou.
Nuno Osório diz ter passado o comando dos Bombeiros Municipais ao segundo comandante da corporação, Jorge Piedade, e a parte da coordenação da Proteção Civil municipal "aos técnicos superiores" daquela entidade.
Enquanto coordenador operacional municipal, Nuno Osório coordena todas as entidades de Protecção Civil concelhias - corporações de bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa, forças policiais ou funcionários de obras municipais e higiene e limpeza, entre outras.
Já enquanto comandante dos Bombeiros Municipais, numa situação de emergência, também assume as funções de COS, com o comando operacional dos bombeiros presentes - no caso da tempestade Leslie, na Figueira da Foz, a corporação de Voluntários, o reforço de Aveiro e os operacionais da Força Especial de Bombeiros.
Ao ausentar-se, essas funções deveriam passar para o bombeiro mais graduado no município, o que, na prática, é o outro comandante concelhio, o dos Bombeiros Voluntários (BVFF), João Moreira. Este garantiu à Lusa que não teve "comunicação ou aviso prévio" da ausência de Nuno Osório e que não assumiu, por isso, as funções de COS, ficando a Figueira da Foz "oficialmente sem comandante de operações de socorro" durante várias horas, até ao início da manhã de domingo.
João Moreira adiantou, por outro lado, que só soube da ausência do comandante dos Bombeiros Municipais através de uma chamada "via rádio, porque não havia comunicações (telefónicas)" do segundo comandante Jorge Piedade, "por volta das 2.30", duas horas e meia antes da hora a que Nuno Osório garante ter ido descansar.
"Perguntou-me onde é que punha os meios (do reforço de Aveiro e da Força Especial de Bombeiros) e eu questionei o porquê da pergunta", frisou João Moreira, já que essa competência estava atribuída pelo CODIS a Nuno Osório, explicou. "Perguntei e (Jorge Piedade) disse-me que ele (Nuno Osório) já não estava", frisou João Moreira.
Instado a esclarecer o caso, Nuno Osório disse desconhecer o contacto entre o seu segundo comandante e João Moreira para que este último decidisse o posicionamento dos meios de reforço, numa altura em que o comandante dos Bombeiros Municipais ainda estaria em funções.
Já sobre quem assume as funções de comandante das operações de socorro na Figueira da Foz, no caso de um eventual impedimento seu, Nuno Osório não respondeu: "Isso está bem definido no sistema de gestão de operações, é só ler a legislação, isso é do âmbito operacional, está claramente definido entre nós", alegou.

Via Jornal Notícias

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O que é “Ficheiros Secretos”, um espectáculo de Luís Osório?

Sábado à noite, entre curioso e intrigado (um amigo meu, que muito prezo, tinha-me confidenciado que nem morto lá ía...), fui ao CAE ver esta perfomance de Luís Osório.

A coisa prometia. Tinha como convidados Santana Lopes, Conceição Monteiro, Luísa Amaro e Cândido Costa.

“Ficheiros Secretos”, com o sub-título de "Histórias Nunca Contadas da Política e da Sociedade Portuguesas", é um livro  publicado pelo jornalista em 2021, que foi adaptado para os palcos, num espectáculo difícil de definir, mas que tem esgotado as salas por onde passa.

Ao que li, "é uma performance inédita de um jornalista e escritor reconhecido que arrisca agora o que nunca foi feito. Luís Osório assume o papel de narrador da história recente de Portugal, convocando para o palco memórias de personagens marcantes como Álvaro Cunhal, Mário Soares, José Saramago, Amália Rodrigues, Francisco Sá Carneiro, Jorge Sampaio, entre muitos outros. 

O autor conduz a audiência numa viagem pelo último século português e pela vida de alguns dos protagonistas que marcaram o nosso tempo. 

Uma viagem partilhada com o público e com convidados absolutamente surpreendentes."

Tudo isso se concretizou. No sábado passado, Luís Osório esteve completamente exposto e sem rede. Até teve uma "branca", breve (na Figueira é assim: é tudo "breve"), que ultrapassou com toda a naturalidade, quando se queria referir a um episódio que envolvia Carmona Rodrigues, antigo presidente da Câmara de Lisboa e o nome não saía.

Frente ao público, foi ele, só, mais as histórias dos seus fantasmas - bons e maus. 

Mas, afinal, o que é “Ficheiros Secretos”?

Um espectáculo de segredos, confissões, medo e esperança?

Confesso que não sei explicar. 

Para mim, foi algo inaudito.

Algo que nunca tinha visto ou ouvido. Um desafio absolutamente incrível e espantoso, que Luís Osório coloca a si mesmo e que já foi presenciado por mais de 20 mil pessoas deste País.

Eu, fui uma delas. E saí do CAE a pensar sobre o que tinha presenciado e não consigo ainda explicar por palavras ao que tinha assistido.

Continua presente a entrada de Luís Osório na sala, trazendo uma mala vermelha, carregada de memórias de familiares, daqueles que o tratavam por Miguel.

Durante a exposição perante o público, desnudou-se e aos seus fantasmas - sobretudo o da mãe, que deixou de cantar no dia em que ele nasceu. Continuam presentes os pequenos episódios das figuras públicas trazidas à colação. Focou relações familiares, lutas interiores ou episódios engraçados.

Nestas pequenas histórias, Luís Osório mostrou algo importante: um contributo para a definição e a compreensão do País que somos, nas suas grandezas, misérias e imperfeições. 

Como ele, também acredito que “podemos saber os grandes factos históricos de trás para a frente, mas estes não têm a dimensão humana”.

Continuo a vê-lo desaparecer pela porta lateral do CAE, por onde tinha entrado, e continuo sem encontrar as palavras para explicar o que vi sábado passado, à noite, no CAE.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Depois do Leslie: no fundo, Nuno Osório, acabou por ser o "bode expiatório"...

João Ataíde é a autoridade máxima da Protecção Civil da Figueira da Foz
O Presidente Câmara Municipal, é a autoridade máxima da Protecção Civil da Figueira da Foz.
Todos sabemos o que aconteceu de 13 para 14 deste mês, noite da visita do Leslie.
O substituto, que seria o comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, João Moreira, por ser o bombeiro mais graduado na ausência do comandante da corporação profissional, garantiu, na altura, que não teve “comunicação ou aviso prévio” da ausência de Nuno Osório e não assumiu, por isso, as funções, ficando a Figueira da Foz “oficialmente sem comandante de operações de socorro” (responsável por todos os bombeiros no terreno), durante várias horas, até ao início da manhã de domingo.
Por sua vez, o comandante operacional distrital [CODIS] de Coimbra da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Carlos Luís Tavares, que na noite de sábado, em plena crise da tempestade Leslie, enviou para a Figueira da Foz meios de reforço de Aveiro e da Força Especial de Bombeiros, disse desconhecer que Nuno Osório tivesse abandonado as funções e que este deveria ter comunicado a ausência “e não o fez”.
O próprio presidente da Câmara da Figueira da Foz disse no passado dia 17 aos jornalistas, que o comandante dos Bombeiros Municipais que se demitiu “reconheceu que não tinha condições” para continuar, após se ter ausentado do comando nas horas seguintes à tempestade.
Nuno Osório, era comandante dos Bombeiros Municipais
da Figueira da Foz,  depois de um concurso público no
 qual ficou em primeiro lugar, desde Dezembro de 2011
No fundo, Nuno Osório, que também acabou por ser o "bode expiatório" de muita coisa que se passou, antes, durante e depois da noite de 13 para 14 do corrente, acabou de se demitir de funções de que já se havia demitido na noite do Leslie.

Porém, sabe-se, ele próprio o afirmou, que o presidente da câmara, também a autoridade máxima da Protecção Civil da Figueira da Foz, retirou-se às duas da manhã!
Alguém pediu a demissão do presidente da câmara da Figueira da Foz, também a autoridade máxima da Protecção Civil da Figueira da Foz?
Que eu tenha conhecimento, não. Por várias razões, nomeadamente de taticismo político dos partidos figueirenses....
Na Figueira, a discussão inédita sobre a possível demissão de um presidente de câmara teria de ser uma discussão sobre a salvaguarda da confiança dos cidadãos na dignidade das instituições.
João Ataíde vai-se manter no posto de presidente de câmara, depois do Leslie e da gestão que se seguiu - e vai continuar.
Por mim, a única mensagem de confiança que recebi da instituição que governa o meu concelho, é a de que posso estar seguro de que um político jamais será demitido por razões de gestão política.
Na Figueira, talvez um presidente de câmara possa ser demitido por razões criminais!.. 
Agora, um presidente de câmara ser demitido por ser inoperante nas funções em que o povo o investiu está fora de causa... 
É melhor esquecermos isso...
Na Figueira, cumpriu-se o habitual: a demissão de um responsável, neste caso Nuno Osório, "para que a culpa não morra solteira", foi o primeiro passo para que, de facto, a culpa venha a morrer solteira.

sábado, 20 de outubro de 2018

Depois do Leslie: no fundo, Nuno Osório, acabou por ser o "bode expiatório"... (II)

Ontem, escrevi o seguinte: "o Presidente Câmara Municipal, é a autoridade máxima da Protecção Civil da Figueira da Foz.
Na Figueira, cumpriu-se o habitual: a demissão de um responsável, neste caso Nuno Osório, «para que a culpa não morra solteira», foi o primeiro passo para que, de facto, a culpa venha a morrer solteira."
Na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, João Ataíde diz algumas coisas interessantes para a compreensão daquilo que se passou na noite de 13 para 14 de outubro de 2018, data que  ficará para a história da Figueira da Foz como o evento meteorológico mais devastador de sempre, e de como vai ser gerida politicamente a prestação lamentável do executivo figueirense no maior desafio que teve de enfrentar até ao momento. 
Para aguçar o apetite para a entrevista, com a devida vénia, vou aqui dar realce a algumas passagens.
Passo a citar.

"Pergunta - Disse, esta semana, que, e passo a citá-lo, “temos de levar a sério os alertas vermelhos”. Isso é a assunção de que a proteção Civil Municipal subestimou o aviso? 
Resposta - Não. Aliás, na fita do tempo verificámos que os vários comunicados que foram lançados pela Proteção Civil cumprem, rigorosamente, as orientações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). 
Pergunta - Por que é que esse plano não foi ativado? 
Resposta - Não foi ativado porque não havia dados que o justificasse.
Pergunta - Em algumas zonas do país, foram cancelados espetáculos e na Figueira da Foz, durante o pico da tempestade, estava a decorrer um concerto no Centro de Artes e Espetáculos (CAE). 
Resposta - Cancelaram alguns pelas suas características. Quanto ao CAE, foi-me colocada a situação às sete da tarde. Cancelar o espetáculo… As pessoas vinham, necessariamente, para levantar o bilhete ou só tinham conhecimento quando chegassem ao local e criavam uma situação ainda mais caótica. No fundo, a decisão, embora arriscada, acabou por ser prudente: o CAE alojou cerca de mil pessoas e albergou cerca de 300 viaturas. Eu próprio estava no espetáculo, na expectativa de que nada ocorreria, porque, conforme lhe disse, os dados não apontavam para a Figueira da Foz. Quando caiu a energia, fiquei um bocado receoso e telefonei ao comandante [operacional da Proteção Civil Municipal, Nuno Osório] e disse-me que estrava tudo num alvoroço. Olhe, saí, eu e a minha mulher, na minha viatura, arrisquei a vida. Pusemonos a caminho, porque tinha a perceção de que era preciso proteger as pessoas que estavam dentro do CAE e ter um exercício de autoridade externo: não era internamente que ia conseguir dominar a situação. Os primeiros avisos começam a ser dados para o CAE e, de acordo com a ANPC, ninguém podia sair até cerca da meia-noite. Havia pessoas que diziam que era um sequestro público.
Pergunta - Realizaram-se reuniões dos agentes da Proteção Civil Municipal no período que antecedeu a tempestade? 
Resposta - Não acompanhei os “briefings”, porque não estive na Proteção Civil. Durante a tarde, estive por casa, acompanhando, mas não houve “briefings”. 
Pergunta - O presidente da câmara é o responsável máximo da Proteção Civil Municipal. Resposta - Essa é uma coisa vaga. Mas não excluo… Não sou operacional. Vou acompanhando...
Pergunta - Já visitou as localidades mais afetadas? 
Resposta - Não. Tenho estado aqui [nos paços do concelho], permanentemente, neste exercício. É muito mais útil estar aqui, a falar com o ministro, secretário de Estado, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional… Ainda não parei, praticamente...
Pergunta - Os restantes municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra a que preside também subestimaram o alerta vermelho? 
Resposta - De uma forma geral, atuámos todos da mesma maneira. O presidente da Câmara de Soure deu crédito, e bem, a uma rede [social] e ele próprio acho que acompanhou esse processo. Nós tomámos o procedimento habitual destas circunstâncias.
Pergunta - Se o comandante operacional da Proteção Civil Municipal e dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, Nuno Osório, não se tivesse demitido, tê-lo-ia demitido? 
Resposta - As demissões na função pública não decorrem com essa simplicidade...."

Podem ler a entrevista completa na edição impressa deste fim de semana, 20 e 21 de outubro, do Diário As Beiras.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

«Nuno Osório será o novo comandante dos Bombeiros Sapadores de Braga»...

«O ex-comandante dos bombeiros municipais da Figueira da Foz, Nuno Osório, é o nome escolhido para chefiar os Bombeiros Sapadores de Braga»
, disse fonte camarária a O MINHO
«A tomada de posse ainda não tem data marcada mas poderá ocorrer dia 01 de maio. Os Sapadores de Braga estão sem chefia desde julho de 2021, data em que o então comandante João Felgueiras se aposentou.»
Recorde-se, que Nuno Osório foi comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, depois de um concurso público no qual ficou em primeiro lugar, desde Dezembro de 2011, até Outubro de 2018, tendo-se demitido na sequência dos acontecimentos que ocorreram na passagem do Leslie.

sábado, 15 de dezembro de 2018

O presidente João Ataíde foi ontem fortemente contestado na Assembleia Municipal

foto daqui
É com alguma surpresa que a bancada do PSD vê o presidente da câmara ainda sentado nesse lugar, não tendo seguido o exemplo do comandante dos Bombeiros Municipais (Nuno Osório). E não somente porque entendemos que é um dos piores presidentes que a Câmara da Figueira da Foz já teve” -  Manuel Rascão Marques, deputado municipal eleito pelo PSD. 

Recorde-se: Nuno Osório, que acumulava as funções de comandante operacional da Proteção Civil Municipal,  demitiu-se na sequência das críticas de que foi alvo por ter recolhido ao seu domicílio nas primeiras horas de operações daquela estrutura após a passagem da tempestade. 
A zona mais afetada pela tempestade Leslie, a Figueira da Foz, esteve cerca de três horas sem comandante dos bombeiros e coordenador da Proteção Civil municipal, que se foi embora, e nem sequer houve reunião preparativa de eventuais estragos, no sábado.
Na altura, ouvido pela Lusa sobre o paradeiro do coordenador operacional municipal na madrugada de domingo, João Ataíde, Presidente Câmara Municipal, e a autoridade máxima da Proteção Civil da Figueira da Foz, afirmou desconhecer e remeteu a resposta para o próprio Nuno Osório. "Não sei, pergunte-lhe. Eu sei que saí daqui às duas da manhã e (a tempestade Leslie) já estava em situação de acalmia, todas as situações de emergência já estavam garantidas. Se o comandante se retirou é uma questão que lhe deve perguntar". 

Ontem, na Assembleia Municipal, a bancado do PSD não poupou críticas a Ataíde, acusando-o, sobretudo, pela falta de medidas de prevenção e pelo desinvestimento nos meios da Proteção Civil. João Ataíde enfrentou o mais forte ataque político como presidente da Câmara da Figueira da Foz. Em sua defesa, alegou ser “desproporcionado, oportunista e sem sentido o pedido de demissão”.  Disse mesmo: “não tem qualquer tipo de justificação”. Depois, o autarca afirmou que foram tomadas medidas consentâneas com a cadência dos alertas que iam chegando e que a resposta do dispositivo da Proteção Civil após a passagem da Leslie foi imediata e que todos os pedidos de socorro foram atendidos. “A cidade ficou praticamente inacessível” pela destruição causada pela “tempestade absolutamente devastadora”, frisou João Ataíde. No entanto, acrescentou, todas as acessibilidades foram rapidamente repostas. 

Por isso, por a situação estar tão controloda e tudo tão calmo, é que o Dr. João Ataíde achou por bem recolher ao lar para descansar. Exemplo que foi seguido pelo então comandante dos Bombeiros Municipais e Coordenador da Proteção Civil da Figueira da Foz. Com o cenário traçado ontem em plena Assembleia Municipal pelo Dr. Ataíde, fiquei com uma dúvida: porque é que se demitiu o Comandante Osório se correu tudo tão bem, na perspectiva do presidente Ataíde, na noite da tempestade Leslie?
Ontem, também tive a grata oportunidade de ouvir  o presidente da câmara garantir que a autarquia tem investido na Proteção Civil municipal. “Temos, em termos de socorro e resgate imediato, uma capacidade de reposta muito acima da generalidade dos municípios. A nossa tendência é a de estarmos ao nível das melhores políticas” de Proteção Civil, sublinhou o autarca.
Para quem gosta de ir às sessões  da Assembleia Municipal, ontem foi brindado com uma surpresa: entrou em funcionamento um contador digital do tempo que cada bancada dispõe para intervir, proporcional ao número de votos obtidos nas últimas eleições locais. 
Manuel Rascão Marques chamou-lhe “a ditadura socialista do tempo” para “fazer calar” o PSD. 
A medida foi justificada pela maioria socialista com a aplicação do regimento daquele órgão autárquico. 
"O meu Comité Central, é mais democrático que esta Assembleia", disse ontem Nelson Fernandes (CDU) em resposta  a uma insinuação de João Portugal (PS). 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Presidente da Câmara da Figueira da Foz anunciou ontem "a abertura de uma averiguação à ausência do coordenador da Proteção Civil, acusado por um responsável dos bombeiros de abandonar as operações de socorro durante a tempestade Leslie"

"Em causa está o facto de Nuno Osório, que também é comandante dos Bombeiros Municipais, ter deixado a coordenação operacional municipal na madrugada de domingo, segundo o próprio, para ir “descansar”, alegadamente sem comunicar a ausência.
«Eu tenho conhecimento dessa situação, cabe-me averiguar e averiguarei. Eu estive no posto de comando até cerca das duas da manhã [de domingo] e quero que o comandante [Nuno Osório] me tente justificar [a ausência], obviamente fora deste cenário em que estamos a acorrer à situação de catástrofe, mas essa situação deverá ser esclarecida», disse aos jornalistas João Ataíde. «Portanto, oportunamente, tentarei averiguar a razão da sua saída e se o comando está garantido, porque eles [os comandantes operacionais] podem sair desde que o comando esteja garantido», observou o autarca.
Via Expresso

Registe-se: o Presidente da Câmara, Presidente da Câmara e responsável máximo da Protecção Civil Municipal, Dr. João Ataíde abandonou os Figueirenses mais cedo: segundo declarações do próprio, "esteve no posto de comando até cerca das duas da manhã [de domingo]".
O comandante Nuno Osório, ainda aguentou, alegadamente mais hora e meia!.. 
Como sabemos, um Presidente de Câmara é o responsável máximo - não só funcional como do ponto de vista político! 
Presume-se que, na Figueira, também devesse ser assim.
A tudo ter acontecido assim, a meu ver, não foi um comportamento correcto nem positivo!
Entretanto, tenhamos um pouco de paciência para aguardar pelo resultado do inquérito que irá  ser realizado "fora deste cenário em que estamos a acorrer à situação de catástrofe".
Certamente que esta situação será esclarecida.
Já agora: e as conclusões dos resultados do relatório dos foguetes, quando são tornadas públicas?
Recorde-se: João Ataíde, na reunião de câmara realizada no dia 22 de Junho de 2017, anunciou que ia mandar abrir um inquérito sobre a realização de uma festa de anos que um quadro superior da Câmara da Figueira da Foz realizou, que ocorreu fez no dia 18 de Junho de 2017, no parque municipal de campismo e que, na altura, reuniu várias dezenas de convidados. 

quarta-feira, 17 de maio de 2023

O pedido de desculpas de Luís Osório a Luís Montenegro

Gosto do que escreve Luís Osório. A partir de hoje a minha admiração pelo Homem que é Luís Osório aumentou. Este POSTAL DO DIA explica tudo: quantos teriam a sua coragem e a sua humildade?

"Peço as minhas mais sinceras desculpas a Luís Montenegro
1.
Escrevi na passada semana um postal sobre a casa de Luís Montenegro.
Um postal que tinha uma premissa clara e em que acredito: o poder do dinheiro e da ostentação é inconciliável com o poder político. Quando se juntam o caldo está entornado, um caldo de ganância e de aparência que torna impossível qualquer relação de confiança quando essa pessoa deseja ocupar o lugar de primeiro-ministro.
Escrevi sobre a casa de Luís Montenegro, líder da oposição e de um PSD à procura de ser alternativa.
Foi um postal duro e sem contemplações, uma pessoa assim não pode ser poupada pois um dia já será demasiado tarde.
Recordo que não escrevi sobre a legalidade do que se tem falado, isso é um outro tema, uma outra história.
Escrevi sim sobre a inquietação de termos um “candidato” a primeiro-ministro que resolve neste momento decisivo do seu percurso construir um palácio com dezenas de quartos.
2.
Tinha absoluta razão neste texto…
… se ele fosse completamente verdadeiro.
Mas na verdade tenho a obrigação, em nome da relação com quem me ouve e lê, de dizer que não eram verdadeiros alguns dos pressupostos do postal do dia.
A casa de Luís Montenegro tem quatro quartos e não dezenas.
Começou a construí-la em 2015 e vive nela há quatro anos.
E a praia é separada da casa pela piscina municipal de Espinho, o que retira a força de um palácio que tinha a praia mesmo aos seus pés – não estava assim dito no postal do dia, mas era implícito para quem o leu.
3.
Conversei com Luís Montenegro.
Uma conversa franca em que mostrou o seu incómodo pela injustiça do meu texto. E em que apontou as imprecisões e, no caso do número de quartos, uma imprecisão para ele dramática.
Depois da conversa com o presidente do PSD procurei confirmar o que me tinha dito. Não por dele duvidar – seria ainda mais grave se me tivesse mentido -, mas por estrito dever profissional.
Confirmei que era verdade o que me jurara.
Confirmei que baseara a minha opinião num pressuposto totalmente falso e em algumas meias-verdades.
Não é justo para Luís Montenegro.
E é minha estrita obrigação repor a verdade.
E pedir desculpa ao presidente do PSD.
4.
Neste tempo tão polarizado, de tanta agressividade e de tanta pulhice é necessário que a ética consiga, apesar de tudo, sobreviver.
O que escrevo, o que penso e o que faço é baseado no meu olhar sobre o mundo.
Nos meus conceitos e preconceitos ideológicos.
Acredito num modelo de sociedade.
E o que escrevo reflete o que penso.
Sou lido por muitas pessoas e pessoas muito diferentes.
Gente de direita e de esquerda.
Gente religiosa e ateia.
Gente com culturas diferentes, de gerações diferentes.
Gente que sabe perfeitamente quem sou, o que penso e defendo.
Mas acredito que me leem por uma relação de confiança, a de que escrevo sem ter nada na manga, a de que escrevo sem aproveitar o espaço que tenho para denegrir pessoas de quem não gosto ou para tirar vantagens políticas, materiais ou outras.
É por isso, e em nome disso, que tenho de pedir desculpa a Luís Montenegro. Com o mesmo espaço, enfase e sinceridade com que o critiquei tão agressivamente na passada semana.
Se não o fizesse não seria apenas injusto para Montenegro.
Seria injusto para quem me lê – mesmo para os que nunca votarão PSD.
E diria bastante sobre mim."

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Comédias figueirenses... (II)

A direcção da Concelhia da Figueira da Foz do PSD, o presidente da Distrital, Maurício Marques e autarcas locais dos sociais-democratas, visitaram o novo quartel do Bombeiros Municipais da Figueira da Foz (BMFF). 
O comunicado emitido na sequência dessa visita pela estrutura partidária figueirense liderada por Manuel Domingues, pode ser lido clicando aqui

Hoje, o jornal AS BEIRAS, dá conta que o gabinete da presidência da câmara, em resposta, "esclarece que o quartel está concluído e que a recepção provisória da obra será feita na próxima semana".  
Recorde-se, que segundo o comunicado da concelhia do PSD, o comandante operacional dos BMFF, Nuno Osório, “manifestou uma serie de preocupações”. Nomeadamente, que o recentemente inaugurado quartel “ainda está em fase de implementação”

Nuno Osório, pode ler-se ainda no comunicado do PSD figueirense “referiu que todos os equipamentos já se encontram no quartel, mas não existe local de armazenamento de material, assim como não foi previsto local de oficinas, estando a ser estudada uma solução de contentores”.

Vamos lá a ver se a fase de implementação do já inaugurado, em setembro passado, quartel dos Municipais, demora menos tempo que o imbróglio que persiste em torno da parada João Ataíde...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Tudo vai ficar no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus...

Leslie derrubou Nuno Osório
"A câmara deverá preencher a vaga de comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz (BMFF) até ao fim do mês. A notícia foi avançada pelo presidente da autarquia, João Ataíde, na reunião de câmara, na passada segunda-feira, quando foi indagado sobre o assunto pelo vereador do PSD Ricardo Silva, segundo avançou o autarca da oposição. 
Desde que o comandante Nuno Osório se demitiu, no dia 17 de outubro de 2018, na sequência da tempestade “Leslie”, os BMFF são comandados a título interino por Jorge Piedade, o segundo mais graduado na hierarquia da corporação. Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS entretanto apurou, o próximo comandante poderá ser oriundo da Função Pública, requisitado da GNR ou aceder ao cargo através de concurso. Em qualquer um dos casos, será um profissional com formação superior na área da Protecção Civil."

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Nuno Osório reconduzido no comando dos bombeiros

foto Diário de Coimbra
Termina hoje a comissão de serviço de um concurso que venceu há cinco anos e amanhã recomeça, uma vez que foi reconduzido por igual período. O comandante dos Bombeiros Municipais faz um balanço positivo destes anos, pela sua «evolução e aprendizagem constante» e porque «não poderia desejar melhor, pelo trabalho feito e por aquilo a que nos propusemos, mesmo em situações complexas». Nuno Osório recorda que não teve «nenhum incêndio em que tenham ardido mais de três hectares» e que esteve envolvido em várias acções importantes, entre as quais, no âmbito do Serviço Nacional de Protecção Civil a de «montagem da ponte do exército em Maiorca, em que nos propusemos nove dias e em sete estava montada». Além disso, fala na «internacionalização» do corpo de bombeiros, «sobretudo através do seu conhecimento», o que os levou «a serem solicitados por outros países», sem esquecer o desempenho em competições com bombeiros de todo o mundo. (Via Diário de Coimbra)
Nota de rodapé.
Como diz a canção... 
Tudo está no seu lugar!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Até às eleições do próximo dia 4, em exibição neste blogue a série "os coristas" ... (II)

"Na inauguração do quartel dos bombeiros, Nuno Osório, o comandante do corpo dos municipais, dirigiu-se ao presidente da câmara tratando-o de forma directa e simples na segunda pessoa. 
Osório, percebemos, quis homenagear, não o presidente da câmara, não a figura institucional, mas o homem e cidadão João Ataíde. 
A abordagem teve tanto de surpreendente e ousadia como de sentimento e verdade. 
À parada foi atribuída o nome da pessoa e do homem, não o de sua excelência, o senhor presidente da câmara. Este figurava já na placa inaugurativa. Foi um reconhecimento singelo. Esquecemo-nos, às vezes, da singularidade de cada um e, sobretudo, dessa evidência simples de que somos, todos, gente igual; de carne e osso, com sentimentos e emoções, com fragilidades e nobreza, com determinação e valores, pais, irmãos, companheiros. Somos todos um “tu”, na alteridade que nos caracteriza. 
Demonstrar isto, sem imposturas e sem tolice, é comovedor. Fazê-lo como quem colhe flores, pode parecer ingénuo, mas é genuíno. João Ataíde teve, na simplicidade do gesto, o melhor e o mais humilde dos reconhecimentos que se pode fazer a alguém. 
E nós, uma lição."

António Tavares, hoje no jornal AS BEIRAS

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Emocionante

"O meu pai", um texto de Luís Osório, sobre o seu pai José Manuel Osório,  "um homem que provou não existirem impossíveis."
Vale a pena ler na íntegra. Aqui.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Demorou...

Recorde-se: em 7 de Janeiro, mas de 2019, há um ano, portanto, a câmara anunciava preencher a vaga de comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz (BMFF) até ao fim do mês. A notícia foi avançada pelo então presidente da autarquia, João Ataíde, em reunião de câmara,  quando foi indagado sobre o assunto pelo vereador do PSD Ricardo Silva.
Desde que o comandante Nuno Osório se demitiu, no dia 17 de outubro de 2018, na sequência da tempestade “Leslie”, os BMFF são comandados a título interino por Jorge Piedade, o segundo mais graduado na hierarquia da corporação.


Na edição de hoje do Diário as Beiras, vem a seguinte notícia:


"Nuno Filipe da Costa Pinto, de 42 anos, enfermeiro e licenciado em Protecção Civil, residente em Ançã, é o novo comandante dos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz e dos serviços municipais de Protecção Civil. Inicia as suas novas funções na próxima segunda-feira, no âmbito de uma comissão de serviço de cinco anos.
Desde outubro de 2018 que Jorge Piedade desempenhava o cargo, em regime interino, na sequência da saída de Nuno Osório.
O novo comandante integrava uma equipa do INEM sediada em Cantanhede.
É titular de pósgraduações na gestão civil de crises, administração e gestão pública e gestão de emergência e socorro e formador na Escola Nacional de Bombeiros.
Nuno Pinto era, até este mês, adjunto do comando dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire."

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

... "a liberdade não tem de ser feliz "...

Luis Osório sobre Victor Cunha Rego:

"Victor, apesar de ser um dos que mais conspirou e influenciou o poder e contrapoder em Portugal, apenas uma vez visitou a Assembleia da República. Morava lá perto e alguns o tentaram. Houve direções do PS e PSD que chegaram a fazer apostas para lá o levar – Sá Carneiro e Soares marcavam reuniões em que devia estar presente e ele, de aparente arrogância posta, nunca apareceu. Abriu uma exceção para assistir à apresentação do I Governo Constitucional, depois nunca mais.

Fazia-lhe confusão a perda da inocência quando esta ainda era fundamental. Recordei o episódio entre copos e os mais jovens da mesa fingiram não sorrir – o poder sem inocência quase sempre termina mal, dizia Victor. Por isso, a ti te confesso: foi o mais livre dos que encontrei. Porque nele a recusa dos privilégios não era forçada e por só se sentir bem e em consciência quando estava do outro lado do poder."

terça-feira, 19 de novembro de 2019

B.I

Porque é precisa muita lucidez para conseguir sobreviver na sociedade de consumo em que teimam em nos fazer mergulhar, fica o registo deste texto de  Luís Osório:
"O dinheiro em mim é uma impossibilidade, quanto muito uma alegoria. Mesmo que o tivesse de sobra dificilmente entraria numa loja Armani, compraria um Rolex, investia num Jaguar ou moraria na Quinta da Marinha. Não me entendam mal, gosto da ideia de vestir bem, ter estilo, andar rápido e receber amigos num lugar bigger than life. Mas é mais forte do que eu; acabaria por encontrar a imperfeição na perfeição das roupas, o relógio no meu pulso atrasar-se-ia, faria por ser ultrapassado por todos os carros baratos e faltar-me-ia o ar por o espaço ser maior do que aquele que preciso. A falha é minha, não a conseguirei corrigir mesmo que pague bem. Oficialmente, desisto."

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

De voluntário a herói inesperado

Chama-se Sérgio Balças,  tem 39 anos e é natural de Quiaios.
No passado fim de semana, voluntariou-se para ajudar a combater o fogo na sua freguesia. Em declarações ao jornal As Beiras, explicou o que o levou a colaborar com os bombeiros. “Se os incêndios são na minha zona, conheço o terreno e ajudo. Assim que cheguei, peguei na motoquatro e fui para a linha da frente. Havia um grupo de amigos que se juntou com uma carrinha da junta e um tanque pequeno e começou a combater o fogo. Houve um outro grupo que juntou mantimentos e bebidas para os bombeiros”. E acrescentou: “um sapador florestal ficou sozinho porque um colega sentiu-se mal e eu voluntariei-me para ir com ele combater as chamas, durante mais de 24 horas seguidas”
Sérgio Balças recordou o tempo em que era voluntário da Cruz Vermelha. 
Naquela altura, segundo disse ao jornalista, “também ajudava no combate ao fogo”.
A ajuda dos populares, que em várias frentes do fim de semana infernal actuaram sozinhos, foi uma ajuda preciosa no combate às chamas. Sérgio Balças foi uma das pessoas que arriscou a sua integridade física para tentar amansar a fúria das chamas. 
No entanto, disse que  “não gostava de ser bombeiro, porque a sua profissão é cozinheiro”
Nuno Osório, comandante operacional da Proteção Civil Municipal e dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, afirmou ao diário As Beiras que não se recorda do caso concreto daquele popular quiaense. No entanto,  reiterou aquilo que dissera à reportagem que o  jornal As Beiras publicou esta semana: “a ajuda dos populares é sempre bem-vinda na defesa dos seus bens”

Sérgio Balças decidiu juntar-se ao esforço colectivo para proteger a sua freguesia. Nunca pensou que tal atitude viesse a ter a repercusssão que teve.
Isso aconteceu de maneira acidental.
O jornalista Jot’Alves, na peça que assina no jornal As Beiras e que temos vindo a citar, dá a explicação.
O rosto expressivo e marcado pelo fumo do bombeiro amador captado pela objectiva do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, que o profissional da fotografia descarregou no Facebook, está a ser partilhado naquela rede social. 
“Herói” acidental do ciberespaço, que cria e destrói heróis à velocidade do som? 
A esta pergunta Sérgio Balças responde.
“Sou uma pessoa normal que, quando é preciso, arregaça as mangas e faz o que é preciso fazer”
O quiaense, a terminar, referiu que trabalhou como cozinheiro, a sua profissão, em hotéis e cruzeiros de luxo. Neste momento, no entanto, trabalha numa empresa de instalação de andaimes, porque a restauração figueirense não quer pagar um salário adequado à sua categoria profissional. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Bem aventurados os pobres de tudo, incluindo de espírito, pois será nosso o Reino dos Céus!

 "Rita Pereira", via Luís Osório

Foi na Figueira,
 que Rita Pereira deu o salto
 ao ser coroada
 Miss Biquini, em 2002
.

"1.
A atriz/apresentadora Rita Pereira, no seu instagram, mostrou fotografias da sua passagem por Roma e pelo Vaticano. E dedicou esta pérola aos seus fans: “Estas imagens são para vocês. Vocês que se calhar não terão oportunidade de um dia visitar o Vaticano. Com amor para vocês”.

Não discutindo a qualidade do seu português, ou qualquer outro atributo, Rita Pereira assumiu estar numa esfera superior à maioria dos mortais que, coitados, miseráveis indigentes, podem e devem agradecer as suas fotografias e sonhar com um dia longínquo em que também eles poderão ser merecedores de ver aquelas imagens em carne e osso.

2.
Não traria este episódio sem importância se ele não fosse simbólico deste tempo em que o real e a ficção são muito difíceis de distinguir.

O que é real pode ser ficcionado.
E o que parece ficção pode ser real.

Ou, se preferirem, este é um mundo em que a verdade e a mentira deixaram de ser opostos. Um tempo em que uma importante franja das pessoas não se interessa se aquilo que ouve é verdadeiro ou falso, apenas se importa que a informação vá ao encontro daquilo que já pensam ou que seja dita pelo personagem que escolheram como fiel depositário da verdade.

Um tempo em que quem detém poder, popularidade ou qualquer outro atributo mediático acredita que quem está por baixo é inferior.

3.
o episódio de Rita é importante na medida em que nos oferece um sinal que explica muito do que vivemos.

Que explica o advento dos populismos.
Os venturas desta vida.

É difícil levá-los a sério, como é difícil levar a sério Rita Pereira mas todos se distinguem pelo desprezo em relação às pessoas – parecendo que as protegem e amam.

A apresentadora fá-lo por burrice ou ingenuidade. Está convicta de que as fotografias ajudam as pessoas a ser mais felizes. E está obviamente fascinada com ela própria e a bolha onde e em que vive.

Os populistas fazem-no por oportunismo político e com uma perversa inteligência. Acumulam polémicas e acicatam os ânimos de pessoas ressentidas e mal informadas para ganhar massa de apoio e votos.

Uma oferece fotografias a quem nunca poderá fotografar.
E os outros oferecem um lugar à mesa aos que foram arredados de todas as mesas.»

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

MARCO PAULO


Nunca estive pessoalmente com Marco Paulo, nunca assisiti ao vivo a qualquer dos seus concertos e não era fã da sua música.

Como ser humano, lamento a sua morte e, especialmente, a maneira como acabou. Marco Paulo, apesar de ter morrido "em paz e rodeado de todos os cuidados", merecia melhor.
Mesmo aos 79 anos, altura em qualquer morte é quase natural, ao contrário de Luís Osório, não sei se "Marco Paulo estava pronto para a sua última viagem".
 
Marco Paulo passou pela vida à sua maneira. Amou e viveu como quis, teve uma carreira de sucesso e foi bem aceite pelo seu público e pelo sistema.
Certamente que o seu nome ficará perpetuado em nome de ruas ou praças.

Para nós, por enquanto, o Sol vai continuar a nascer do mesmo lado. A ganância de muitos e a indiferença e a cobardia de muitos mais, permitirão que milhões de vidas inocentes continuem a ser roubadas e muitas  crianças nunca serão adultas.
É o inferno em que vivemos.

A terminar: descanso para a alma de Marco Paulo, que bem o merece.